Quando os valores e as ideologias deixam de contar, as políticas se fazem de números e neles assentam exclusivamente os fundamentos da governação, são os governos que se tornam, eles próprios, reféns dos números. É então pelos números que os governos têm de ser julgados. Não só porque querem. Mas também e sobretudo porque nada mais há que permita a avaliação. Pois em Portugal os números aí estão, com o do desemprego à cabeça, o crescimento divergente da Europa e mais acentuadamente da Espanha, a incapacidade de disciplinar a despesa pública improdutiva. Mais do que por a nú o incumprimento de promessas quantificadas, os números atestam sem dó nem piedade o insucesso das políticas, a falência das soluções, a incapacidade política do governo.
Resta saber se ao afundanço dos números corresponde coisa diferente da atitude refletida nas sondagens: "para pior, basta assim".
Muito bem!...
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