Confesso que ando meio deprimido. As razões prendem-se com a situação do país e com as queixas de muitas pessoas que sentem necessidade de desabafar quando encontram alguém que as ouçam. E gostam que as ouçam. Os seus problemas são no fundo a vivência da realidade que a comunicação social não deixa de apresentar. Hoje ao ler os jornais tive a possibilidade de verificar “bons motivos” para a tristeza colectiva que nos oprime. Vejamos: o senhor inspector-geral da Administração Interna afirmou que “há incompetência a mais na policia” e que “alguns jovens oficiais encaram o cidadão como inimigo”; o senhor ministro das Finanças reconhece que um em cinco contribuintes tem razão quando se queixa; os cidadãos cumpridores sentem medo da perseguição por parte dos agentes do fisco; o bispo D. Jorge Ortiga considera que é um milagre viver com o ordenado mínimo; outro bispo, D. Januário Torgal, tece criticas violentas à sua Igreja por não se empenhar mais nos aspectos humanísticos; a justiça continua no seu melhor através do caso Esmeralda que já motivou, entre outros aspectos, o abandono dos responsáveis pedopsiquiatras ou a confirmação da legitimidade do despedimento do cozinheiro com sida; confirma-se que as contas do ministério da saúde não estão correctas; o senhor ministro da saúde impõe medidas para reduzir os gastos nem que seja à custa do bem-estar dos doentes; o governo vai dar um cheque aos mais velhinhos para irem ao dentista, é pouco, mas é de boa vontade; continua em bom ritmo a crescente onda de assaltos e de roubos a que se associam a natural insegurança, enfim, só “boas notícias”! Mesma a truculenta análise de VPV ao novo livro de MST podia ser considerada divertida se não fosse mais um testemunho do comportamento nacional de maledicência, haja ou não razão por parte do historiador.
O senhor Xavier, homem dos seus oitenta anos, magro, seco de carnes, com um divertido bigode farfalhudo, olho vivo e rápido raciocínio, tem andado triste porque lhe retiraram a sua carteira de segurados que tanto lhe custou a granjear ao longo de décadas. – Entregaram-na a outro! Veja lá senhor doutor se isso se faz! Só porque agora usam computadores, mas fui eu que os arranjei. Não me deram uma satisfação, uma palavra sequer! Estou magoado. O seu desabafo acompanhado de algumas palavras de conforto permitiu que ao fim de algum tempo, resignado, começasse a andar melhor até que voltou ao mesmo. – O que aconteceu agora, senhor Xavier? – Veja lá senhor doutor que lá na aldeia tenho um café que montei, vai para uns quarenta anos, para preparar a reforma da minha mulher. Agora a policia quer que eu faça obras. - A polícia?! – Sim! A ASAE. Então o senhor doutor não conhece a nova polícia? Agora querem que eu ponha azulejos nas paredes até um metro e meio e mosaicos no chão. Mas não ponho, porque a casa não é minha e não tenho dinheiro. - Olhe lá o chão é de quê? – De cimento! Já fiz muitos investimentos. A casa de banho é um luxo. O balcão frigorífico é do melhor e agora querem que faça mais obras? Nem pensar. Vou fechar o café, antes que a polícia o faça – Oh senhor Xavier que eu saiba na aldeia só há o seu. Então como é que os velhotes se vão reunir e passar o tempo? Se o fecha como é que vão conviver? Já andam tristes e assim vão ficar deprimidos. A aldeia é só velhos. Vá lá, faça as obras. – Não tenho meios senhor doutor, a polícia é muito exigente.
Portugal está transformado num verdadeiro arquipélago tipo Galápagos, em que novas forças de selecção “artificial”, produzidas aos mais diversos níveis, e tão abundantemente divulgadas, não deixarão de seleccionar os “mais aptos”, originando novas espécies, algumas das quais já começam a dar sinais de alguma visibilidade. Hoje, 24 de Novembro, faz precisamente 148 anos que foi publicado a célebre obra de Charles Darwin, Sobre a Origem das Espécies – Por Meio da Selecção Natural, originando o aparecimento de uma das mais importantes obras de todos os tempos. Quem sabe se Portugal não poderá ser, um dia, fonte de inspiração de uma nova obra: Sobre a Origem de Alegres Chicos Espertos – Por Meio da Selecção Artificial?
Quanto aos deprimidos e ao senhor Xavier...
O senhor Xavier, homem dos seus oitenta anos, magro, seco de carnes, com um divertido bigode farfalhudo, olho vivo e rápido raciocínio, tem andado triste porque lhe retiraram a sua carteira de segurados que tanto lhe custou a granjear ao longo de décadas. – Entregaram-na a outro! Veja lá senhor doutor se isso se faz! Só porque agora usam computadores, mas fui eu que os arranjei. Não me deram uma satisfação, uma palavra sequer! Estou magoado. O seu desabafo acompanhado de algumas palavras de conforto permitiu que ao fim de algum tempo, resignado, começasse a andar melhor até que voltou ao mesmo. – O que aconteceu agora, senhor Xavier? – Veja lá senhor doutor que lá na aldeia tenho um café que montei, vai para uns quarenta anos, para preparar a reforma da minha mulher. Agora a policia quer que eu faça obras. - A polícia?! – Sim! A ASAE. Então o senhor doutor não conhece a nova polícia? Agora querem que eu ponha azulejos nas paredes até um metro e meio e mosaicos no chão. Mas não ponho, porque a casa não é minha e não tenho dinheiro. - Olhe lá o chão é de quê? – De cimento! Já fiz muitos investimentos. A casa de banho é um luxo. O balcão frigorífico é do melhor e agora querem que faça mais obras? Nem pensar. Vou fechar o café, antes que a polícia o faça – Oh senhor Xavier que eu saiba na aldeia só há o seu. Então como é que os velhotes se vão reunir e passar o tempo? Se o fecha como é que vão conviver? Já andam tristes e assim vão ficar deprimidos. A aldeia é só velhos. Vá lá, faça as obras. – Não tenho meios senhor doutor, a polícia é muito exigente.
Portugal está transformado num verdadeiro arquipélago tipo Galápagos, em que novas forças de selecção “artificial”, produzidas aos mais diversos níveis, e tão abundantemente divulgadas, não deixarão de seleccionar os “mais aptos”, originando novas espécies, algumas das quais já começam a dar sinais de alguma visibilidade. Hoje, 24 de Novembro, faz precisamente 148 anos que foi publicado a célebre obra de Charles Darwin, Sobre a Origem das Espécies – Por Meio da Selecção Natural, originando o aparecimento de uma das mais importantes obras de todos os tempos. Quem sabe se Portugal não poderá ser, um dia, fonte de inspiração de uma nova obra: Sobre a Origem de Alegres Chicos Espertos – Por Meio da Selecção Artificial?
Quanto aos deprimidos e ao senhor Xavier...
Pois feche-se o café do Sr. Xavier, e feche-se também o país que temos, que o tempo é dos novos autómatos da tecnocracia, sem alma nem coração!...
ResponderEliminarSobre a ASAE esperemos para ver... Há uns tempos atrás lembram-se que a popularidade da dita vinha nos jornais (a 70%!)? Os srs. inspectores devem ter pensado que eram os salvadores da higiene pátria... Dentro de alguns trimestres vão ser alvo do desprezo amedrontado do luso. Depois da pide, da polícia/gnr e dos fiscais de parqueamento (por ordem temporal) virá o tempo em que dizer que se trabalha na ASAE vai ser mais motivo de vergonha do que orgulho. Portugal é uma mina para a sociologia.
ResponderEliminarSendo Portugal um país com uma disparidade enorme de riqueza, como pode a ASAE fiscalizar seriamente o café do shopping e o tasco da aldeia?
Lá fora é igual (mas as assimetrias são menores...), lembro-me de um amigo me dizer que quando ia comprar álcool para fazer génépi caseiro, vinha cheio de medo na auto-estrada -- não fosse a polícia pará-lo.
Ainda vão chegar os tempos em que para comermos alheiras vamos ter de passar uma horas na clandestinidade... e correr muitos mais riscos de que hoje quando as comemos às claras.
Cumprimentos,
Paulo.
Um à parte (jocoso) dirigido ao Comentador Paulo:
ResponderEliminarSe Portugal é uma mina para a Sociologia, conforme afirma, eu, a Pézinhos n'Areia, ando muito distraída, porque ainda não dei por isso....
Mas onde é que está "essa" mina ?
:-)))
Não é por nada que pergunto. Ou será ?
Sim, talvez por ser Socióloga (pelo ISCTE) ...
However, ainda não perdi a esperança de que, em Portugal, à Sociologia virá a ser reconhecido, o seu importante contributo, para uma Sociedade melhor.
Só podemos mudar, o que conhecemos.
Com a devida vénia, Caro Salvador, se queremos manter alguma "higiene mental" no meio disto tudo, será uma boa medida de prevenção, a de "consumir" notícias q.b. ! Ou às vezes, até ... nem as ouvir, ver, ou ler. Turn off !
ResponderEliminarOntem ouvi uma notícia, que me causou tristeza. Profunda tristeza (mesmo).
Fiquei a saber que desde Janeiro do ano em curso, foram apresentadas cerca de 8 000 queixas de violência doméstica, na APAV. É muito !!!
O que se passa com as pessoas ?
Porquê tanta violência doméstica ?
Quanto ao Sr. Xavier, talvez o Bloguer discorde do meu ponto de vista. Mas interpreto mais, o caso desse Senhor, como um fenómeno de resistência à mudança, naturalmente, muito explicada pelos seus oitenta. Que apesar de tudo, são uns oitenta plenos de vitalidade, pelo que descreve.
Mas ... os tempos mudam, e o Senhor Xavier deverá fazer um esforço para acompanhar essa mudança.
Qto. a ASAE, está a cumprir a sua missão de Serviço Público. É tempo dos portugueses começarem a fazer BEM (Ou Mais e Melhor, ...), cumprindo as normas. Seja na Segurança Alimentar, na Segurança e Higiene no Trabalho, etc.
Ficarei muito triste, se um dia souber, que a ASAE acedeu a uma eventual tentatica de suborno. Não pode ser esse o caminho.
Agora sobre o Xico-Espertismo. Infelizmente, penso que é uma tendência que faz parte da natureza dos portugueses. Que já se verifica (dizem) desde o século dos descobrimentos.
uma tendência que requer a mudança da mentalidade.
Um problema educacional, portanto.
Não sei se há uma resistência do Sr. Xavier. O homem já fez muitas obras e até “modernizou” o seu café. Mas de cada vez que lá vão exigem mais e mais...
ResponderEliminarConcordo que temos que fazer melhor as coisas. É inquestionável. Mas, há SEMPRE um grande MAS neste país. O MAS da desproporcionalidade e da discriminação. Falou o Pézinhos da Segurança e Saúde no Trabalho. Pois bem, poderia dissertar horas a fio sobre este assunto, por motivos profissionais e académicos. Informo, só para ser muito sintético e não aborrecer os nossos leitores, que a quase totalidade da administração pública, central e local não tem serviços de segurança e saúde no trabalho violando a lei da República e as directivas comunitárias. Pergunto: a ASAE cumpre a lei nesta área? Muito provavelmente não! Então como é? A Lei é para cumprir ou não? O sector privado é penalizado, e bem, se não cumprir a lei, mas se for um serviço de administração pública não sofre qualquer consequência! São estas “pequenas coisas” que não consigo compreender...
Cara Pézinhos
ResponderEliminarNem a propósito. Acabei de ler a crónica de António Barreto no Público de hoje com o título “Eles estão doidos!
Vale a pena lê-lo e meditar a fundo. Presumo que “Eles estão mesmo doidos” e ainda vão acabar por nos porem mais tolinhos...
Monseñor Ortiga, Primaz das Hespanhas ha estado en Galicia
ResponderEliminarNão sei se já viram o SHREK, o magnífico filme de desenhos animados (acho que é feito em computadores, mas isso não interessa) em que o herói é um ogre gordo e que gostava de tomar banhos de lama, que vivia feliz e sozinho num pântano, no meio da floresta, até que o distante governante, Lord Farquaad, decide expulsar todas as criaturas mágicas para floresta, tirando-lhe o sossego. Shrek vai então à cidade falar com o governante.Na cidade é o contrastre absoluto com o pântano onde o ogre vivia à vontade. As ruas alinhadas, limpissimas, os canteiros geométricos e as flores alinhadas, as casinhas todas iguais, cartazes por todo o lado proibir tudo e mais alguma coisa, reflectindo a fixação do lord na ordem e na limpeza. Só que o povo vivia fechado nas suas casas, só espreitavam na janela o escândalo da entrada daquele gordo verde. A cidade sem mácula não tinha vida, era opressiva e ameaçadora.
ResponderEliminarBem sei que tem que haver progressos em matéria sanitária, nas tasquinhas e restaurantes, etc., mas que é tudo um exagero absurdo, isso é.Há dias vi num café onde costumoi r, em Mafra, os belos bolos rei que já começaram a aparecer. Estavam cobertos com uma película de plástico, ainda no tabuleiro e escolhi um. As frutas ficaram coladas à película quando a senhora a levantou e o bolo ficou miserável. - "Sabe,-disse ela- agora temos que ter tudo tapado,depois acontece isto!" Sugeri então que pusesse uns palitos em cima de cada bolo para a película não colar. -"não pode ser, os palitos de madeira são proibidos, não sei como hei-de fazer isto". Vi então aquelas espátulas com que agora se mexe o café e a ideia foi aceite. Lá ficou o tabuleiro com os pauzinhos brancos nos bolos e a mulher muito aflita - "Se eles vêm aí não sei se vão aceitar..."
Mas manda a verdade que diga que parei há dias numa pequena estação de serviço perto da fronteira espanhola e me meteu nojo o cheiro a óleo queimado e as moscas, aos montes, a passear em cima dos bolos que estavam no balcão...E já me fez alguma impressão ver a empregada a agarrar o fimbre com as mãos, depois de dar o troco a outro cliente. A pouco e pouco, vamos reparando que há coisas que não se admitem, mas os exageros acabam por deitar tudo a perder.Em França há centenas de feiras de rua, cheias de produtos frescos,um regalo para os olhos, também devem ter regras e não é por isso que deixam de lá estar produtos artesanais, queijos, enchidos, pão quente. Aqui, ou é a balda total ou o exagero completo, esta mania de sermos sempre o extremo!!
Caro Professor Massano Cardoso, essa depressão que refere não estará ela a ser motivada pela constatação do sentimento de impotência, perante todos os atropelos abruptos e a ameaça de que tudo possa redundar num perpétuo exagero?
ResponderEliminarDesde tempos imemoriais que o homem percebeu fazer parte de uma equação universal e cósmica. O primeiro homem observou os astros, representou-os nas paredes da caverna e percebeu que a sua proximidade lhe influênciava a vidinha, assim como dos animais e plantas, passando a venera-los e a erguer pedregulhos estratégicamente orientados para pontos siderais. Leonardo Davinci, formolou uma equação matemática, Einstein relativizou-a e nós criámos a ASAE.
Bom, mas o que aqui me traz a comentário é, relembrar os factos marcantes do início da nacionalidade.
Como todos bem se recordarão dos bancos de escola, D. Afonso Henriques devido, a Sô Dona Teresa dar umas abébias a um conde espanhol, um tal Peres de Trava, feito com o Rei de Leão, o que constituia um perigo para a independência do reino, "espetou" com a mãe nos calabouços e proclamou-se rei. Ponto final, parágrafo.
De roma, o Papa, mandou carta ao Bispo de Coimbra, D. Bernardo, ordenando-lhe que excumungasse o Rei, caso este não libertasse a mãe.
D. Bernardo foi à presença de D. Afonso Henriques, comunicou-lhe o facto e a intenção de a cumprir, se D. Afonso não atendesse as ordens pontificais. D. Afonso ficou "pior que estragado" e o Bispo recolheu-se à Sé de Coimbra, sem mais "palheta".
No dia seguinte de manhã vieram dizer ao Rei que estava afixado na porta da Sé um pergaminho a excomungar o Rei. D. Afonso não vai de modas, dirige-se à Sé, manda reunir os cónegos e anuncia-lhes que está ali para assistir à eleição do novo Bispo de Coimbra.
Os cónegos respondem que já têm Bispo e que não precisam de eleger outro. D. Afonso responde-lhes que aquele Bispo não voltará a sentar o trazeiro na cadeira episcopal. Enquanto isto decorria, um clérigo de côr negra assistia, encostado a uma coluna e sorrindo. Quando já todos os clérigos se dirigiam às suas celas, D. Afonso fez um sinal ao black man para se aproximar e perguntou-lhe o nome. Ele respondeu Çoleima. Então D. Afonso perguntou-lhe se era bom clérigo, (não sei se teria alguma coisa a ver com a côr da pele) o outro respondeu que não havia outro igual (esperto, resposta político/religiosamente correctíssima). Então D. Afonso de uma assentada, retorquiu-lhe: Bispo serás! "pimba".
Bom, abreviando.
O Papa "vai aos arames" e envia a Coimbra um Cardeal, acompanhado de 2 sobrinhos. D. Afonso recebe-o nos Paços de Coimbra e pergunta-lhe ao que vem. O Cardeal responde-lhe que vem a mando do Papa, para lhe ensinar a fé de que parece ele anda arredado. D. Afonso "manda-se ao ar" com o Cardeal e debita-lhe logo ali de uma assentada os preceitos da religião Cristã. O Cardeal fica sem resposta e abandona a Alcáçova. Na manhã seguinte D. Afonso acorda antes do nascer do sol e não ouve os sinos da Sé tocar as Avé-Marias, uma multidão à porta do Alcácer em pranto, informando D. Afonso que o Cardeal havia Excomungado o Rei e a Terra. D. Afonso manda selar o cavalo e lança-se em perseguição do Cardeal e sobrinhos que haviam deixado Coimbra de madrugada. Dois fidalgos correm atrás dele, temendo que o seu acto possa gerar tragédia. Quando D. Afonso alcança o Cardeal, segura-o pelo cabeção e erguendo a espada, prepara-se para lhe cortar a cabeça fora, o que não aconteçe devido à interferência dos dois fidalgos que o seguem e que cruzam as suas espadas impedindo o desfecho do golpe.
Segue-se o diàlogo entre o velho Cardeal e D. Afonso Henriques:
- Príncipe - disse o velho, chorando -, não me faças mal; que estou à tua mercê!
Afonso Henriques deixou descair o montante, e ficou em silêncio alguns momentos.
- Estás à minha mercê? - disse ele por fim. - Pois bem! Viverás, se desfizeres o mal que causaste. Que seja alevantada a excomunhão lançada sobre Coimbra, e jura-me, em nome do apostólico, que nunca mais em meus dias será posto interdito nesta terra portuguesa, conquistada aos Mouros por preço de tanto sangue. Em reféns deste pacto ficarão teus sobrinhos. Se, no fim de quatro meses, de Roma não vierem letras de bênção, tem tu por certo que as cabeças lhes voarão de cima dos ombros. Apraz-te este contrato?
O resto todos sabemos também.
Sabemos ainda que a vontade de um povo é indomável, porque na vontade reside a razão.
Caro Salvador, aplaudo de pé, as suas palavras, mas muito especialmente este excerto:
ResponderEliminar"Pois bem, poderia dissertar horas a fio sobre este assunto, por motivos profissionais e académicos. Informo, só para ser muito sintético e não aborrecer os nossos leitores, que a quase totalidade da administração pública, central e local não tem serviços de segurança e saúde no trabalho violando a lei da República e as directivas comunitárias."
A Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, é uma bandeira que transporto comigo.
A competitividade e o desenvolvimento do nosso país passa (também, e muito !) por este vector tão "desprezado".
Se eu compreendo, as suas palavras.
Fiz um estágio em SHT, numa Autarquia, na área da Recolha de Resíduos Urbanos (vulgo, "lixo"). Fiquei horrorizada com as condições de trabalho dos cantoneiros. Pior é impossível.
Há pouco tempo, falava com uma amiga que trabalha, num hospital público da Região de Lisboa, e que me dizia que tinha ido, RECENTEMENTE, pela 1ª vez, a uma consulta de Medicina do Trabalho, dentro do Hospital, após 20 anos de trabalho, no citado.
Difícil de acreditar, mas é verdade.
Tribunais, Escolas, Repartições, autarquias, etc .... toda a função pública, é o pior exemplo de SHT em Portugal.
Falar em SHT é falar num investimento com um valioso "retorno", mas em Portugal, é "pregar para os peixes" ....
Um Bom Dia para Si.