quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Tesourinho não esquecido

Até faz impressão quando a notícia é o cumprimento da lei, e logo numa área inesperada.
Desta feita o Tribunal Constitucional decidiu, de acordo com a lei dos partidos políticos, pedir que estes façam prova de vida, como o determina o artigo Artigo 19.º da Lei Orgânica n.º 2/2003 de 22 de Agosto ("Verificação do número de filiados - O Tribunal Constitucional verifica regularmente, com a periodicidade máxima de cinco anos, o cumprimento do requisito do número mínimo de filiados previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo anterior").
O número mínimo de activos individuais é, como se sabe, 5 mil titulares de direitos políticos, quando para a constituição de partido político exige a lei número mais gordo - 7500.
Confesso que não sei que meios tem o Tribunal Constitucional para confirmar a prova. Designadamente para saber se os filiados ainda estão vivos, se não se desvincularam, se não pertencem também a outra formação partidária, se têm capacidade de exercício de direitos políticos.
Mas já não é mau que haja vontade de acabar com a poluição dos partidos-fantasma.
E isto não obstante a lei não ir tão longe como deveria, exigindo não só a sujeição periódica a eleições (que exige), mas também que essa sujeição seja, pelo menos nalguns momentos eleitorais, autónoma e não somente para dar a aparência de coligação eleitoral. Prevendo a extinção daqueles que, pelo menos em três eleições nacionais não tenham obtido um expressão mínima.
Apesar de - reconheço! - essas regras, se em vigor, nos privarem dos poucos momentos bem divertidos das campanhas eleitorais, protagonizados pelos impagáveis personagens que representam esses grupos.

4 comentários:

  1. Caro Dr. Ferreira de Almeida, efectivamente será razoavel que o TC, pretenda acabar com os partidos-fantasma e se possível com fantasmas que assombram os partidos, mas isso é outra história.
    A propósito, deixo-lhe aqui de Natália Correia;

    "Do sentimento trágico da vida"

    Não há revolta no homem
    que se revolta calçado.
    O que nele se revolta
    é apenas um bocado
    que dentro fica agarrado
    à tábua da teoria.

    Aquilo que nele mente
    e parte em filosofia
    é porventura a semente
    do fruto que nele nasce
    e a sede não lhe alivia.

    Revolta é ter-se nascido
    sem descobrir o sentido
    do que nos há-de matar.

    Rebeldia é o que põe
    na nossa mão um punhal
    para vibrar naquela morte
    que nos mata devagar.

    E só depois de informado
    só depois de esclarecido
    rebelde nu e deitado
    ironia de saber
    o que só então se sabe
    e não se pode contar.

    ResponderEliminar
  2. Diria grupitos de amigos, para promoverem um ou dois chefes, que não podem viver sem umas idas às televisões!...

    ResponderEliminar
  3. Só uma correção: «5000 mil titulares» seriam 5 milhões.
    Melhor será optar por «5 mil» ou «5000 titulares».

    ResponderEliminar
  4. Anónimo23:37

    Obrigado Gabriel. Correcção feita.

    ResponderEliminar