quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

O País em notícia e...os Parodiantes de Lisboa

Ontem de manhã ía eu, tranquila e bem disposta, para mais uma reunião sobre o encerramento dos SAP's no Concelho do Seixal, no âmbito da Assembleia Municipal, apanhando o habitual engarrafamento da ponte 25 de Abril, e eis que "salta" o noticiário da TSF.
Notícia de abertura: o surreal discurso do Secretário de Estado da Segurança Social sobre os retroactivos das pensões (aqui já tão bem escalpelizado pelo Dr. Pinho Cardão) a desfazer-se em explicar o inexplicável...numa "bondade" irritante disfarçada de ingerência na gestão das parcas verbas dos pensionistas...fiquei siderada!
Pensei como é que um Ministro como Vieira da Silva (que foi meu colega de comissão parlamentar e que me deixou uma imagem de homem inteligente, sabedor destas matérias e hábil politicamente) consentia que um seu Secretário de Estado proferisse semelhantes aberrações, ininteligíveis por um único cidadão, desde o mais esclarecido ao mais iletrado.
Segunda notícia: em Marrazes, Leiria, o poder autárquico da terra e a paróquia decidiram transformar as capelas mortuárias em lugar para actividades extra-curriculares, ATL's, dos alunos do 1º ciclo!!!
Parece que não havia mortos bastantes para ocuparem toda a área das capelas e, então, nada mais apropriado, acolhedor, sem traumas para os Pais ou Avós das crianças...do que enfiá-las num espaço, "já livre de quaisquer memórias", segundo o Padre da Paróquia!

Desliguei o rádio do carro!
Lembrei-me dos Parodiantes de Lisboa; aquelas duas notícias, que eu tive o azar de ouvir, pareciam rábulas, no seu melhor, feitas pelos Parodiantes, que não perdiam pitada que lhes desse azo a uma criação humorística geralmente bem feita, popular e com bom gosto.
Mas não, isto é tudo verdade...os "Parodiantes" agora são outros...sem humor, sem povo, sem bom gosto, sem perceberem o que é fazer POLÍTICA.

4 comentários:

  1. Clara
    A notícia de Marrazes teve "honras" de televisão ontem à noite.
    Mas há mais nesta triste história.
    É que as capelas mortuárias foram construídas com o dinheiro do povo e, portanto, a decisão do uso das capelas para um outro fim, e muito menos para acolher as crianças vivas da terra, pertence àqueles que com sacrifício e com devoção as "construíram".
    Têm muita razão! "O povo é quem mais ordena"!

    ResponderEliminar
  2. Ora aí está uma forma criativa de gestão de espaços!

    Ainda bem que os noticiários estão "púribidos" lá em casa. Agora, é só "World of Warcraft", antes jogar do que estar a ouvir estupidez.

    ResponderEliminar
  3. Como cantavam a Ivone Silva e o Camilo de Oliveira num grande programa de televisão,o SABADABADU, nos anos oitenta,

    "...Este país...
    ...é um colosso!...
    ...Está tudo grosso!...
    ...Está tudo grosso!..."

    ResponderEliminar
  4. Também ouvi esse noticiário logo de manhã, ainda pensei se seria um programa de humor negro!

    ResponderEliminar