Nicolas Sarkozy, o Presidente da França, com o seu estilo hiperactivo, decidido e ambicioso, não pára realmente de surpreender! Eis duas medidas “revolucionárias” que podem fazer “história” e que vale a pena acompanhar pois não interessam apenas aos franceses: a criação de um “PIB” que leve em conta a qualidade de vida e a aplicação de um sistema de avaliação por objectivos aos ministros do seu governo. Se vão realmente resultar em alguma coisa concreta é o que estaremos para ver. Ainda assim, não deixam de ter subjacentes preocupações muito válidas, que muitos outros países partilham:
▪ Criação de um PIB que leve em conta a qualidade de vida – Sarkozy encomendou aos prémios Nobel da Economia Joseph Stiglitz (2001) e Amartya Sem (1998) o cálculo de uma medida de crescimento económico que “leve em conta a qualidade e não apenas a quantidade”. O que se pretende é dispor de um indicador que permita aferir em que medida o progresso económico traduz melhores condições de vida.
▪ Criação de um PIB que leve em conta a qualidade de vida – Sarkozy encomendou aos prémios Nobel da Economia Joseph Stiglitz (2001) e Amartya Sem (1998) o cálculo de uma medida de crescimento económico que “leve em conta a qualidade e não apenas a quantidade”. O que se pretende é dispor de um indicador que permita aferir em que medida o progresso económico traduz melhores condições de vida.
Segundo Sarkozy com esta iniciativa pretende-se acabar de vez com “o diferencial cada vez maior entre as estatísticas que mostram um progresso contínuo e as crescentes dificuldades que as pessoas estão a sentir na sua vida diária”.
A preocupação em dispor de um indicador com estas preocupações não é nova. A ONU criou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que foca três dimensões fundamentais do desenvolvimento humano: viver uma vida longa e saudável, medida pela esperança de vida à nascença, ser instruído, medida pela taxa de alfabetização de adultos e pela taxa de escolarização combinada do ensino primário, secundário e superior, e ter um padrão de vida digno, medida pelo PIB per capita.
Segundo o Relatório da ONU publicado em 2007, o IDH de Portugal desceu entre 2000 e 2005, tendo sido o único país da EU e da Europa onde esta tendência se registou.
Nos dados relativos a 2005, Portugal situou-se em 29ª lugar no IDH num universo de 177 países , com a Islândia na liderança. Na EU Portugal ocupa a 17ª posição, atrás da Grécia, Eslovénia e Chipre.
▪ Aplicação de um sistema de avaliação por objectivos aos ministros do seu governo – Sarkozy decidiu que a cultura do desempenho também se aplica aos seus ministros, que a partir deste ano vão ser avaliados trimestralmente tendo em conta objectivos concretos estabelecidos para todos. E para credibilizar o processo e os resultados a supervisão das avaliações foi contratada a uma empresa privada. A ideia é imprimir maior responsabilidade à acção governativa, permitir maior escrutínio público e medir os progressos feitos nas diversas áreas da governação.
A preocupação em dispor de um indicador com estas preocupações não é nova. A ONU criou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que foca três dimensões fundamentais do desenvolvimento humano: viver uma vida longa e saudável, medida pela esperança de vida à nascença, ser instruído, medida pela taxa de alfabetização de adultos e pela taxa de escolarização combinada do ensino primário, secundário e superior, e ter um padrão de vida digno, medida pelo PIB per capita.
Segundo o Relatório da ONU publicado em 2007, o IDH de Portugal desceu entre 2000 e 2005, tendo sido o único país da EU e da Europa onde esta tendência se registou.
Nos dados relativos a 2005, Portugal situou-se em 29ª lugar no IDH num universo de 177 países , com a Islândia na liderança. Na EU Portugal ocupa a 17ª posição, atrás da Grécia, Eslovénia e Chipre.
▪ Aplicação de um sistema de avaliação por objectivos aos ministros do seu governo – Sarkozy decidiu que a cultura do desempenho também se aplica aos seus ministros, que a partir deste ano vão ser avaliados trimestralmente tendo em conta objectivos concretos estabelecidos para todos. E para credibilizar o processo e os resultados a supervisão das avaliações foi contratada a uma empresa privada. A ideia é imprimir maior responsabilidade à acção governativa, permitir maior escrutínio público e medir os progressos feitos nas diversas áreas da governação.
A oposição considera a medida “perigosa" e não poupou critícas a Sarkozy acusando-o de transformar o governo num conselho de administração.
Imaginemos por uns minutos o que seria a aplicação desta medida em Portugal (?) e o que seriam as rondas de “negociação”… Antes de ser medida estaríamos anos a legislar e a contra-legislar até chegarmos ao modelo (im) possível!
Imaginemos por uns minutos o que seria a aplicação desta medida em Portugal (?) e o que seriam as rondas de “negociação”… Antes de ser medida estaríamos anos a legislar e a contra-legislar até chegarmos ao modelo (im) possível!
Vamos, então, aguardar pelos próximos episódios...
Esta medida promete.
ResponderEliminarPrefiro pensar que vai fazer história na Europa.
Sim, sou ingénuo!
Em Portugal, logo à partida, o melhor era ver de quem era essa empresa privada, porque possivelmente seria de um irmão/tio/primo/financiador do governante.
ResponderEliminarAs negociações não iam sequer ser necessárias, porque as sanções definidas (se as houvesse) não seriam para aplicar.
Caro Frederico
ResponderEliminarSuponho que se refere à avaliação do desempenho dos ministros!? Qualquer que seja o resultado haverá sempre alguma história para contar!
Caro João Filipe Rodrigues
Seja muito bem vindo. Qualquer dia vamos ter que incluir nos cadernos de encargos que os concorrentes não podem ter ligações familiares com o promotor do concurso ou o dono da obra. É que não estando expressamente estabelecido na lei, ainda há quem pense que a lei não proíbe!
Cara Margarida
ResponderEliminarO seus textos costumam usufruir de inúmeros comentários.Bastou abordar um tema tal como o da avaliação, para as pessoas se desinteressarem por completo e isto, está bem de ver, porque ninguém acredita, não na descoberta de um índice ainda mais relevante no seu objectivo e conteúdo, do que o IDH,mas na implantação de um regimen em que os ministros passassem a " prestar contas". Para lá de parecer afigurar-se uma franca utopia, a imperativa exigência da nomeação de uma entidade que "não existe" entre nós,tantas as qualidades e predicados exigidas, haveria que preservá-la de toda a casta de presões, políticas, financeiras até certamente de segurança pessoal, que fatalmente surgiriam. E depois, quem é que ia acreditar que o actual ministro das obras públicas tem aqueles rasgos anedóticos que se lhe conhecem e que, por exemplo, a senhora ministra da cultura usa e abusa da paciência dos berardos deste país? Porque competentes são eles e de que maneira! E os outros ministros que por aí andam ? De 0 a 20, ai valha-me Deus que sofrimento seria o de lhes imputar um número destes !
Excelente post.
ResponderEliminarAlgo importante acontece no mundo quando uma jornalista bebe da fonte de um blog.
Parabéns.