Um tigre, dois tigres, três tigres…Não, parece que foram só dois, mas podiam ter sido seis! Dizem as notícias que uma camioneta do Circo Chen transportava os animais numa jaula, mas o motorista parou e afastou-se por uns minutos. Algum engraçadinho sem medo de uma boa dentada abriu as portas, prendeu-as e deve – calculo eu – ter ficado a ver o que acontecia em frente da televisão. Original, no mínimo.
Foram chamadas as forças de segurança, coitados dos GNR, não devem ter grande experiência de apanhar tigres, mas ao fim de umas horas lá conseguiram, parece que a fêmea foi mais teimosa, é a natureza a ditar as suas regras.
Depois da grande emoção da caça ao tigre, vem a notícia bombástica: a lei não obriga os transportadores de animais perigosos a darem um tranquilizante aos bichos, logo, não se pode esperar e muito menos exigir que o façam! “- Deveria ter (um tranquilizante) mas a lei não obriga, está a ser revista…”E pronto, um telejornal mais tarde e a notícia já é que há essa grave lacuna no nosso sistema, há que legislar depressa e em força, como é que podemos viver hoje, num país civilizado, sem nos lembrarmos de obrigar, preto no branco, os transportadores de tigres, leões, rinocerontes e cascavéis a tomar mais precauções do que se transportassem um rebanho de carneirinhos? É que, nada dizendo a lei, está visto que eles, os donos dos animais, não podem lembrar-se de tudo! Podem, porque a lei não diz o contrário, deixar o condutor levar a jaula por aí fora sozinho, parar e ir dar uma volta, deixando a carga parada num ermo e confiar que nada acontece. É claro que não passa pela cabeça de ninguém que um doido abra a jaula e solte os bichos, mas se calhar a lei também não proíbe ninguém de fazer isso, se não se lembrou dos animais, por maioria de razão também não ia pregar uma multa a quem se aproximasse deles sem pagar o bilhete para ver o circo…
Enfim, mais uma carrada de legislação para ser discutida no Parlamento, está visto que sem isso qualquer tigre fujão está mais que justificado…
Que mais nos havia de acontecer??
Foram chamadas as forças de segurança, coitados dos GNR, não devem ter grande experiência de apanhar tigres, mas ao fim de umas horas lá conseguiram, parece que a fêmea foi mais teimosa, é a natureza a ditar as suas regras.
Depois da grande emoção da caça ao tigre, vem a notícia bombástica: a lei não obriga os transportadores de animais perigosos a darem um tranquilizante aos bichos, logo, não se pode esperar e muito menos exigir que o façam! “- Deveria ter (um tranquilizante) mas a lei não obriga, está a ser revista…”E pronto, um telejornal mais tarde e a notícia já é que há essa grave lacuna no nosso sistema, há que legislar depressa e em força, como é que podemos viver hoje, num país civilizado, sem nos lembrarmos de obrigar, preto no branco, os transportadores de tigres, leões, rinocerontes e cascavéis a tomar mais precauções do que se transportassem um rebanho de carneirinhos? É que, nada dizendo a lei, está visto que eles, os donos dos animais, não podem lembrar-se de tudo! Podem, porque a lei não diz o contrário, deixar o condutor levar a jaula por aí fora sozinho, parar e ir dar uma volta, deixando a carga parada num ermo e confiar que nada acontece. É claro que não passa pela cabeça de ninguém que um doido abra a jaula e solte os bichos, mas se calhar a lei também não proíbe ninguém de fazer isso, se não se lembrou dos animais, por maioria de razão também não ia pregar uma multa a quem se aproximasse deles sem pagar o bilhete para ver o circo…
Enfim, mais uma carrada de legislação para ser discutida no Parlamento, está visto que sem isso qualquer tigre fujão está mais que justificado…
Que mais nos havia de acontecer??
e se colocássemos no hemiciclo, uma jaula de porta aberta, com uns tigres e tigrezas, lá dentro ???
ResponderEliminarSempre gostava de ver quem é que teria jeito para domador ???
Bem, como Paulo Portas ontem falou em animal feroz ... talvez se ajeite.
Cara Dra. Suzana, eu acho que esta notícia veio quebrar o gelo da vida difícil que muitos têm.
Todos se riam com o acontecimento.
eheheheheh ...
agora a parte séria do assunto ...
De facto, com tanta "diarreia" legislativa não há uma lei que obrigue o Circo a ter uma arma com tranquilizante.
Então e se a coisa acontecer no meio de um espectáculo, como é que se domina a "bicheza" ?
"Olhó" onde eu tenho levado os mais pequenos da família que às vezes até vamos ao circo...
Ele há coisas fantásticas, não há ?
Nunca imaginei que isto fosse possível.
Suzana
ResponderEliminarPoderia ter sido uma tragédia.
O que vale é que o Xerica, o tigre macho, foi parco no passeio. Não quis ir fazer turismo à Azambuja. "Saiu do camião e deitou-se numa clareira a 20 metros do veículo" e esperou que o fossem buscar. Portou-se civilizadamente.
A Andra, o tigre fêmea, aproveitou para ficar a conhecer melhor a zona, afastou-se um pouco mais mas ainda assim não foi longe. Grávida e longe do seu Xerica assustou-se e depois foi um problema para a convencer a regressar.
Mas volto à tragédia que poderia ter acontecido. É que a lei portuguesa não permite que os tranquilizantes possam ser ministrados aos animais pelo pessoal do circo. Só por veterinários. No caso deste casal de Tigres o veterinário levou duas horas a chegar ao local. Um facto que também não é normal e que perante a perigosidade da situação não se entende.
Este País tem sempre que ser diferente dos outros. Se assim não fosse não tínhamos estas novelas animalescas que fazem a delícia das televisões e dos jornais com reportagens em directo, filmagens ao minuto em cima do acontecimento!
Cara Suzana,
ResponderEliminarA isto é que eu chamo de transmissão de pensamento. :)
Tirando isso, cada vez que ocorre uma coisa destas eu só consigo pensar no que aconteceu nos Açores (ou lá onde foi) e no facto de terem abatido os pobres dos bichos.
Ontem, quando ouvi a notícia sobre os tigres e quando ouvi que tinham chamado a GNR, juro que fiquei com as unhas encaracoladas.
Se há ou não legislação, não sei nem me interessa, mas a maneira como se tratam os animais diz muito acerca de uma sociedade. Portanto, ainda bem que as coisas se resolveram sem abaterem os bichanitos.
Cara Dra. Suzana Toscano:
ResponderEliminarEste acontecimento insólito, mostra a irresponsabilidade dos donos do circo, ao deixarem para trás um camião avariado com os felinos entregues a um só tratador (muito semelhante ao episódio do bombeiro de alijó, sózinho no quartel), poderia ter consequências muito graves.
O Xerica colaborou (apenas queria esticar os ossos), mas a Andra está visto que é daquelas de nariz arrebitado e saltitona, que não gosta de ficar para trás, abandonada ali na estrada nº 3, de Azambuja e, vai daí, decidiu mostrar a verdadeira garra! Foi vê-los a todos, inclusivé os elementos da GNR, a esboçarem um gesto de fuga cada vez que a bichinha rugia...
Agora é expectável que este acontecimento sirva para as autoridades (veterinários concelhios ou GNR), se precaverem com armas de disparo de tranquilizantes para no futuro, em casos semelhantes, actuarem rapidamente, evitando quiçá danos graves...
Imagine-se um acidente com um desses camiões que atravessam cidades...
Após terem capturado os felinos, de regresso ao posto, o cabo que delineou a estratégia operacional que conduziu à captura, ainda com as entranhas em frenesi e a adrenalina em ebulição, sentou-se à sacretária e elaborou o competente relatório da ocorrência.
ResponderEliminarApós rectificar alguns erros ortográficos (o agente consegue escrever pior que eu... por alguma razão ele é a autoridade)o agente endereçou o auto para o comando.
Ao fim da tarde, o competente cabo que comandou as operações, recebeu um telefonema, do comandante.
Transcrevo agora o diálogo entre ambos.
-Estou a falar com o cabo Ambrósio?
-Está xim meu comandante.
-Ponha-se em sentido homem!
-Pexo desculpa a bossa xelênxia meu comandante.
-Olhe lá cabo Ambrósio, você refere no relatório que na tentativa de capturar a fêmia, ela o surprendeu com uma patada que lhe arrancou o braço...?
-É berdade meu comandante, eu apróximei-me da bixa que estaba agaxada ao pé duma moita, e chamei por ela... bixinha... bixinha, e ela xem mais nem porquê, alça da pata e zuca, arrancou-me o braxo.
- Olhe lá Ambrósio, mas você refere logo em seguida que, nessa altura, tendo percebido que se encontrava em grande perigo levou a G3 à cara e apontou-lha à cabeça... se você não tinha um braço, como é que apontou a espingarda?
-Ora meu comandante, nos momentos d'aflixão um homem não liga para esses promenores...
-Existem tantas leis neste país que regulamentam os mais diversos transportes, basta ver as autoridades diariamente a fiscalizarem tudo e mais alguma coisa, e bem digo eu, não bastaria obrigar á colocação de cadeados na porta das jaulas de transporte de animais? Felizmente que nada de grave aconteceu, mas neste caso um simples cadeado teria sido suficiente. Algo que até existe nos contentores de mercadoria.
ResponderEliminarCara Margarida:
ResponderEliminarDesta vez, e lamentávelmente, discordo de si!...
Então acha anormal o veterinário ter demorado duas horas?
Acho até que foi muito lesto e corajoso!... Então qual o sujeito normal que se vai meter, assim de repente, na boca do tigre, para além do mais uma tigreza?
O homem até devia ser condecorado pela rapidez com que actuou.
Foi até mais rápido do que muitas vezes o INEM!...
E, já agora, uma coisa: um cidadão não veterinário não pode anestesiar um tigre. Todavia, um tigre à solta e não anestesiado pode matar um cidadão.
Entre uma anestesia ad-hoc do tigre e a morte de um cidadão, escolhe-se esta.
Muito politicamente correcto!...
Caro Dr. Pinho Cardão
ResponderEliminarO que é preciso é bom humor! O resto é conversa...
Acho até que o dito veterinário nem deveria ter aparecido! Para quê? Afinal é absolutamente normal dois tigres andarem por aí... Não sei mesmo o que foi lá fazer! Devem ter sido ordens da ASAE!?
Agora que a Margarida fala nisso... olhem que bem que podia ter sido a ASAE a tratar do assunto.
ResponderEliminarMandava para lá os seus inspectorzinhos multar os tarecos por perturbação na via pública... olhem que esta ideia tem potencial.
Caro Anthrax, receio ler alguma intenção inconfessável no seu comentário: como os tigres não estavam sob o efeito de tranquilizantes...
ResponderEliminarOs pobres tigres deveriam ser deixados em paz. São animais, deviam estar na selva, e não ali aprisionados. Não são cães nem gatos. São tigres, comem pessoas se tiverem muita fome.
ResponderEliminarPorque será que uma sociedade rica e moderna do sec. XXI continua a desrespeitar os animais de forma tão gratuita ?
Revolta-me esta visão tão antropocêntrica do mundo.
João Miguel Vaz
Concordo consigo, caro João Miguel Vaz, também preferia que os animais não vivessem em cativeiro, o tempo dos circos com esses espectáculos já devia ter passado. Há hoje muitos meios de conseguir novas "mágicas", não devia ser preciso andar a passear leões e tigres por esse país fora como se ninguém soubesse o que é um animal selvagem... E devo dizer que sempre gostei do circo, só que já era tempo de se modernizar.
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