No final da semana passada, Gilberto Madaíl, Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, adiantou que iria conversar com o seu homólogo espanhol sobre a possibilidade de Portugal e Espanha em conjunto organizarem o Mundial de Futebol de 2018, o próximo a ser disputado na Europa (2010: África do Sul; 2014: Brasil).
Ora aqui está o que me parece ser uma boa ideia!... De facto,
· Estádios modernos e funcionais, já nós temos (foram construídos/remodelados para o Euro 2004); logo, há que rendibilizá-los;
· Até 2018 está previsto termos o novo aeroporto de Lisboa (no Campo de Tiro de Alcochete) a funcionar – e, mesmo que tal não sucedesse, como a organização do Mundial seria conjunta (o que é menos pesado do que uma organização a solo), a Portela chegaria bem para as temporárias “encomendas”, como se verificou aquando do Euro 2004;
· Também até 2018 está previsto que as linhas de alta velocidade (TGV) Lisboa-Porto e Lisboa-Madrid estejam operacionais, o que facilitará a mobilidade,quer com o país vizinho, quer no nosso país.
· Está a surgir um pouco por todo o país – embora mais no litoral – um conjunto de unidades hoteleiras de boa qualidade que permitirá albergar, sem envergonhar ninguém, um conjunto mais alargado de turistas e visitantes (e, como o passado prova, o número de turistas/visitantes aumentou sempre nos anos de realização de grandes eventos – como a Expo 98 e o Euro 2004 – e, mais relevante, nos anos seguintes a esses eventos, essa base de turistas não regrediu, muito pelo contrário, continuou a crescer agora a partir de um patamar mais elevado).
Assim sendo, os investimentos necessários para este evento, ou já estão feitos, ou irão sê-lo, independentemente da sua realização. Não vejo, pois, por que não se poderá rendibilizá-los – e tornar Portugal ainda mais conhecido e receptor de turistas/visitantes. Ora, para isso, convenhamos que a organização conjunta do Mundial 2018 cairia como sopa no mel!...
Claro que ela não deve ser vista como uma prioridade para Portugal. Não. Prioritário é tornar o nosso país mais competitivo (e, logo, mais produtivo), actuando acertadamente ao nível da qualificação dos recursos humanos, da flexibilidade da legislação laboral, da desburocratização da Administração Pública e da Justiça, da fiscalidade (diminuição de taxas de impostos e simplificação do sistema fiscal), entre outras vertentes.
Mas, havendo uma boa oportunidade para colocar Portugal novamente nas bocas do mundo (pelas boas razões) e rendibilizar os investimentos que já estão realizados, ou que o irão ser, não vejo por que não aproveitá-la!...
Assim a Espanha colabore e a FIFA nos dê essa oportunidade – e todos ficaremos a ganhar.
PS – Situação diferente seria se tivéssemos que investir em estádios como foi feito para o Euro 2004. Foi aí que foi feito o erro. Agora, uma vez ele estando feito, não vejo por que não há-de ser rendibilizado o mais possível!... Não o fazer seria, em minha opinião, cometer um novo erro…
Tenham dó de mim...
ResponderEliminar... e de mim.
ResponderEliminarCusta acreditar que isto tenha sido escrito por si. Até fui confirmar se não era engano, porque parece coisa de um outro autor do v.blog.
ResponderEliminarA realização de um mundial não difere em muito da realização de um campeonato europeu. O mesmo número de equipas, logo, uma dimensão idêntica da logistica. Os estádios não estarão mais nem menos cheios, a grande diferença será no número de jornalistas e correspondentes estrangeiros uma vez que se trata de uma competição de âmbito mais vasto. De resto as diferenças não serão apreciáveis. Acresce que as infraestruturas em 2018 serão mais e melhores que as de 2004.
Então, depois de se termos feito sozinhos um europeu a partir do nada, estando o país melhor equipado em 2018, iríamos então fazer um evento de dimensão semelhante em conjunto com a Espanha???
Vejo o post acima, onde se pode ler a respeito dos 400 anos sobre o nascimento de um grande português: 'As comemorações foram mínimas, para tão grande figura. O que atesta a nossa pequenez!...'
Querer fazer mundial com a Espanha, sabendo nós que o podemos fazer bem e sozinhos também é um atestado de pequenez.
Este post não parece seu, tenha paciência.
Se o assunto fosse para a frente a Espanha agradeceria porque, em boa verdade, sempre que nos metemos com eles o que resulta é que eles ficam maiores, e nós mais pequenos; dito de outro modo, eles ganham, nós perdemos.
Sejanos orgulhosos, e briosos, porque quando fazemos bem não há ninguém melhor do que nós, portugueses. O nosso problema são os Sócrates e os Menezes e, como se não bastasse, agora até os Gilbertos Madais desta vida. Haja Deus.
E Viva Portugal.
Caro Paulo,
ResponderEliminarIsto aqui já não há Deus, nem Nossa Senhora de Fátima que nos valha.
E quando lhe disserem que há uma luzinha ao fundo do túnel, pois é melhor sair da frente porque vem lá o combóio.
Diferentemente dos restantes comentadores do blogue, cuja estima não coloca em equação, concordo em absoluto com o texto do Dr.Miguel Frasquilho. Ponto por ponto.
ResponderEliminarNão concordo que seja um atestado de pequenez, e não me repugna uma colaboração com o país vizinho. Para além de que a competição sai engrandecida e a possibilidade da organização ser escolhida pela Fifa é maior. É mais apelativo jogar-se em Camp Nou que no Municipal de Leira.
Mas a concordância e tão grande, que transcrevi, obviamente identificando o autor, este post no meu blogue www.oaltavoz.blogspot.com
Um abraço a todos.
Pensar pequenino...
ResponderEliminarSe a Espanha consegue organizar um Mundial sozinha e tem meios diplomáticos e outros... para conseguir votações favoráveis na FIFA, por que razão haveria de querer organizar o evento connosco?
Ainda poderíamos pensar que isso serviria a sua estratégia iberista.
Mas pensando grande parte do Mundo que Portugal é uma província de Espanha, terá a Espanha interesse em mostrar ao Mundo que somos dois países diferentes?
Parece-me uma boa ideia tentar organizar um Mundial, já que temos estádios para isso, mas sozinhos.
A fazê-lo com outro país, poderíamos escolher o nosso vizinho marítimo: Marrocos.
Talvez tivesse a vantagem de ser o primeiro Mundial realizado em dois continentes simultaneamente.
Mas isto talvez ainda seja mais estapafúrdio.
Não esquecer que os estádios do Euro 2004 terão, em 2018, 14 anos - e dificilmente serão argumento para ganhar a organização seja do que fôr (não é preciso ir mais longe, basta compará-los com os estádios do Mundial de 2006, na Alemanha - o FCP até vai regressar a um deles - para se ver a diferença).
ResponderEliminarSó três estádios do Euro tem mais de 30.000 lugares (não esquecer que as especificações da FIFA não são bem as da UEFA).
Conclusão - lá iriamos a correr construir estádios novos (abandonando os do Euro...).
Quanto ao TGV, continuo a esperar que não se faça essa loucura. Mesmo que se vá em frente, tenho dificuldades em partilhar do optimisto de M. Frasquilho. O pendular foi pensado para a Expo e, passados 10 anos, ainda não está a funcionar...