Li hoje no DN que a Media Markt usou depreciativamente a imagem de escuteiros na campanha publicitária que tem o slogan “eu é que não sou parvo”. Não vi o anúncio, só fotografias, mas vi que o Corpo Nacional de Escutas fez um protesto e, se o fez, tem motivo de certeza e só posso apoiar essa indignação.
Inscrever as minhas filhas nos escuteiros foi uma das decisões que mais marcou a sua formação. E, claro, também marcou a minha, como mãe, não tem conta as vezes que fiquei em casa a roer as unhas, a pensar que estavam a dormir ao relento ou a fazer caminhadas intermináveis com mochila às costas, ou a passar frio, ou algures num acampamento sem água perto e um calor de rachar. Só lhes fez bem, a elas e a mim, que também aprendi a distinguir o que era o meu egoísmo do que era o sentido protector.
Inscrevi-as aos 7 anos, no agrupamento de Moscavide, o mais próximo da nossa casa mas onde não conhecíamos ninguém. Confesso que estava receosa, mas fiquei logo conquistada ao primeiro contacto, o sorriso aberto do triplo-L, chefe consagrado durante várias gerações de Lobitos, a casita pobre e minúscula da sede, ao lado da igreja, cheia de cartazes e equipamentos amontoados, tudo arranjado por eles. No grupo, miúdos de todas as idades e meios sociais, chefes para os vários escalões e o livro do Baden Powell para aprenderem as regras.
Nos anos de escutismo aprenderam a solidariedade, a tolerância, a coragem, mas também o sentido crítico, a lealdade, a afirmação pessoal, a superar as dificuldades dando o seu melhor. Como escuteiras, com o seu grupo ou com muitos outros, viajaram em Portugal inteiro, na Europa, na América Latina mas sobretudo viajaram pelo mundo das pessoas, tão diferentes e tão iguais, viram como se lidera, como se convive na harmonia e na entre ajuda, sempre com poucos meios, sempre privando-se do conforto, amando a natureza, ganhando o gosto da descoberta e da aventura, confiando que cada um saberia cumprir com responsabilidade a sua parte das tarefas. Nunca, em tantos anos que lá estiveram, até saírem Caminheiras e já terminados os cursos, nunca tive motivo para me arrepender.
Tenho pelo CNE profundo respeito e gratidão, sei que lhes devo um inestimável contributo para o que tenho de mais precioso, o orgulho na educação e formação das minhas filhas. Convivemos com muitos pais e sempre vimos o mesmo reconhecimento.
Podia contar mil histórias que através deles vivi, a descoberta de um mundo diferente, exigente, onde os jovens de todas as idades se organizam em torno de valores que se tornam lema para a vida porque aprendem a distinguir o que é essencial do que é acessório, tirando de si o seu melhor e partilhando com os outros as suas fraquezas e as suas forças.
Sugiro aos responsáveis pela campanha publicitária que façam um acampamento com os escuteiros, participem no modo como se organizam, como dedicam os seus tempos livres aos mais novos, a troco de nada, só porque o lema deles é “Sempre alerta para servir”. E, depois, reconheçam quem é que afinal é parvo. Parvíssimo.
Inscrever as minhas filhas nos escuteiros foi uma das decisões que mais marcou a sua formação. E, claro, também marcou a minha, como mãe, não tem conta as vezes que fiquei em casa a roer as unhas, a pensar que estavam a dormir ao relento ou a fazer caminhadas intermináveis com mochila às costas, ou a passar frio, ou algures num acampamento sem água perto e um calor de rachar. Só lhes fez bem, a elas e a mim, que também aprendi a distinguir o que era o meu egoísmo do que era o sentido protector.
Inscrevi-as aos 7 anos, no agrupamento de Moscavide, o mais próximo da nossa casa mas onde não conhecíamos ninguém. Confesso que estava receosa, mas fiquei logo conquistada ao primeiro contacto, o sorriso aberto do triplo-L, chefe consagrado durante várias gerações de Lobitos, a casita pobre e minúscula da sede, ao lado da igreja, cheia de cartazes e equipamentos amontoados, tudo arranjado por eles. No grupo, miúdos de todas as idades e meios sociais, chefes para os vários escalões e o livro do Baden Powell para aprenderem as regras.
Nos anos de escutismo aprenderam a solidariedade, a tolerância, a coragem, mas também o sentido crítico, a lealdade, a afirmação pessoal, a superar as dificuldades dando o seu melhor. Como escuteiras, com o seu grupo ou com muitos outros, viajaram em Portugal inteiro, na Europa, na América Latina mas sobretudo viajaram pelo mundo das pessoas, tão diferentes e tão iguais, viram como se lidera, como se convive na harmonia e na entre ajuda, sempre com poucos meios, sempre privando-se do conforto, amando a natureza, ganhando o gosto da descoberta e da aventura, confiando que cada um saberia cumprir com responsabilidade a sua parte das tarefas. Nunca, em tantos anos que lá estiveram, até saírem Caminheiras e já terminados os cursos, nunca tive motivo para me arrepender.
Tenho pelo CNE profundo respeito e gratidão, sei que lhes devo um inestimável contributo para o que tenho de mais precioso, o orgulho na educação e formação das minhas filhas. Convivemos com muitos pais e sempre vimos o mesmo reconhecimento.
Podia contar mil histórias que através deles vivi, a descoberta de um mundo diferente, exigente, onde os jovens de todas as idades se organizam em torno de valores que se tornam lema para a vida porque aprendem a distinguir o que é essencial do que é acessório, tirando de si o seu melhor e partilhando com os outros as suas fraquezas e as suas forças.
Sugiro aos responsáveis pela campanha publicitária que façam um acampamento com os escuteiros, participem no modo como se organizam, como dedicam os seus tempos livres aos mais novos, a troco de nada, só porque o lema deles é “Sempre alerta para servir”. E, depois, reconheçam quem é que afinal é parvo. Parvíssimo.
Cara Suzana:
ResponderEliminarTamb�m fui escuteiro. Como tal, apoio totalmente o que referiu.
É natural que o Corpo Nacional de Escutas tenha enfiado a carapuça. Sei, de fonte segura, que a AEP não identificou na campanha nenhum escoteiro.
ResponderEliminarCaro Pinho Cardão,
ResponderEliminarpelos frutos se conhece a árvore!
Caro Tonibler, com que então a velha rivalidade CNE/AEP??? Olhe que isso agora já está ultrapassado, é a globalização... :)
Ahhh... afinal, a sigla AEP, significa Associação de Escuteiros de Portugal !?
ResponderEliminarPensei que o caro Tonibler se referia à Associação de Empresários Portugueses.
Esta coisa das siglas...
Caros Bartolomeu e Suzana,
ResponderEliminarÉ Associação do EscOteiros de Portugal e não dos EscUteiros.
EscUteiros, deriva da palavra escuta (de ouvir), são os da CNE, dependentes da Igreja Católica que, como toda a gente sabe, é uma organização historicamente ligada ao genocídio, perseguição e morte, cuja aderência a alguns direitos humanos é muito recente e que faz a apologia da pena de morte.
Os meus filhos são EscOteiros, deriva do inglês "scout" (de explorar), independente de seitas religiosas mas não obrigatoriamente ateus, defensores de toda a natureza, incluindo os seres humanos que usam preservativo, lêem a Tora ou não têm pele branca.
Por isso não se pode dizer que exista rivalidade...
Tem razão, caro Tonibler, não quis ir tão longe na consideração, porque... de pequenino me esinaram a não hostilizar, sobretudo se estiver na qualidade de visitante, mas concordo consigo, quando dá nome aos bois, pois claro.
ResponderEliminarCaro Bartolomeu,
ResponderEliminarSeria hostil a alguém que tenha sido eleito por um colégio de cardeais.
Caro Tonibler, ora aí está um discurso que nenhum escUteiro faria. Lamento muito que o pai de um escOteiro alimente essas polémicas... A sério.
ResponderEliminarCara Suzana,
ResponderEliminarNenhum escUteiro, nem nenhum escOteiro (tirando quando se chamam de anti-cristos e de criados do padre, mas isso é mais folclore que outra coisa). Aliás, muitos dos grupos (AEP) são resutantes de dissidências de agrupamentos (CNE).
O resto do que eu disse é assumido quer por uns quer por outros, não há nenhuma polémica nisso. Os escUteiros orgulham-se da sua ligação à igreja católica e os escOteiros de serem independentes. Não vejo nenhum problema nisso, apesar da incompatibilidade. Cada um segue o seu caminho e bem. Agora, não me parece que se possa dizer que exista rivalidade uma vez que não são a mesma coisa e, honestamente, nem me parece que tenham que ser.
Os meus amigos perdoem imiscuir-me nesta divergência de conceitos.
ResponderEliminarConheço pela rama as duas "organizações", apesar de ter colaborado, quando jovem, por um tempo reduzido, com os escoteiros de uma delegação da AEP.
Obviando a importância religiosa e política com que o nosso amigo Tonibler qualifica o CNE, pois não creio que as mesmas premissas se mantenham na actualidade, tão pouco desde ha 20 anos atrás, deposito a minha atenção em aspectos díspares.
Independentemente das diferenças encontradas nas linhas morais que orientam as duas organizações, penso que é de muito maior importância, os pais não se desmobilizarem da importante tarefa de levantar o edifício moral e (ou) religioso dos seus filhos, entregando-os a uma organização (seja ela qual for) que é tida como detentora de toda a sabedoria pedagógica nesses campos. As linhas doutrinais de Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, obterão maior eco nas personalidades que atribuem maior valor à liberdade individual e talvez, sublinho talvez a linha orientadora da CNE se prefile no campo da disciplina religiosa e da obdiência a conceitos, que alguns possam achar até desajustados a uma sociedade como a nossa.
Não valorizo, nem desvalorizo um dos dois.
Em minha opinião, ninguem melhor que os pais, saberá incutir ao seu filho o apreço por valores morais e religiosos, que visem o respeito pela sociedade, pelo ambiente e por todos os seres vivos.
Digo-vos com a maior seriedade e sinceridade, por nada deste mundo, emprestaria aos chefes, aos guias, aos caminhantes, e a todo o restante pessoal orientador na vasta cadeia hierárquica do escutismo o privilégio e o imenso prazer que senti acampando numa tenda canadiana com os meus filhos, caminhando por trilhos de montanha, transpondo obstáculos, ajudando-os a despertar para a contemplação e o entendimento das coisas naturais da vida.
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarAcho que esse problema da "entrega" não se coloca, nem acho que exista uma substancial divergência de conceitos. Para quem é católico é natural que não consiga ver grande diferença entre a CNE e a AEP. No caso dos meus filhos, que têm uma mãe católica e um pai ateu, essa pequena diferença torna-se uma brutal diferença e serem educados na liberdade religiosa implica também a rejeição de ambientes onde ela não exista, muito embora o meu ateísmo seja em 98% regido pelos valores cristãos dos meus antepassados. Mas, como referi, não têm que ser a mesma coisa, cada um é como cada qual.
Prezada Dr.ª Suzana Toscano
ResponderEliminarÉ com profundo agradecimento que, enquanto chefe de um Agrupamento de Escuteiros do CNE (1023-S. Julião do Tojal)revejo este artigo sobre a despudorada e deturpada utilização da imagem estereotipada de um "escuteiro" numa campanha publicitária de cariz ultra duvidoso promovida pela Media Markt, em total desrespeito (desconhecimento?) das regras éticas da publicidade.
A sua visão, traduzida no texto que tive o grato prazer de ler, revela um conhecimento aprofundado da valia do método escutista e o elevado contributo na educação e formação dos nossos jovens.
Pelas suas palavras, não quero deixar de deixar aqui expresso, colectivamete, o nosso bem-haja!
Se me permite, caro Tonibler, há alguns pontos a esclarecer relativamente a ambos os movimentos escu(o)tistas, Associação dos Escoteiros de Portugal e Corpo Nacional de Escutas. Assim, ambos têm uma Lei, bastante semelhante no seu articulado. Ambos têm uma divisa,"Sempre Pronto" no caso da AEP e "Alerta" no caso do CNE. Contrariamente ao que pensa, qualquer associado da AEP deve professar uma religião, seja ela qual for (e falo de religião e não de seitas). Método Escu(o)tista há apenas um, o em boa hora criado pelo nosso Fundador Robert Baden-Powell. Se ler a obra Escu(o)tismo para Rapazes tirará a conclusão de que para ser Escu(o)teiro não se pode ser ateu nem agnóstico.
ResponderEliminarDa Lei do Escu(o)ta conts aum 4.º Artigo - O Escu(o)ta é amigo de todos e irmão de todos os outros Escu(o)tas. Não poderia ser de outro modo! Não há, pois, qualquer rivalidade entre ambos os movimentos, esta é, pelo menos, a minha visão e sempre foi ao longo de 44 anos de prática escutista. Há, bem pelo contrário, uma amizade profunda e um sentido comum de serviço.
Se tiver dúvidas quanto a este meu comentário, leia atentamente os estatutos de ambas as associações e não esqueça a leitura do tal livrinho de Baden-Powell.
Caro Tonibler, tantos os Escuteiros (CNE) como os Escoteiros (AEP)partilham os mesmos ideais, aqueles que já o nosso Chefe Baden-Powell defendia há 100 anos. Não existem quaisquer diferenças nem incompatibilidades entre o CNE e a AEP, ambas praticam o método escutista.
ResponderEliminarAconselho-o vivamente a ler o "Escutismo para Rapazes", escrito por Baden-Powell. De certeza que iria ficar a conhecer bem melhor o Escutismo, quais os seus objectivos e qual o seu método, coisas básicas que, sendo pai de um escoteiro, já deveria saber.
Caros Escuteiros,
ResponderEliminarNão negam os caros escuteiros que o facto de a AEP negar os ensinamentos religiosos isso torna-a uma associação com liberdade religiosa e que tal não acontece na CNE. Não tenho a menor dúvida que sem a CNE abandonar as ligações à igreja, nunca uma fusão seria possível e é nesse sentido que digo que são incompatíveis, não que andem à trolha.
Enquanto pai nunca admitira que os meus filhos se pudessem associar a uma organização como a igreja católica, com a história que tem e com aquilo que defende. E estou certo ser essa a convicção de muitos pais e uma eventual fusão levaria ao abandono de muitos escoteiros, se não da maior parte.
É deste incompatibilidade de que falo.
Caro Tonibler, para quem tanto fala de liberdade, o facto de afirmar que nunca deixaria os seus filhos se juntarem à Igreja Católica revela um pouco de autoritarismo.
ResponderEliminarMas continuo a dizer-lhe que está errado na sua forma de pensar. Até lhe dou um exemplo: eu sou Dirigente do CNE, actualmente estou com os Pioneiros (jovens dos 14 aos 17 anos). Em Agosto vamos acampar com um Grupo da AEP da Pontinha e com Escuteiros Marroquinos, muçulmanos. Como vê não há qualquer tipo de incompatibilidade nas nossas associações. Aliás, nós próprios incentivamos a que existam actividades conjuntas, quer com outras associações escutistas portuguesas quer com escuteiros estrangeiros e de outras religiões e culturas, isso sim é liberdade.
Já o anterior Papa João Paulo II, defendia exactamente o mesmo, o diálogo entre as religiões. Só assim poderemos ter cidadãos informados, responsáveis, tolerantes em relação a outras crenças e culturas.~
Novamente o aconselho a ler atentamente o Escutismo para Rapazes. Verá que Baden Powell não defendia esta ou aquela religião, defendia sim que cada escuteiro tivesse uma religião e que a pusesse em prática, que se assumisse com orgulho.
Meu caro Ferreira, quando os meus filhos tiverem 18 anos farão o que entenderem. Entretanto aprenderão que gente houve que matou gente por motivos rácicos, ideológicos ou religiosos e que a Igreja Católica faz parte dessa gente, como é inegável. Se estivessemos a falar de andar de cruzes suásticas ao peito não me acusaria de autoritarismo de certeza.
ResponderEliminarDiga-me, caro Ferreira, esses escuteiros muçulmanos fazem parte da CNE? Se forem, será respeitada a sua recusa de não jurarem a obediência à Igreja Católica? Será respeitada a sua convicção de seguir os ensinamentos do Profeta dentro da CNE? E a recusa em admitir que Jesus foi o Messias?
Não há qualquer possibilidade de fusão entre as duas associações enquanto a CNE estiver ligada à Igreja Católica. Logo são incompatíveis, e é nesse sentido que digo que são incompatíveis e defendem valores diferentes. Lá porque encontra uns quantos em comum, também encontrará comigo e não sou escuteiro. Agora também não me parece que não possam acampar juntos tal como eu não deixo de falar com católicos.
O anterior papa também defendia a pena de morte e a igreja vai fazer dele santo, não vamos por aí...
Não creio que o facto de acreditar em Jesus Cristo, ou ter "a certeza" que ele não existiu seja relevante na missão que foi confiada a todos os rapazes e raparigas que optam por deiaxar as actividades normais do quotidiano de uma criança/jovem. Essa missão é deixar o mndo um pouco melhor que o encontrares.
ResponderEliminarAssim como cada um de nós tem uma profissão, essa profissão deve ser uma forma de "serviço", ao mundo.Assim o escutismo complementa-se com o escotismo. O mundo é a nossa missão ou objectivo...
Nã considero que o o cne nao tenha liberdade. As associações voluntárias têm a vantagem de podermos optar por elas ou não.
Quanto ao sangue derramado, consequente da igreja... Talvez me possam dizer quantos homens não erraram... quantas vezes alguém pensou que se pudesse acabaria com a vida a alguem... Pode ser excessivo mas é uma realidade... chamam-se distúrbios mentais...(isto poderiaser apenas uma hipotese, muito pouco fundamentada)
Decerto que se algum escoteiro algum dia cometer algo do género, nã será ele julgado, mas sim a Associação, quanto ao cne, além da associação, a imagem da igreja também estará em jogo...
são simplesmente outras formas de ver as coisas, nao ficando certo de que o que aconteceu no antigamente é ainda hoje reconhecido.
Mais uma vez estereotipamos a imagem de uma organização...
contudo, tenho imenso orgulho em poder partilhar esta missão com a aep. Vejo neles ainda um exemplo de mística e apreço pelo fundador. Assim sinto que complementam a nossa formação, contribuindo assim para que o "barco" siga um caminho único e de uma forma mais vigorosa
ResponderEliminarCara Suzana Toscano
ResponderEliminarComo também sabe fui durante muito tempo escuteiro do Corpo Nacional de Escutas, precisamente, 10 anos.
Foi uma experiência de vida fantástica e muito importante em momentos específicos da minha vida. Vencer alguns medos, acreditar que é sempre possível melhorar, fazer o bem sem esperar outra recompensa, incutir brio em todas as acções, um perfecionismo saudável e não arrogante foram algumas das coisas que aprendi com os escuteiros.
Agradeço muito do que sou hoje, bom ou mau, aos grandes dirigentes que tive e ao grupo com quem tive a felicidade de passar alguns dos melhores anos da minha vida e experienciar um conjunto de coisas cuja descrição é muito díficil.
Sobre o anúncio, assim que o vi senti relativa revolta. Mas é constante. Algum gozo está sempre presente, em especial, depois daquela célebre rúbrica dos 4 magníficos ou não...aqueles que trabalham 2 ou 3 meses por ano.
Quanto a suposta rivalidade com o AEP, uma ou duas breves notas : De facto acho que o CNE é uma organização católica e que por isso deve ter como escuteiros aqueles cuja fé em Deus seja indubitável. Quem não tem esta crença ou não quer estar ligado à Igreja Católica tem a opcção dos AEP, insitituição que respeito igualmente, sendo indiferente a notória discrepância de dimensão.
Penso, no entanto, que o CNE devem manter elevada a bitola pela qual fazem reger a actividade dos escuteiros não permitindo aqui e ali situação que em nada dignificam o Corpo Nacional de Escutas, numa perspectiva de educação, formação, mas igualmente de progresso assente no entando em questões basilares que não devem ser minimizadas.
Como já tive ocasião de dizer e escrever, apenas posso dizer um Muito Obrigado a esta instituição.
Sr. Tonibler, a AEP não é uma associação desprovida de religião mas sim interconfessional, ou seja, na prática, cada Grupo deverá escolher uma religião, isto porque, e como já foi referido em comentários anteriores, o próprio princípio do Escutismo afirma que todos os escuteiros/escoteiros devem ter uma religião. A AEP tem grupos católicos, protestantes, islamitas, hindus...
ResponderEliminarQuanto à AEP não ter tomado medidas em relação ao assunto inicial desta discussão, sugiro que consulte a página oficial da AEP em http://www.escoteiros.net/site/ e verifique que afinal a AEP também 'enviou a carapuça'. Afinal somos "amigos de todos e irmãos de todos os outros escuteiros/escoteiros"
Caro Trekman,
ResponderEliminarNão é o ter religião que está em causa, mas o estar dependente de uma organização religiosa o que impede a liberdade religiosa. Não sei onde percebeu o contrário.
Quanto à carapuça, estava a brincar, mas acho mal que qualquer uma das organizações olhe para um palerma de chapéu, meias e chinelos que se confessa parvo e veja lá um escuteiro ou escoteiro.
Caro Tonibler, mais uma vez está errado na sua forma de pensar e de ver as coisas.
ResponderEliminarO CNE é um movimento voluntário que, apesar de ser um movimento da Igreja, não impede qualquer tipo de liberdade religiosa! Eu assumo-me como Cristão com muito orgulho e garanto-lhe que ninguém me obrigou a tal coisa, continuo a acreditar em Cristo e a transmitir a sua Palavra a quem a queira conhecer!
Os escuteiros muçulmanos de quem falo, são marroquinos, logo obviamente que não fazem parte do CNE. No entanto não é por isso que deixarão de ser respeitados. Afinal são escuteiros como nós,têm uma lei como nós, fizeram uma promessa escutista tal como nós. Não somos adversários só pelo facto de professarmos religiões diferentes. É até importante que tenhamos contacto com outras culturas, com outros pontos de vista para não cairmos na ignorância de pensar que nós é que estamos bem e os outros estão todos mal.
Apelo novamente para que leia atentamente o Escutismo para Rapazes!!!
Caro Ferreira,
ResponderEliminar"Cumprir os meus deveres com Deus, a Igreja e a Pátria"? É desta forma que se respeita a liberdade religiosa?
Volto a repetir, eu nunca disse que são adversários, eu nunca disse que eram rivais, eu não tenho nada a ver com aquilo que gostam de fazer ou de acreditar no que quer que seja. Só disse que a ligação a igreja católica torna as duas associações incompatíveis no sentido que nunca se poderiam fundir. Ainda que se fundissem, a CNE e a AEP, surgia logo outro movimento de gente que não se gosta de ver misturada com a igreja católica que, como também deve perceber, existe.
Cara Sr. Suzana Toscano, apenas quero deixar o meu apreço as suas palavras de reconhecimento a esta associação.
ResponderEliminarPor vezes é bom ouvir/lêr palavras como as suas para nos dar alento para continuar ;)
Canhotas
Ao outro tema em discussão, recomendo ao sr. Tonibler que se informe e deixe de ser obtuso.
A criação destas duas associações aconteceu pq acharam k n havia espaço para a junção...
Se n estou em erro, a AEP é mais antiga em Portugal que o CNE, esta (CNE) surgiu pq houve necessidade de criar uma associação que professasse o cristianismo (como já foi dito, escuteiros/escoteiros têm de ter uma religião) visto esta ser a religião que maior impacto tinha na sociedade Portuguesa. Parece lógico, não!?
Tou a vender o peixe como o comprei, pelo que se estiver enganado desde já as minhas sinceras desculpas e peço que me corrijam.
Posto isto sr. Tonibler, aí tem a sua liberdade religiosa. Se quiser os seus filhos educados na fé cristã, inscreva-os no CNE, se acha que a igeja é uma "fantochada" inscreva-os na AEP ;)
Apenas lhe posso dizer que faz mt bem inscrevê-los em qualquer uma destas associações, pois acredito realmente neste método.
Cumps
Olá a todos o meu nome é Daniel,
ResponderEliminarQueria exprimir a minha opiniao neste blog.
A AEP neste momento tem 96 anos enquanto que o CNE apenas tem 70 e tais.
A palavra EscOteiro surgiu devido a um concurso do DN, pois houve uma altura que nao existia a palavra "Scout" em Portugues
Escoteiro- S.M., Aquele que viaja sem bagagem ou alforge (este é o significado original da palavra, agora perdido)
A palavra EscUteiro vem de outro conceito. Um conceito criado em França chamado ecutismo (algo do genero, ja nao me recordo bem, mas tem U), que está ligado ao catolicismo.
Neste momento as leis EscOtistas, no que se refere á religiao mudaram.
O escoteiros compromete-se a:
1. Cumprir os meus deveres para com a minha Fé e a Pátria.
Por isso cada um pode ter a sua Religião sem haver descriminações.
Outra coisa que queria referir... Para os "scouts" supostamente não ha descriminações. Mas tal não acontece com o CNE, este mesmo descrimina na Religião.
Agora... O CNE descrimina nesse ponto, é um conceito diferente do "scout" que BP criou. Como é que podem ser considerados "scouts"?
A meu ver são uma lavagem ao cerebro da Igreja católica.
Por favor comentem... Obrigado