Foi hoje anunciada a criação do Movimento Esperança Portugal, que se perspectiva como um futuro partido político logo que obtenha as necessárias 7 500 assinaturas. Segundo Rui Marques, que dá a cara pelo Movimento, esperam apresentar-se já a votos nas eleições europeias.
Não consegui aceder ao site e a entrevista que vi na Sic Notícias pareceu-me muito pouco para perceber do que se trata e fiz então uma breve pesquisa na Net, onde já abundam comentários, análises e opiniões sobre esta novidade do nosso cenário político.
O que os moveu? “Mobilizar e dar esperança aos portugueses que vivem uma fase de grande desânimo”, procurando uma “resposta positiva”.
Não consegui aceder ao site e a entrevista que vi na Sic Notícias pareceu-me muito pouco para perceber do que se trata e fiz então uma breve pesquisa na Net, onde já abundam comentários, análises e opiniões sobre esta novidade do nosso cenário político.
O que os moveu? “Mobilizar e dar esperança aos portugueses que vivem uma fase de grande desânimo”, procurando uma “resposta positiva”.
Quem são? É um projecto "de gente comum", constituído por 60 pessoas, que decidiu dar um passo em frente e que, com esse gesto, "quer transmitir esperança, no sentido de que a política é uma responsabilidade de todos nós e não só de alguns".
O que os define? "O MEP é um movimento humanista que quer estar ao centro do centro político, entre o PS e o PSD, para que a partir daí seja possível construir pontes e sublinhar mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa", querem “afirmar a construção em vez da oposição”, têm um projecto “marcadamente humanista” e “a visão de um mundo interdependente e solidário".
Não vou fazer juízos nenhuns sobre a iniciativa, a seu tempo teremos que elaborar sobre ela, presumo eu, porque quem assim se decide não deve ser para desistir às primeiras.
Desassombro, têm, e isso já é alguma novidade. E tentam uma linguagem diferente, isso também é patente, ainda que soe com alguma ingenuidade, a constituição do grupo e a sua apresentação pública não deixa de ser um clamor crítico perante o leque que hoje se oferece à escolha.
Não conheço nada do grupo, mas suscitou-me a curiosidade, pelo menos poderemos testar se há mesmo vontade de ouvir uma forma diferente de dizer as coisas, de pôr a falar as pessoas “comuns”.
Mas não seremos todos pessoas comuns? Aí está uma qualificação que eu gostaria de ver mais bem explicada…
Ora aí está um programa político simpático, colocado ao centro do centro.
ResponderEliminarEu acredito de imediato nas intenções, mesmo que depois venha a verificar que se desviaram do objectivo inicial. Para que algo surja, é necessário que exista o propósito, a intenção, a vontade. A consciência de cidadania e de comunidade, exigem o aparecimento de uma vertente política que, tal como a cara Suzana refere, consiga estabelecer pontes entre aquilo que apesar de comum, parece dividido.
Será uma tarefa de dimensões gigantescas, mas incontornável pela absoluta necessidade de que se faça.
Não tenho a menor dúvida do êxito, o qual na prespectiva, está à partida, implícito na própria natureza humana. Depois... falta cumprir-se o desígnio de portugal e, ESSE, como bem sabemos, consiste básicamente na demonstração da igualdade e na união das vontades humanas.
Tal como no passado próximo, em tempos de crise económica e social uma franja da sociedade mais ou menos inocente, "exclui-se" da responsabilidade de ter contribuído para a eleição de um determinado governo; no caso concreto do governo Sócrates. Forma-se assim um movimento de cidadãos desiludidos que, basicamente, não se revêem nas políticas seguidas por estes detentores do poder.
ResponderEliminarPese embora o facto de ser um acto de cidadania importante, não deixa de ser, no entanto, a atitude de Pilatos.
Na realidade, estes movimentos são constituídos por pessoas "dentro do sistema", logo co-responsáveis também, pelos governos que resultam de eleições.
Assim sendo, este MEP emergente do nosso sistema actual democrático, constitui, sob o meu ponto de vista, um "grito" colectivo de “desiludidos” com o governo actual.
Alguma oposição tem vindo, paulatinamente e sem grandes vedetismos, a saber colher os frutos; outra, nem tanto...
Num período em que cada vez mais pessoas se afastam da política partidária por não verem nem ns protagonistas nem nos partidos credibilidade bastante, é positivo que surjam movimentos que se propoem intervir no espaço partidário. Só por isso é de louvar o gesto.
ResponderEliminarDo movimento só conheço o que ouvi de uma entrevista ponderada, mas de pouca substância, de quem parece ser o principal animador do projecto, Rui Marques.
Não sei se o nascimento do novo partido (se vier a ocorrer) se deverá menos à necessidade de afirmação de um projecto ideológico alternativo aos do PS e do PSD (pressupondo que por ali ainda vigora alguma coisa identificável com os ideários social-liberal e social-democrata), e mais à percepção de que a maioria dos desiludidos está justamente na mole imensa do eleitorado moderado que determina a alternância entre os dois maiores partidos.
E percebo o que querem dizer por "gente comum". Todos os projectos partidários após 1976 nasceram de dissidências de gente mais ou menos relevante nos partidos tradicionais. Mesmo o PRD, que surgiu justamente para capitalizar os efeitos de uma profunda crise que então igualmente assolava PS e PSD - e teve êxito, ainda que episódico - construiu-se á custa de alguns ex-dirigentes socialistas, muitos ex-dirigentes social-democratas finda a experiência da ASDI, e com o alto patrocínio do Presidente da República Ramalho Eanes.
Este caso, se vier a concretizar-se, parece ter essa nota distintiva. Não assenta em nenhuma cisão ou no "aproveitamento" de ex-dirigentes descontentes com o partido com que romperam. É gente comum nesse sentido. Contudo, muito me espantaria se, aos primeiros sinais de sucesso deste projecto, a ele se não atrelasse gente hoje acantonada e silenciosa nas suas ambições porque as não pode exprimir nos partidos a que pertence. É que é desta gente incomum que a política se faz em Portugal.
O que prometem?
ResponderEliminarQual a sua mensagem?
A continuação da ilusão?
Ou o realismo?
Meu caro Carlos da Cruz,
ResponderEliminarA página do MEP está em
http://www.mep.pt
Confesso que palavras como "movimento", "esperança", "humanismo" e "centro" catalisam o meu cepticismo. Para acompanhar sem ilusões.
Cumprimentos,
Paulo.
Suzana
ResponderEliminarMuito oportuno o seu texto. Aproveitei para procurar mais informação e andei na net a navegar. Encontrei muito pouco. O que sei limita-se ao que foi passado nas televisões.
Vamos ter esperança e esperar o que o MEP tem de novo para se distinguir e mobilizar vontades, para se demarcar das restantes forças políticas.
É louvável o seu aparecimento e é um gesto, à partida, que manifesta procupação pelo País. Teremos que ver quem é a "gente comum" que está disponível para servir. Será gente desiludida, será gente com um projecto firme, será gente comvontade de fazer política de maneira diferente, será gente que sabe pensar o País?
Também gostava de ver melhor explicada a qualificação de "gente comum"...
Vamos ver, a vida política agradece se houver capacidade de refrescar o discurso e de recuperar o crédito dos protagonistas, agora com "gente comum" por contraste, como propõe a interpretação do Zé Mário, com os que têm protagonizado a "frente de batalha" ao longo dos anos.
ResponderEliminarMeus caros,
ResponderEliminarSábado (8 de Março), às 12h, o Sr. Rui Marques (presidente? do MEP) vai ser entrevistado na antena 1, pela Sra. Maria Pedroso.
Tenho "esperança" na entrevista MEP, vai fazer maravilhas aos meus cozinhados, enquanto me "movimento" entre tachos e panelas. Como não vamos almoçar dieta, a parte do "centro" fica para quando a figadeira atacar...
Cumprimentos,
Paulo.
Caro Paulo, obrigada pela informação e bom cozinhado, inspire-se com novos condimentos...:)
ResponderEliminarCara Suzana Toscano,
ResponderEliminarEste fim-de-semana foi interessante. Rui Marques é alguém que conhece de perto a miséria, a exclusão. Por outro lado as nossas sociedades são cada vez mais eficientes. Conjecturo que este aumento de eficiência trás consigo um aumento de exclusão social. Esta preocupação com a eficiência (veja-se o défice, mas também e.g. o sistema de avaliação, e todo um conjunto de reformas) parece chocar cada vez mais com o "humanismo" de que fala Rui Marques (e também Barak Obama).
Vi recentemente um documentário de Adam Curtis -- "The trap", onde o autor afirmava que estes modelos de gestão (incentivos, etc) se baseavam num modelo de homem como "egoísta racional". A sua conjectura era que com uma gestão moderna era aparentemente possível dar mais liberdade aos indivíduos (que assim eram livres de responder aos incentivos) mas caia-se na armadilha de os espartilhar numa camisa de incentivos que os tornava "egoístas racionais" e não pessoas livres.
Será que a tensão (política) está a desviar-se para os "opostos" "número"-"pessoas" deixando para trás outras "lutas"?
Cumprimentos,
Paulo.