Foi há sete anos, em 4 de Março de 2001.
A tragédia deu-se.
A ponte Hintze Ribeiro, a ponte Entre-os-Rios, desmoronou-se à passagem de um autocarro que transportava gente da região de Paiva, de regresso de um passeio às amendoeiras em flor, seguido de três automóveis.
A pedra e o ferro cederam, o caminho acabou no vazio, a meio da ponte, e ninguém chegou ao seu destino.
Morreram 59 pessoas.
Uma dor profunda tomou conta dos que perderam os seus queridos familiares e amigos.
O País ficou em estado de choque.
Muito se disse, muito se especulou, muitas culpas foram atribuídas e devolvidas a diversas entidades e muitas acusações se ouviram.
Muitas causas foram apontadas, peritagens e investigações sucederam-se.
Muitas explicações foram dadas e exploradas.
Mas passaram-se sete anos e a justiça não atribuiu responsabilidades pelo colapso da ponte.
O sentimento das famílias das vítimas é que “Não temos qualquer expectativa de que este caso venha a ser concluído com a condenação de alguém”.
O sentimento geral coincide. Tudo se encaminha para que mais uma vez a culpa morra solteira. Cai uma ponte, morrem 59 pessoas. Uma tragédia que nunca conhecerá razões.
A tragédia deu-se.
A ponte Hintze Ribeiro, a ponte Entre-os-Rios, desmoronou-se à passagem de um autocarro que transportava gente da região de Paiva, de regresso de um passeio às amendoeiras em flor, seguido de três automóveis.
A pedra e o ferro cederam, o caminho acabou no vazio, a meio da ponte, e ninguém chegou ao seu destino.
Morreram 59 pessoas.
Uma dor profunda tomou conta dos que perderam os seus queridos familiares e amigos.
O País ficou em estado de choque.
Muito se disse, muito se especulou, muitas culpas foram atribuídas e devolvidas a diversas entidades e muitas acusações se ouviram.
Muitas causas foram apontadas, peritagens e investigações sucederam-se.
Muitas explicações foram dadas e exploradas.
Mas passaram-se sete anos e a justiça não atribuiu responsabilidades pelo colapso da ponte.
O sentimento das famílias das vítimas é que “Não temos qualquer expectativa de que este caso venha a ser concluído com a condenação de alguém”.
O sentimento geral coincide. Tudo se encaminha para que mais uma vez a culpa morra solteira. Cai uma ponte, morrem 59 pessoas. Uma tragédia que nunca conhecerá razões.
Finalmente, a culpa não é de ninguém!
Como foi possível termos chegado a este ponto?
Como foi possível termos chegado a este ponto?
É triste. É grave.
Longe, é certo, da intensidade das emoções que senti perante a tragédia, respeito e não esqueço o sofrimento de perda de todas as famílias envolvidas.
Longe, é certo, da intensidade das emoções que senti perante a tragédia, respeito e não esqueço o sofrimento de perda de todas as famílias envolvidas.
Também me impressionou essa declaração,foi um verdadeiro grito de alarme, aquela desistência. Mas é atávico, nós não gostamos de prever desgraças a não ser para dizermos que as previmos quando elas acontecem. Raramente para dar origem à acção. A MArgarida devia ter visto a descrição de todas as asneiras que levaram à quase impossibilidade de vir a resolver as cheias sistemáticas na zona de Sacavém. Passadas, presentes e mesmo algumas que já se perfilam com o seu arzinho muito inocente, as imprudências, para não dizer inconsciências acumularam-se e agora é quase (?) preciso demolir o concelho, a A8, os bairros novos, etc, etc, para as águas escorrerem no seu leito sem encontrar obstáculos intransponíveis. E os colectores feitos em 1940 também já não servem.Às vezes pergunto para que serve tanta evolução científica e tecnológica se tudo se continua a decidir na ignorância!
ResponderEliminarFica sempre, minhas caras Amigas, a indecorosa exploração mediática da dor.
ResponderEliminarÉ como dizem. Vivemos num país que idolatra Santa Bárbara, que muito se preocupa com as formas e pouco valor dá á prevenção. O que se passou em Entre-os-rios deveria fazer-nos pensar o que pode acontecer, por exemplo, em alguns pontos da costa onde as ocupações disparatadas continuam a suceder-se
Cara Margarida
ResponderEliminarComo de costume, a culpa morreu solteira. Só que neste caso as coisas são mais graves, na medida em que se sabia perfeitamente bem, que os pseudo responsáveis desta aventura a todos os títulos indecorosa, iam ser absolvidos, dado que os que na realidade deviam estar sentados no banco dos réus, " escapoliram-se mais uma vez ". Mais uma vez, com esta notícia - só temos esse direito quando a bronca é negativamente grande - aparecemos na televisão americana. E agora ? Agora ao menos arrepiem caminho e procedam às indispensáveis inspecções . Com o sr.lino é um desatino!
Cara Dra. Margarida Aguiar.
ResponderEliminarInfelizmente, esta tragédia parece estar branqueda, considerando que, de entre os possíveis responsáveis, não há um porteiro ou um zelador de pontes, a quem se possa assacar a negligência do acto. É sempre assim.
Concluimos, portanto, que os presidentes das pontes, das estradas, das televisões públicas, e das demais coisas públicas, só são imputáveis para receberem chorudos vencimentos; mas totalmente ininputáveis, quando se trata de assumir as responsabilidades. É assim em Portugal, salve-se quem puder...
Suzana
ResponderEliminarTemos muita sorte que não aconteçam muitas tragédias, não porque esteja tudo no sítio, seguro e bem tratado. Os ingredientes para que aconteçam são mais do que muitos, não porque tenhamos vontade, mas vontade temos em fazer as coisas mal feitas e em teimar em não as concertar. Sacavém é um bom exemplo!
Caro José Mário
Tem muita razão. As tragédias é do que a "exploração mediática" está sempre à espera, é do que se alimenta. Os ingredientes, seja na costa seja no mar, lá estão à espera de uma conjugação de factores para a coisa se dar.
Caro antoniodasiscas
Muito gostava eu de saber se a tal unidade que se apressaram a anunciar, logo após a tragédia, para fiscalizar o estado das pontes foi realmente constituída e que trabalho já fez. Teríamos por certo mais uma surpresa!
Aunciam-se as coisas, fazem-se promessas e depois nada acontece.
Caro jotaC
A desresponsabilização ou falta de apuramento de responsabilidades está a dar cabo do País. É impossível sermos um País decente se não somos capazes de assegurar coisas tão indispensáveis como a justiça. É um pilar fundamental. Quando os pilares cedem, como aconteceu na ponte Entre-os-Rios a derrocada é fatal!