O Expresso vai tratar amanhã o tema que diz ser da alteração de preconceitos na política. Dando como exemplos a chamada ao governo espanhol de Cármen Chacón, ao francês de Rachida Dati e ao italiano de Mara Carfagna. E interroga-se se “serão estes sinais de um novo tempo político, mais coerente com a realidade social, ou meros acasos definidos pelo poder da imagem”.
Nem uma coisa nem outra, a meu ver. Nem sinais de um tempo mais coerente com a realidade social (aqui dá-se, apesar de tudo, o benefício da dúvida à escolha mais sólida, a de Rachida Dati, de ascendência marroquina), nem meros acasos definidos pelo poder da imagem, mas sim atitudes premeditadas de projectar uma falsa imagem, à falta de substância que a suporte. O pior dos cenários, infelizmente!...
Não ouvi, nem li qualquer análise ou mesmo simples apontamento que considerasse Cármen Chacón ou Mara Carfagna como pessoas dotadas de sólido e incontestável curriculum profissional ou político, que as recomendasse para serem membros do Governo. Ou de qualquer particularidade de perfil ou de percurso que as recomendasse para serem Ministras da Defesa ou da Família. Isto, para além de Cármen Chacón ser mulher de um antigo Secretário de Estado, o que não é despiciendo nos tempos em que as repúblicas querem fazer de monarquias, nomeando sucessores.
Por isso, e à falta de atributos fundamentais para o cargo, Zapatero escolheu o atributo mais óbvio, o da gravidez, para catapultar uma mulher para o Ministério mais imprevisível, o da Defesa. Assim como o atributo mais evidente de Mara Carfagna é o de ser ex-modelo, ter concorrido a Miss Itália e ter levado Berlusconi a dizer-lhe que, se não fosse casado, casaria contigo, agora.
Com tal pose fracturante e progressista, Zapatero e Berlusconi ficarão muito bem na fotografia do politicamente correcto. As Ministras servem de bibelot e adorno à imagem. Nas paradas militares, ou nas paradas das revistas sociais.
Nem uma coisa nem outra, a meu ver. Nem sinais de um tempo mais coerente com a realidade social (aqui dá-se, apesar de tudo, o benefício da dúvida à escolha mais sólida, a de Rachida Dati, de ascendência marroquina), nem meros acasos definidos pelo poder da imagem, mas sim atitudes premeditadas de projectar uma falsa imagem, à falta de substância que a suporte. O pior dos cenários, infelizmente!...
Não ouvi, nem li qualquer análise ou mesmo simples apontamento que considerasse Cármen Chacón ou Mara Carfagna como pessoas dotadas de sólido e incontestável curriculum profissional ou político, que as recomendasse para serem membros do Governo. Ou de qualquer particularidade de perfil ou de percurso que as recomendasse para serem Ministras da Defesa ou da Família. Isto, para além de Cármen Chacón ser mulher de um antigo Secretário de Estado, o que não é despiciendo nos tempos em que as repúblicas querem fazer de monarquias, nomeando sucessores.
Por isso, e à falta de atributos fundamentais para o cargo, Zapatero escolheu o atributo mais óbvio, o da gravidez, para catapultar uma mulher para o Ministério mais imprevisível, o da Defesa. Assim como o atributo mais evidente de Mara Carfagna é o de ser ex-modelo, ter concorrido a Miss Itália e ter levado Berlusconi a dizer-lhe que, se não fosse casado, casaria contigo, agora.
Com tal pose fracturante e progressista, Zapatero e Berlusconi ficarão muito bem na fotografia do politicamente correcto. As Ministras servem de bibelot e adorno à imagem. Nas paradas militares, ou nas paradas das revistas sociais.
A ascensão pelo mérito dá lugar à ascensão pela circunstância.
Mulheres objecto, mas objecto politicamente muito correcto!…
Podemos dizer que a frase "Será que esta ministra é boa?" assume todo um novo significado...
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