O ´meu´ 25 de Abril foi comemorado, como nos últimos anos, na capital do Douro-Sul, Lamego.
Leio que o senhor Presidente da República lastimou, no discurso que proferiu na Assembleia da República, a falta de conhecimento dos jovens de hoje sobre o significado da data (e não só), baseado num estudo que encomendou à Universidade Católica.
Os investigadores não passaram pelas escolas do meu Concelho. Ontem mesmo, na sessão solene comemorativa do Dia da Liberdade da Assembleia Municipal de Lamego, foram os jovens que deram uma lição a quem a ela compareceu, sobre o sentido profundo, no passado e para o futuro, do 25 de Abril.
Visões diferentes. Esta que para aqui trago, admito que não é nada católica perante a adesão geral ao discurso do senhor Presidente da República. Mas é aquela que me ficou impressa de uma cerimónia onde o brilho foi precisamente dado pelos jovens que nela entusiasticamente participaram.
Dir-se-á que uma andorinha não faz a primavera. Talvez não.
Mas saiba-se que é bom sentir a primavera anunciada por aquelas jovens andorinhas.
Enche-nos o coração de esperança no futuro.
Caro Drº JM Ferreira de Almeida,
ResponderEliminarPor essas bandas é tudo gente boa, incluindo a juventude, claro...
eu gostei muito do discurso do PR, principalmente, no que se referiu à problemática do alheamento dos jovens em relação à política. A ausência do dever de cidadania começa nesse alheamento, nessa ignorância.
ResponderEliminarO presente e o futuro não se mostra risonho para as camadas mais jovens.
Esta chamada de atenção do PR, entendi desta forma:
- Cuidem-se ! O (vosso) futuro dependerá de vocês. Vão á luta, interessem-se e intervenham na política do País.
Como poderão os jovens construir o futuro, se não conhecem o passado ?
Os comentários dos politizécos que temos, a propósito do citado discurso, são o DEJÀ VUE, da miséria política que nos tem servido, que tantas vezes se pauta, por sacudir a água do capote. Esquecem-se, é da responsabilidade (e que é muita !) que também lhes cabe, neste desinteresse dos jovens patenteado no estudo.
Fui professora, e sei que é mesmo assim, que há desinteresse e ignorância, pela história e política do país, por parte dos jovens (não digo todos, mas a maioria). Fale-se apenas da Comunidade Europeia, e os "pequenos" começam logo a bocejar.
Meu caro JotaC, pode crer que é Povo do melhor. Repetidas vezes abandonado à sua sorte, sem os cómodos que são comuns em qualquer localidazeca do litoral, é gente que vai construindo o seu futuro literalmente à sua custa. E onde a crise se vai sentindo com mais violência.
ResponderEliminarApesar disso, como aconteceu ontem, não deixa de celebrar o 25 de Abril com optimismo e os olhos postos no futuro; e não, como se vê por aí, virado para o passado, agarrado aos simbolismos e às afectividades (positivas e negativas) que a data convoca.
Tem Pezinhos N´areia toda a razão quando diz que em boa parte o desinteresse pela política por parte dos jovens é consequência dos políticos que temos que pouco fazem para que se reconheça nela nobreza.
Não me custa a perceber que os jovens não se interessem pela política. Mesmo quando se transforma em espectáculo, compreendo que não seja atractivo para um jovem, deprimente como normalmente.
Convenhamos, no entanto, que não são só os políticos os responsáveis pela apatia da juventude. A escola também o é, e a Pezinhos N´areia, professora que foi, sabe-o bem.
Ontem, na sessão solene da minha Assembleia Municipal isso foi muito nítido. Quando a escola, e nela os professores, se empenham (sem curar agora de saber se há ou não ocndições para esse empenho), os resultados vêem-se. Viram-se bem ali. O prazer, direi mesmo o orgulho, que o grupo de professores mais directamente responsáveis pelo envolvimento daquele grupo de jovens nas comemorações, foi para mim sintomático e confirma o que há muito venho pensando - o problema quase nunca está no sistema; está quase sempre nas pessoas. Se são empenhadas e competentes, o magistério dá frutos. Se nada têm para dar, como a árvore que não tem flor também não frutifica.
Creio até que não é dificil entusiasmar a juventude, por natureza generosa e aberta à defesa de causas sem os calculismos e os tacticismos dos mais velhos.
Mas para isso é preciso que apreendam exemplos, bons exemplos. E pergunto-me se os exemplos que vêem não só dos políticos mas da sociedade em geral se motivam essa apreensão.
O tal estudo encomendado à Católica teve como alvo os jovens. Mostrou ignorância sobre factos e, porventura sobre valores. Alguém tem dúvidas sobre os resultados desse mesmo estudo se o alvo fossem adultos?
Muito certeira José Mário a sua observação sobre a generosidade da juventude e a sua autenticidade.
ResponderEliminarOs jovens são aquilo que quisermos fazer deles. A nossa responsabilidade é grande. O maior perigo está na ignorância de valores que o José Mário aponta. O problema que verdadeiramente nos deveria preocupar a todos é a crise de valores em que andamos mergulhados!
Meus Caros,
ResponderEliminarO estudo encontra-se em:
http://www.presidencia.pt/archive/doc/Os_jovens_e_a_politica.pdf
e teve como alvo toda a população. A "amostra" referida por Ferreira de Almeida não tem qualquer relevância estatística.
Acho perfeitamente natural e até saudável que um jovem de 15-17 anos não se interesse pela política. Na faixa etária dos 18-29 anos é uma faixa de transição e é normal que um jovem esteja mais interessado em tirar o curso, arranjar emprego e companhia...
O ponto ignorado é que 20% da população acha necessárias reformas radicais (e não profundas) no sistema. Não me parece que o bloco (6,4%) e o pc (7,5%) justifiquem esses resultados. Será que há espaço político para grupos radicais mais "inteligentes" que o PNR (na esteira do exemplo holandês da List Pim Fortuyn)?
Para acompanhar com atenção...
Cumprimentos,
Paulo
Não me fiz entender, meu caro Paulo. Não quis contrapor o exemplo dado no post com os resultados do estudo. Por isso a "amostra" não era para ter qualquer significado ou relevância estatística mas somente para encarecer o exemplo daqueles jovens, dos professores que os orientaram e das escolas a que pertencem.
ResponderEliminarSingelamente isto.
A referência ao estudo e à intervenção do senhor Presidente da República serviu somente de pretexto.
Nada de admirar, caro Ferreira de Almeida.
ResponderEliminarO distrito de Viseu sempre primou pela sua lucidez política. Isso é inegável.
E a lucidez transmite-se!...
O coração cheio de esperança???
ResponderEliminarOptimistas...
Caro Ferreira de Almeida,
ResponderEliminarObrigado pelo esclarecimento. Outro ponto curioso são as reacções à constatação de uma juventude apolítica (o voluntariado, por exemplo, não entra neste saco). As jotas já vão sacar mais uns subsídios ...
Eu pergunto, é mais importante saber quem foi Ramalho Eanes ou saber usar socialmente um computador, ou mesmo ter alguma noção do que é a exclusão social e "a fome no mundo"?
A política é mais vasta que os partidos, actualmente, umbiguistas.
Cumprimentos,
Paulo
Obrigado meu caro PintoRibeiro. Haja alguém que me surpreenda e veja em mim um optimista. Já estava a desesperar!
ResponderEliminarMeu caro Paulo, não posso estar mais de acordo com o que escreveu. Aliás, condiçao de uma vivencia democrática é ela não se confinar aos partidos políticos.