Tentar interpretar as relações e comportamentos humanos através da química é, naturalmente, muito redutor. Apesar da complexidade e variabilidade, têm que ter suportes fisiológicos.
O encanto da ternura demonstrada pelos pais em relação aos filhos, as explosivas e inebriantes manifestações de amor entre dois amantes e a serena e reconfortante relação entre amigos, só para falar de algumas situações, pautam-se por partilhar uma substância muito interessante: a oxitocina.
Quem diria que esta hormona, que tem um papel primordial no desencadear do parto (as contracções uterinas são da sua responsabilidade) e na subida do leite, poderia ter um papel tão importante nas relações humanas, ao ponto de se manifestar, também, como uma hormona do amor? "Elixir" mágico?
Provas científicas são conclusivas acerca destas novas acções. Por exemplo, o bloqueio da sua acção, em ratos e ratinhos, origina o abandono dos cuidados e da amamentação das crias. Perdem, igualmente, a capacidade de reconhecer os membros familiares das suas espécies, contribuindo para o aparecimento da chamada "amnésia social".
Quantas mães abandonam e chegam, inclusive, a matar as suas próprias crias? A explicação estará no bloqueio ou falta de produção desta substância nos seus cérebros.
A espécie humana não é diferente, apenas mais complexa, e a oxitocina poderá ser uma espécie de "cola" da sociedade, contribuindo para o reforço das ligações sociais, as quais são interpretadas como fonte de prazer desde que a dita hormona actue efectivamente.
Ao ser ministrada a seres humanos verificou-se que as pessoas se tornaram muito mais generosas e verdadeiras em tarefas que exigem a partilha de dinheiro e confiança com estranhos.
Curioso! Se pensarmos em muitos acontecimentos que nos têm afligido ultimamente, falta de confiança em sectores económicos e financeiros, e mal-estar nas relações sociais, quase que poderíamos afirmar que estaríamos perante uma carência grave de oxitocina!
O medo e o stress são brutalmente incomodativos. A hormona do "amor" consegue reduzir ambos.
Muitas são as áreas que poderão, eventualmente, beneficiar de uma utilização terapêutica: doenças da personalidade, autismo, depressão, fobias graves e até, quem diria, impotência.
A empatia, também, tem relação com a oxitocina e o mesmo se passa com a verdade. Menos oxitocina menos empatia, menos oxitocina menos verdade!
Certos acontecimentos, tais como os ocorridos no hemiciclo da Assembleia da República, leva-me a questionar se a "produção" de oxitocina por aquelas bandas não andará em baixo! Manifestações de antipatia, de animosidade, de agressividade verbal (por enquanto) e de muitas "inverdades" (palavra curiosa!) poderão ser sintomas graves de carência daquela substância, traduzindo-se num equivalente da "amnésia social" verificada em animais.
Os acontecimentos que nos rodeiam são fontes de graves preocupações, provocando calafrios e um mal-estar crescente. Às tantas, entrámos num círculo vicioso, em que os mecanismos fisiológicos, substratos da nossa conduta e relacionamento, se encontram, provavelmente, bloqueados.
As soluções não passam, exclusivamente, pelas terapêuticas médicas, mas, a par do que acontece no dia a dia, quem sabe se umas pitadas de oxitocina não poderia ajudar as pessoas a serem mais “amorosas”? Para começar, que tal uma “spraiada” gigantesca no hemiciclo do Parlamento, antes de cada sessão? Se der resultado, então, podíamos passar para outros níveis, tais como, o mundo dos especuladores e quejandos que nos andam a tramar a vida...
N.B. Ainda não há notícia de que os traficantes de droga tenham manifestado interesse por esta molécula!
O encanto da ternura demonstrada pelos pais em relação aos filhos, as explosivas e inebriantes manifestações de amor entre dois amantes e a serena e reconfortante relação entre amigos, só para falar de algumas situações, pautam-se por partilhar uma substância muito interessante: a oxitocina.
Quem diria que esta hormona, que tem um papel primordial no desencadear do parto (as contracções uterinas são da sua responsabilidade) e na subida do leite, poderia ter um papel tão importante nas relações humanas, ao ponto de se manifestar, também, como uma hormona do amor? "Elixir" mágico?
Provas científicas são conclusivas acerca destas novas acções. Por exemplo, o bloqueio da sua acção, em ratos e ratinhos, origina o abandono dos cuidados e da amamentação das crias. Perdem, igualmente, a capacidade de reconhecer os membros familiares das suas espécies, contribuindo para o aparecimento da chamada "amnésia social".
Quantas mães abandonam e chegam, inclusive, a matar as suas próprias crias? A explicação estará no bloqueio ou falta de produção desta substância nos seus cérebros.
A espécie humana não é diferente, apenas mais complexa, e a oxitocina poderá ser uma espécie de "cola" da sociedade, contribuindo para o reforço das ligações sociais, as quais são interpretadas como fonte de prazer desde que a dita hormona actue efectivamente.
Ao ser ministrada a seres humanos verificou-se que as pessoas se tornaram muito mais generosas e verdadeiras em tarefas que exigem a partilha de dinheiro e confiança com estranhos.
Curioso! Se pensarmos em muitos acontecimentos que nos têm afligido ultimamente, falta de confiança em sectores económicos e financeiros, e mal-estar nas relações sociais, quase que poderíamos afirmar que estaríamos perante uma carência grave de oxitocina!
O medo e o stress são brutalmente incomodativos. A hormona do "amor" consegue reduzir ambos.
Muitas são as áreas que poderão, eventualmente, beneficiar de uma utilização terapêutica: doenças da personalidade, autismo, depressão, fobias graves e até, quem diria, impotência.
A empatia, também, tem relação com a oxitocina e o mesmo se passa com a verdade. Menos oxitocina menos empatia, menos oxitocina menos verdade!
Certos acontecimentos, tais como os ocorridos no hemiciclo da Assembleia da República, leva-me a questionar se a "produção" de oxitocina por aquelas bandas não andará em baixo! Manifestações de antipatia, de animosidade, de agressividade verbal (por enquanto) e de muitas "inverdades" (palavra curiosa!) poderão ser sintomas graves de carência daquela substância, traduzindo-se num equivalente da "amnésia social" verificada em animais.
Os acontecimentos que nos rodeiam são fontes de graves preocupações, provocando calafrios e um mal-estar crescente. Às tantas, entrámos num círculo vicioso, em que os mecanismos fisiológicos, substratos da nossa conduta e relacionamento, se encontram, provavelmente, bloqueados.
As soluções não passam, exclusivamente, pelas terapêuticas médicas, mas, a par do que acontece no dia a dia, quem sabe se umas pitadas de oxitocina não poderia ajudar as pessoas a serem mais “amorosas”? Para começar, que tal uma “spraiada” gigantesca no hemiciclo do Parlamento, antes de cada sessão? Se der resultado, então, podíamos passar para outros níveis, tais como, o mundo dos especuladores e quejandos que nos andam a tramar a vida...
N.B. Ainda não há notícia de que os traficantes de droga tenham manifestado interesse por esta molécula!
Caro Professor Massano Cardoso:
ResponderEliminarUma cadela de raça labradora que eu tinha, com dificuldade em parir, foi-lhe injectada ocitocina para lhe aumentar as contracções (acho que foi isso que o veterinário disse). O que eu desconhecia é que nos humanos esta substância tivesse estes efeitos tão agradáveis que descreve.
Subscrevo uma "pulverização" no hemiciclo, mas não achava nada mal que o engº Sócrates levasse com uma boa dose...afinal não ía morrer disso e talvez aprendesse a falar verdade, na próxima encarnação claro...
Caro Professor Massano,
ResponderEliminarInteressantíssima descrição dos efeitos da oxitocina, tanto por acção como por omissão...
Não quererá meu Amigo, usando sua autoridade na matéria,recomendar publicamente ao SNS enquanto subsiste - embora muito enfraquecido pela acção deletéria do Dr. Campos - - uma medida revolucionária de rastreio geral dos níveis de oxitacina e de administraçãso gratuita da hormona em causa em todos os casos de insuficiência detectados?
Começando naturalmente por S. Bento, onde os níveis parecem estar muito baixos, mas cobrindo progressivamente toda a população?
Aqui fica a patriótica sugestão, meu Amigo fará dela o que bem entender!