Bem sei que o assunto está estafado, já estamos cansados de ouvir falar nele. O pior é se rapidamente não passamos a falar dele pelas boas razões, com orgulho e satisfação. O assunto é, mais uma vez, a educação.
Ideologia do igualitarismo? Trabalhar para a estatística? Mas qual é afinal a razão porque a ministra da educação é contra os exames? Porque é que é contra o “chumbo”?
Não creio que alguma coisa se resolva, se nada mais for feito pela qualidade do nosso ensino, com afirmações como esta recentemente proferida “Facilitismo é chumbar, rigor e exigência é fazer com que todos aprendam”. A ministra da educação considera que o chumbo é um “mecanismo retrógrado e antigo” e lembra que foi introduzido quando o sistema educativo se organizava para seleccionar e separar. Agora que o ensino é universal, que todos, embora desiguais, têm acesso à escola, todos têm que ser iguais lá dentro e à saída!?
Quando olhamos para as taxas de insucesso registadas no País, quem o diz é a OCDE, não podemos deixar de concluir que a qualidade do ensino não é boa, que ao trabalho se sobrepõe o facilitismo, que aos hábitos de disciplina e exigência se sobrepõe o laxismo, que ao gosto de ensinar e aprender se sobrepõem a rotina e o entretimento e por aí fora!
Segundo a OCDE (citado na imprensa “No More Failures”) a taxa de retenção/desistência no Básico foi de 10% – correspondente a 95.047 casos – enquanto que no Secundário a taxa ascendeu a 24,6%, ou seja, 53.587 estudantes. Números avassaladores, difíceis, é certo, de combater, mas que nos envergonham e que teimamos em não conseguir ultrapassar. Segundo o mesmo relatório, cada aluno (Básico e Secundário) custa 5.000 euros por ano. Feitas as contas a factura directa do insucesso escolar custa aos portugueses a módica quantia de 743 milhões de euros por ano. Se lhe juntarmos os "chumbos" que normalmente se sucedem à primeira experiência e os males associados – défice de qualificações, impreparação e ignorância, cidadãos com capacidade reduzida de gerar riqueza, incapacidade de recuperação e por aí fora - compreendemos que continuamos a comprometer o futuro. Os custos económicos e sociais são exponenciais!
Ideologia do igualitarismo? Trabalhar para a estatística? Mas qual é afinal a razão porque a ministra da educação é contra os exames? Porque é que é contra o “chumbo”?
Não creio que alguma coisa se resolva, se nada mais for feito pela qualidade do nosso ensino, com afirmações como esta recentemente proferida “Facilitismo é chumbar, rigor e exigência é fazer com que todos aprendam”. A ministra da educação considera que o chumbo é um “mecanismo retrógrado e antigo” e lembra que foi introduzido quando o sistema educativo se organizava para seleccionar e separar. Agora que o ensino é universal, que todos, embora desiguais, têm acesso à escola, todos têm que ser iguais lá dentro e à saída!?
Quando olhamos para as taxas de insucesso registadas no País, quem o diz é a OCDE, não podemos deixar de concluir que a qualidade do ensino não é boa, que ao trabalho se sobrepõe o facilitismo, que aos hábitos de disciplina e exigência se sobrepõe o laxismo, que ao gosto de ensinar e aprender se sobrepõem a rotina e o entretimento e por aí fora!
Segundo a OCDE (citado na imprensa “No More Failures”) a taxa de retenção/desistência no Básico foi de 10% – correspondente a 95.047 casos – enquanto que no Secundário a taxa ascendeu a 24,6%, ou seja, 53.587 estudantes. Números avassaladores, difíceis, é certo, de combater, mas que nos envergonham e que teimamos em não conseguir ultrapassar. Segundo o mesmo relatório, cada aluno (Básico e Secundário) custa 5.000 euros por ano. Feitas as contas a factura directa do insucesso escolar custa aos portugueses a módica quantia de 743 milhões de euros por ano. Se lhe juntarmos os "chumbos" que normalmente se sucedem à primeira experiência e os males associados – défice de qualificações, impreparação e ignorância, cidadãos com capacidade reduzida de gerar riqueza, incapacidade de recuperação e por aí fora - compreendemos que continuamos a comprometer o futuro. Os custos económicos e sociais são exponenciais!
Qualquer pessoa com um mínimo de inteligência e de bom senso compreende que os “chumbos” deveriam acabar porque prejudicam o presente e o futuro, mas que não devem esconder a falta de aproveitamento. Infelizmente há também muita gente que se habituou ao facilitismo e que fica muito contente quando houve os nossos responsáveis políticos fazerem a apologia de que o “chumbo” traumatiza os “meninos”, que prejudica a sua formação e desenvolvimento.
Enfim, mais do que discursos, o importante mesmo são as políticas prosseguidas para elevar a qualidade do ensino, na qual se incluem os professores, os modelos de gestão e autonomia das escolas, os currículos, as técnicas de trabalho, de estudo e de provas de aproveitamento, os mecanismos de intervenção para ajuda e recuperação dos alunos que têm dificuldades, as alternativas de encaminhamento profissional, etc. "Chumbar" é um mal necessário e nas actuais circunstâncias, em que não é possível de um dia para o outro sermos a Finlândia, que os nossos governantes tanto gostam de citar, o melhor é mesmo fazer exames e só passa quem sabe!
Enfim, mais do que discursos, o importante mesmo são as políticas prosseguidas para elevar a qualidade do ensino, na qual se incluem os professores, os modelos de gestão e autonomia das escolas, os currículos, as técnicas de trabalho, de estudo e de provas de aproveitamento, os mecanismos de intervenção para ajuda e recuperação dos alunos que têm dificuldades, as alternativas de encaminhamento profissional, etc. "Chumbar" é um mal necessário e nas actuais circunstâncias, em que não é possível de um dia para o outro sermos a Finlândia, que os nossos governantes tanto gostam de citar, o melhor é mesmo fazer exames e só passa quem sabe!
Cara Margarida
ResponderEliminarQuem acompanha um pouco o que se passa no ensino, não pode ter dúvidas de que mais uma vez, é politicamente desejável para o governo, deixar uma boa imagem, ainda que falsa como Judas, junto de Bruxelas,isto é, que tudo funciona de tal maneira bem que tudo e todos, obtêm aprovação académica, quer se queira quer não. Que todos temos direito a ter as mesmas oportunidades e as mesmas hipóteses é evidente que nem se discute, agora colocar na mesma cesta os que são bons e os que são maus, os que trabalham e os que preguiçam,os que estudam e os que vivem à base de habilidades e de cunhas, aí começa a demagogia e sobretudo a injustiça e a intrujice na perspectiva social, com reflexos graves no próprio mercado de trabalho, em matéria de recursos humanos.Ao contrário do que a ministra parece pensar, a opinião dela é tudo menos democrática.
Cara Margarida,
ResponderEliminarQualquer pessoa de bom senso compreende que já se passou fronteira em que a produção pública de educação tinha salvação. Já não tem. Agora é desmantelar com o mínimo de impacto para os miúdos e começar a dar as escolas a quem as queira gerir com chumbos, sem chumbos, a falar português, a falar finlandês,...Chega, nem mais um funcionário público nas escolas! E os políticos devem ser recebidos como traficantes de heroína.
O objectivo é que os miúdos saibam. Não é empregar professores, construir escolas, "formar cidadãos", tirar telemóveis, ...
Há uma coisa destinada ao estado, uma folha A4, com perguntas de um lado e de outro, para que os alunos respondam. Que o faça sem revogar a lei de Lavoisier nem confundir a lei da gravidade com a gravidade da lei. O resto já demonstrou não saber fazer, chega.
Quando um país tem um PM licenciado da forma como o nosso foi, pode-se esperar tudo. A vergonha deixou há muito de existir entre os nossos digníssimos representantes, democraticamente eleitos.
ResponderEliminarE o povo aplaude, olhem lá que o moço, que não dava uma para a escola, afinal é um óptimo aluno, já vai para o Politécnico de Alguidares de Baixo ser doutor! Inveja é o que vós tendes, queriam que apenas os bons fossem tivessem o canudo não era? E aqueles que tendo fracos recursos e poucos apoios familiares, se esforçaram a estudar para serem alguém, mais valia estarem quietos e esperarem pelas novas oportunidades. Até lhes pagam para acabar o secundário...Bravo país este, e brava ministra esta, que numa legislatura resolve o problema de gerações sem fim! Afinal era tão fácil, é deixá-los a todos passar.
Além do mais, ganham-se estatísticas e poupam-se umas centenas de milhões do OE. É uma win-win situation! E ainda há quem critique...
ResponderEliminarCaro antoniodasiscas
ResponderEliminarIgualdade de oportunidades e de acesso é um direito que deve ser garantido a todos. Defender que temos que ser todos iguais e impor a igualdade nos resultados é, para utilizar a sua expressão, tudo menos democrático. Além de tudo o mais não é possível e o resultado só pode ser o nivelamento por baixo!
Caro Tonibler
O seu comentário é o de uma pintura negra. Tem muita razão!Numa tela assim pincelar uns riscos com cores mais claras, mais luminosas, mais frescas, parece ser tempo deitado à rua! Como em muitas outras coisas em que de tanto remendo o pano já não tem arranjo, a solução seria a de começar tudo de novo. Infelizmente, não é possível...
Caro Ruben
Pois é, que ingratidão a nossa! Reprovar os meninos que não estudam ou que não têm capacidade de prosseguir os estudos ou tendo alguma possibilidade necessitam de apoios adicionais não é justo! Roubar-lhes a possibilidade de tirarem um curso na "farinha amparo" enquanto o País que paga impostos anda a fazer sacrifícios pelos seus filhos e os dos outros é muito injusto!
Depois não nos queixemos...
Para ajudar ainda mais à festa, um vislumbre do que se passa no nível seguinte, ou seja, no tão glorificado Ensino Superior, pelos leitores do Abrupto.
ResponderEliminarE para os mais desatentos, convém lembrar que actualmente, uma parte significativa dos professores provém dessas privadas e ESEs que pululam um pouco por todo o país fora. Medo...
Caro Ruben
ResponderEliminarVale a pena ler o texto.
O lockdown na definição de "uma situação em que um determinado sistema ou situação (...) fecha todas as comunicações e aberturas com o exterior bloqueia" descreve muito bem uma parte importante do funcionamento do nosso país. No fundo o lockdown provoca um "défice de autenticidade", no fundo a ilusão ou a fantasia de que se ganha, de que as coisas vão bem, impedindo que se avance...
São provavelmente centenas os estudos desde os anos 70 que apontam, sistematicamente, para a ineficacia da retenção enquanto instrumento pedagógico.
ResponderEliminarInversamente, muito boas prátias de ensino que não passam pela reprovação (isto é, pela ameaça da 'exclusão' do aluno do ano/turma) estão difundidas pelos sistemas mais eficazes; demoram é, infelizmente, tempo a funcionarem bem, particularmente quando os mesmos que as usam estao habituadas a chumbar os alunos em vez de os ensinar com alternativas técnicas. Quando a 'exit' é facil, a 'voice' é ineficaz.
Obviamente, a retenção é um instrumento de selecção muito eficaz. Aliás, o nosso sistema é, de um ponto de vista internacional, um 'textbook case': record de retençoes e record de abandono escolar. E, para a figura ficar completa, maus desempenhos nos estudos internacionais. Não percebo para que serve a retenção, do ponto de vista pedagógico - a não ser o atrasar da introdução de métodos que funcionem.
Do ponto de vista da selecção social, claro, o método da retenção é imbativel.
A OCDE, pelos vistos, deve liderar uma conspiração internacional pelo 'facilitismo'. A mesmo organização que, estranhamente, nos diz para liberalizar os mercados de trabalho e aumentar a nossa competitividade. Algo não deve bater certo aqui.
Cumprimentos,
Hugo Mendes