Mais uma pedra no sapato no sinuoso caminho para a qualidade educativa. Agora é o ensino do inglês do ensino básico. O Ministério da Educação e a Associação Nacional de Municípios Portugueses não se entendem! Não estão de acordo em relação às contrapartidas financeiras que o ME pretende pagar aos Municípios pelo ensino do inglês, concretamente pela actualização do custo do ensino dos 3º e 4º ciclos e pelo seu alargamento, a partir do próximo ano lectivo, aos 1º e 2º ciclos. A ANMP diz que o dinheiro não chega. Pode ser que não, mas o problema não se resume apenas a dinheiro!
Este desentendimento, situação a que já estamos habituados, leva-me mais atrás na reflexão sobre duas questões de fundo:
- Primeira: porque é que o ensino da língua inglesa não é obrigatório? Mas quanto tempo vamos ainda necessitar para nos convencermos que o inglês é indispensável para qualificar e preparar as crianças e os jovens para a vida e para melhorar a competitividade de um país que vive numa economia aberta, integrado que está no espaço Europeu, que precisa de ser global e de intensificar o intercâmbio comercial, de experiências e do conhecimento à volta do mundo?
O inglês é tão necessário e importante como, por exemplo, a matemática e como tal deve ser ensinado desde tenra idade. Quanto mais tarde for introduzida a aprendizagem do inglês no processo educativo , maiores serão os custos e menores serão os benefícios, pois o esforço exigido a um jovem ou a um adulto será sempre superior.
- Segunda: como é feita a “contratualização” do ensino do inglês entre o ME e a ANMP? Não é suposto serem negociados e contratados com realismo e boa fé os direitos e os deveres a que ambas as partes se obrigam?
Não é suposto serem objecto de um contrato questões tão fundamentais como o número de alunos abrangidos, os requisitos curriculares a ministrar e as cargas horárias, o número e o nível de qualificações dos professores formadores bem como as remunerações a pagar, outras condições a observar como, por exemplo, as instalações utilizadas, o apuramento dos custos bem como o seu financiamento e as regras de actualização dos preços, a avaliação de desempenhos, etc? Não deveria esta “contratualização” ser do domínio público e escrutinada?
Se quanto à primeira questão está em causa uma visão política sobre a educação e as qualificações formativas, já quanto à segunda está em causa uma visão política sobre os instrumentos que regem a “descentralização” de competências do poder central para o poder local. Na primeira, a opção política está muito longe das necessidades e na segunda fica realmente a ideia de que o entendimento político foi feito à pressa, em “cima do joelho”.
Este desentendimento, situação a que já estamos habituados, leva-me mais atrás na reflexão sobre duas questões de fundo:
- Primeira: porque é que o ensino da língua inglesa não é obrigatório? Mas quanto tempo vamos ainda necessitar para nos convencermos que o inglês é indispensável para qualificar e preparar as crianças e os jovens para a vida e para melhorar a competitividade de um país que vive numa economia aberta, integrado que está no espaço Europeu, que precisa de ser global e de intensificar o intercâmbio comercial, de experiências e do conhecimento à volta do mundo?
O inglês é tão necessário e importante como, por exemplo, a matemática e como tal deve ser ensinado desde tenra idade. Quanto mais tarde for introduzida a aprendizagem do inglês no processo educativo , maiores serão os custos e menores serão os benefícios, pois o esforço exigido a um jovem ou a um adulto será sempre superior.
- Segunda: como é feita a “contratualização” do ensino do inglês entre o ME e a ANMP? Não é suposto serem negociados e contratados com realismo e boa fé os direitos e os deveres a que ambas as partes se obrigam?
Não é suposto serem objecto de um contrato questões tão fundamentais como o número de alunos abrangidos, os requisitos curriculares a ministrar e as cargas horárias, o número e o nível de qualificações dos professores formadores bem como as remunerações a pagar, outras condições a observar como, por exemplo, as instalações utilizadas, o apuramento dos custos bem como o seu financiamento e as regras de actualização dos preços, a avaliação de desempenhos, etc? Não deveria esta “contratualização” ser do domínio público e escrutinada?
Se quanto à primeira questão está em causa uma visão política sobre a educação e as qualificações formativas, já quanto à segunda está em causa uma visão política sobre os instrumentos que regem a “descentralização” de competências do poder central para o poder local. Na primeira, a opção política está muito longe das necessidades e na segunda fica realmente a ideia de que o entendimento político foi feito à pressa, em “cima do joelho”.
Não são estas matérias que urge primeiro cuidar? Do you understand?
No, I don't understand why on Earth English is not a mandatory subject in our schooling system!
ResponderEliminarAcho que é porque não queremos fugir à norma canónica de sermos sempre os últimos em tudo. Não ficava bem na nossa tradição!
Cara Dra. Margarida Aguiar:
ResponderEliminarHá uns anos vi um documentário sobre um país asiático onde o governo decidiu que todos os transportes públicos reproduzissem textos em inglês (mais propriamente lições com as respectivas traduções). Assim, enquanto o povo ia para o seu trabalho aprendia algumas palavras…
Hoje esse país despertou e começa a ser um gigante em todos os domínios…
Pois é, são poucas as coisas que nos caem do céu...
Qualquer semelhança com a obrigatoriedade do ensino do inglês no 1º ciclo, nas escolas de Portugal, é apenas uma mera coincidência...
Mas tenhámos esperança que cá muito no fundo ainda acho que vamos voltar a dar cartas!
...E já agora, e mais uma vez, escolhe sempre uns "nekinhos" ou imagens muito engraçadas para ilustrar a maioria dos seus posts... Se me permite, acho muito interessante este seu cuidado!
ResponderEliminarCaro Blonderwithaphd
ResponderEliminarSeja muito bem vindo!
Eu também não compreendo! À custa dessa tradição acabámos de saber que Portugal é o país da UE que apresenta a maior disparidade na repartição dos rendimentos!
Caro JotaC
Acha mesmo que "vamos voltar a dar cartas"? Mas quais? Quando? Como?
Sem inglês deve ser difícil!
Obrigada pelo estímulo. Gosto muito de ilustrar os textos e de procurar e escolher imagens...
E o que neste ministério não é feito "em cima do joelho"? Toda a trapalhada legislativa que o ME tem produzido é disso exemplo elucidativo...!
ResponderEliminarE o mais curioso é que este ministério, devido à pressa de criar legislação para inglês ver e para Estaline e Lenine aplaudirem, pouco tempo depois da respectiva publicação em Diário da República produz "powerpoints" para "ajudar" os professores (como se de mentecaptos de tratassem) a interpretar a legislação produzida. Mas, não satisfeito envia para as escolas "orientações" para aplicar aquilo que foi publicado...! E, consegue ainda depois de algum tempo publicar legislação que contraria aquilo que entretanto legislou!
Se o cidadão soubesse aquilo que REALMENTE se passa neste sector, das duas uma, ou se rebolava a rir ou choraria de vergonha por viver nesta espécie de país...!
Caro Fartinho da Silva
ResponderEliminarSem toda essa produção legislativa como eram justificados os milhares de funcionários do ME que em Lisboa "comandam" a educação do País?
Cara Margarida
ResponderEliminarQue excelente questão!
O problema é mesmo esse: as escolas, os professores e os alunos que querem aprender trabalham para justificar o emprego dos milhares de funcionários do ME e de todos os organismos que nele orbitam.