A propósito do péssimo desempenho da economia lusa no 1º trimestre de 2008 – lançando o pânico nas hostes oficiais e obrigando a uma atrapalhada (primeira) revisão das previsões até aí sacrossantas – as “nossas” autoridades balbuciaram umas quantas explicações para “nós” percebermos melhor a infausta notícia.
Uma das explicações, apresentada pelo Gov/BP, num registo eminentemente técnico, apontava para o facto de em 2008 a semana da Páscoa ter ocorrido no 1º trimestre, tendo como consequência um menor número de dias úteis na produção de bens…com a dolorosa consequência de um PIB menos “robusto”…
Menos de uma semana depois, o Bundesbank explicava a razão do forte crescimento da economia alemã no mesmo 1º trimestre, que chegou a 1,5% em cadeia (1º Trim2008/4ºTrim2007), que a repetir-se nos trimestres seguintes – não vai acontecer – catapultaria o crescimento da Alemanha para mais de 5% este ano…
Curiosamente, uma das principais razões desta aceleração do crescimento, apontada pelo Bundesbank, foi o facto de a semana da Páscoa ter ocorrido no 1º trimestre, o que teria motivado uma forte expansão das vendas a retalho, favorecendo o PIB em última análise…
Como se vê, a forma tão divergente como as duas economias reagiram à semana da Páscoa seria surpreendente - não fora o facto de o Bundesbank se ter enganado…esquecendo a redução dos dias úteis, essa sim decisiva para o desempenho da economia e relevando um factor despiciendo como a aceleração das despesas dos consumidores em semana pascal!
Só que na Alemanha, o facto de haver dias não úteis favorece o crescimento enquanto que em Portugal penaliza…elementar, meu caro Watson!
Ainda bem que “temos” lideres que “nos” esclarecem e fazem perceber estes complexos mecanismos da economia, tornando-os simples…pobres alemães, que têm de suportar a ignorância do Bundesbank!
Eis a prova de que a distância que nos separa da Alemanha não é obra do acaso, meu caro Tavares Moreira.
ResponderEliminarO que faz sentido, eles consomem e nós trabalhamos.
ResponderEliminarExacto, Caro Ferreira de Almeida, a distância que nos separa da Alemanha não é obra do acaso - é obra deste caso e duma infinidade doutros semelhantes...que vão continuar a suceder, com a total complacência dos nossos inefáveis media - é certo que para nossa tranquilidade e bem estar!
ResponderEliminarCaro Tonibler, se me permite uma ligeira correcção, eu diria eles consomem e nós andamos consumidos...com estes líderes!
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarCom estes líderes?
E onde é que estão os outros?
...Se me pertmitem meter o bedelho, a outra líder está a chegar, devagarinho, mas está. E desde que fale a verdade possível tenho a certeza que vai fazer a diferença...
ResponderEliminarCaro JotaC,
ResponderEliminarIntrigante essa sua verdade possível!...
Eu, por mi, gosto mais de falar de verdades incómodas.
E, a propósito, verdade incómoda é porventura que a tal líder só tem esta atitude de despreendimento e missão para salvar o seu (dela) PSD e não o país. Para esta tarefa, a confiar nas suas próprias declarações, ela até subscreve as políticas do nosso actual "timoneiro", confiando na sua liderança, assim parece!...
Há até quem diga, que ele está a conseguir melhores resultados com as políticas que ela defende!...
Já viu que ela ainda não conseguiu responder à pergunta de o que a diferencia dele?...
Caro SC,
ResponderEliminarDiga-me por favor: quais outros?
Caro SC:
ResponderEliminarConcordo com "verdades incómodas"... Quanto ao restante nem por isso.
Somos ambos, com certeza, adeptos e defensores do sistema, por isso nas eleições logo se verá...
Não quero acreditar que a previsão do Drº Soares, que vaticina a subida do PC e do BE se o PS não reconsiderar as suas políticas ganhe consistência...
Acredito que a alternativa é o PSD com a Dra. MFL, sem dúvida.
Este estudo só veio provar que o povo português é poupadinho e não gasta nos dias não úteis. Isso seria a versão de sócrates.
ResponderEliminarQuanto a mim resta-me dizer, que o país está sufocado e portanto não tem dinheiro para gastar em dias não úteis. O pouco que ganha são para pagar empréstimos e garantir a sobrevivência, isto na maior parte do panorama português.
Resta-me esperar que o Trichet, explique na próxima reunião a fazer análises económicas simples. Porque alguns, nem isso sabem fazer...
Bem lembrado, caro André, pode ser que uma liçãozita de J.C. Trichet possa fazer algum efeito...mas acha que ainda vai a tempo?
ResponderEliminarTenho cá as minhas dúvidas...e a impressão de que por muito que Trichet se esforce, é bem provável que continuemos a ser fustigados por todo o tipo de pronunciamentos inconsequentes ou politicamente motivados...