Para um País fortemente dependente de fontes que não possui, não há outro caminho que não seja a da utilização racional e em especial a poupança da energia. Não é já somente um imperativo ambiental. É cada vez mais nitidamente uma exigência de mudança dos pressupostos em que assenta o modelo económico e o nosso estilo de vida.
Como em muitos outros sectores, não faltam nem a lei nem o acto político proclamatório das boas intenções e das medidas correctas. Para além do Protocolo de Quioto a que nos vinculámos e que nos obriga a reduzir emissões, o que só será conseguido à custa da redução dos consumos; da Directiva 2006/32/CE, de 5 de Abril de 2006, sobre eficiência na utilização de energia e serviços energéticos; a Estratégia Nacional para a Energia, aprovada através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 169/2005, de 24 de Outubro; ou o Programa Nacional para as Alterações Climáticas aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 104/2006, de 23 de Agosto, existe no ordenamento jurídico português um conjunto vasto de princípios, regras e orientações no propósito de diminuir esta dependência.
Como em muitos outros sectores, não faltam nem a lei nem o acto político proclamatório das boas intenções e das medidas correctas. Para além do Protocolo de Quioto a que nos vinculámos e que nos obriga a reduzir emissões, o que só será conseguido à custa da redução dos consumos; da Directiva 2006/32/CE, de 5 de Abril de 2006, sobre eficiência na utilização de energia e serviços energéticos; a Estratégia Nacional para a Energia, aprovada através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 169/2005, de 24 de Outubro; ou o Programa Nacional para as Alterações Climáticas aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 104/2006, de 23 de Agosto, existe no ordenamento jurídico português um conjunto vasto de princípios, regras e orientações no propósito de diminuir esta dependência.
São de esperar, também, avanços tecnológicos que permitam, por exemplo, utilizar outras fontes de energia para os meios artificiais de mobilidade. Mas até que a ciência e a tecnologia cheguem ao ponto de permitir que a indústria "democratize" o acesso a outras soluções energéticas, o único caminho é a mudança de paradigma na forma como utilizamos actualmente a energia.
Pelo lado da oferta é certo que a liberalização do mercado da electricidade, a aposta bem sucedida no incremento da produção à custa de recursos renováveis e uma política tarifária que estimula a racionalidade, têm garantido alguns bons resultados, sem que a eficiência se traduza em diminuiçãoo do valor das empresas de produção, transporte e distribuição.
Não creio, porém, que esse efeito tenha sido conseguido com a liberalização do mercado dos combustíveis. Aí, a somar à vantagem nula que a competição trouxe para os consumidores, não se vê qualquer sinal dos agentes no sentido de fomentarem seriamente medidas de racionalização dos consumos, sendo certo que é precisamente a dependência dos hidrocarbonetos que torna a economia mais vulnerável.
Mas a verdade é que é do lado da procura que o problema é mais agudo. Os portugueses não adquiriram hábitos de poupança e não dão valor à utilização eficiente da energia. A permanência de um efeito de hipnose na generalidade da população induzido por um ciclo longo de energia barata, não vai tornar fácil a tarefa de propor novos comportamentos no trabalho e no seio das famílias tendentes a obter reduções sensíveis dos consumos energéticos.
Por isso, este período de crise energética que vivemos e de aumento substancial de preços dos combustíveis e por arrastamento, dos bens essenciais, é uma oportunidade soberana que os poderes públicos não podem desperdiçar. Porque ao lado dos muitos impactos sociais negativos imediatos, cria o ambiente ideal para o sucesso de uma grande campanha que envolva todos os agentes públicos, do Estado, ás autarquias e ao regulador, mas também os actores do mercado a quem é de exigir a responsabilidade social inalienável de contribuir para a sustentabilidade da energia de que, afinal, depende a qualidade de vida de todos mas também o próprio futuro dos operadores.
O único caminho !? Não, não é o único caminho.
ResponderEliminarA utilização racional de energia não constitui sequer um caminho para a obtenção de energia. Isso é um mito que alguns consultores e bem aventurados gostam de propalar para justificar os honorários e o protagonismo nas conferências. Trata-se apenas de uma prática recomendável, a adoptar sempre que estamos perante um bem escasso.
E quanto é que podemos poupar na utilização racional de energia? 10%? 20%? 30%?. Julgo que ninguém está à espera de 50%, mas ainda que estivesse, onde ia buscar os outros 50%? É sempre bom pensar nisso.
Por outro lado, a poupança de energia é vítima de um paradoxo. De cada vez que se inventa um processo que nos poupa energia, ficamos com mais energia disponível para gastar em mais coisas que até aí não fazíamos porque os consumos eram proibitivos. E depois entra em campo o "já agora", que nos leva a gastar ainda mais energia do que gastávamos antes.
Portanto, o caminho, seja ele único ou não, é encontrar mais fontes de energia que possamos controlar. E controlar significa tecnologia e capacidade de “armazenamento” da energia. Para a utilizarmos quando dela precisamos.
Armazenamento! Este sim, é o caminho. E com forte probabilidade, daqui por umas centenas de anos talvez o único. Porque energia de sobra temos nós a chegar à Terra. Em cada hora que passa, cada hora disse bem, o nosso planeta intersecta tanta energia solar como aquela que a humanidade inteira necessita durante mais de um ano. É saber aproveitá-la. Mesmo com um rendimento baixo, chega para as encomendas.
Portugal, por sinal, até tem bastante sol, mas por enquanto tem vindo a utilizá-lo apenas com preocupações de bronzeado. Entretanto recorre à bruta aos combustíveis fósseis, o que tem a vantagem de toda a gente se poder queixar de que depende fortemente destas fontes energéticas. Mas apetece perguntar : se em Portugal dispuséssemos, no subsolo, ou nas águas territoriais, de carvão, petróleo e gás natural com fartura, alguém se preocuparia com o Protocolo de Kyoto e bagatelas semelhantes? Nestas matérias e nestas ocasiões é sempre útil consultarmos o “hipocrisiómetro” para ver se percebemos melhor as nossas opiniões e as posições que tomamos.
Meu caro Jorge Oliveira, mais uma vez agradecido pelas sempre uteis opiniões.
ResponderEliminarQuanto à crítica que faz ao que escrevi, só não a comento porque manifestamente o meu caro não leu o texto ou leu-o apressadamente, excluída que está a hipótese de o ter lido e não entendido.
Acrescento só duas breves notas.
Nada do que escrevi tem que ver com a obtenção de energia.
Segundo. O protocolo de Quioto, essa bagatela, tem como sabe que ver com outras realidades.
Em suma, não creio que o seu "hiprocrisómetro" aplicado a esta questão acusasse grande coisa. E se acusar, meu caro, deite-o fora. Funciona seguramente a energia marada...
"Mas a verdade é que é do lado da procura que o problema é mais agudo. Os portugueses não adquiriram hábitos de poupança e não dão valor à utilização eficiente da energia. A permanência de um efeito de hipnose na generalidade da população induzido por um ciclo longo de energia barata, não vai tornar fácil a tarefa de propor novos comportamentos no trabalho e no seio das famílias tendentes a obter reduções sensíveis dos consumos energéticos."
ResponderEliminar.
Basta os preços aumentarem, basta a crise apertar. Há 6 meses o Congresso americano discutia décimas de aumento da eficiência dos carrões americanos. Bastou o preço da gasolina trepar para que os consumidores americanos começassem a "deitar fora" os seus SUV's e a procurar viaturas mais económicas.
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Por cá não nota um aumento dos transportes públicos? Esta semana aconteceu-me algo interessante, pela primeira vez no último ano, não resultou comprar bilhete no sábado, para o primeiro comboio Alfa do dia e da semana para Lisboa (terça por causa do feriado), já estava tudo esgotado.
Cuidado! Muito cuidado com o aumento do preço da energia...
ResponderEliminarÉ para mim curioso verificar que ainda não apareceu ninguém a reflectir nas consequências do aumento do preço da energia na globalização da economia.
Como pode uma empresa de confecção portuguesa manter a unidade de produção na China, o serviço de design em Itália e apostar nas exportações para os maiores mercados europeus (Alemanha, França, Reino Unido) com o preço do crude sempre a aumentar?
Será que o preço da crude vai tornar a economia menos global e bem mais regional?
E o sector do turismo português como irá sobreviver se contar apenas com o contributo da empobrecida classe média portuguesa?
Com o preço do crude sempre a aumentar, o que dizer das inúmeras unidades insdustriais e de todas as PMEs que têm como destino de seus produtos e serviços a indústria automóvel?
Quem vive longe de Lisboa e Porto, como se poderá movimentar entre as diversas localidades com o preço do crude sempre a aumentar?
Sinceramente, acho que pouca gente terá medido bem as consequências deste verdadeiro choque petrolífero. Acho que andamos todos a pensar muito, muito localmente.
Não tenho qualquer dúvida que as consequências serão demasiadamente graves e rapidamente as populações ocidentais tentarão resolver o problema da pior maneira. Em Portugal estamos todos habituados a um povo manso, mas todos conhecemos a história europeia e todos sabemos que já houve guerras por muito menos do que isto.
É bom não esquecer que ninguém está disponível para empobrecer sem uma boa luta!
É verdade que começa a notar-se da parte de muitos cidadãos (talvez os mais cultos?) uma certa sensatez no consumo de energia, não tanto pelo valor da factura, mas antes por preocupações ambientais.
ResponderEliminarPara ilustrar o antecedente, constatam-se gestos simples, como substituir as antigas lâmpadas incandescentes por lâmpadas frias de baixo consumo nos edifícios públicos e privados, e também nas habitações de particulares, o que contribui, à escala do País, para uma redução significativa de consumo de energia.
Mas, infelizmente, também por razões que se prendem com a incapacidade cada vez maior dos portugueses não suportarem os elevados preços da energia (refiro-me aos combustíveis), a maioria é forçado a reduzir consumos, não por aqueles motivos altruístas de preservação do ambiente, mas antes vergados à “ditadura do dinheiro”
Quanto aos planos dos vários governos sobre a diversificação de fontes de energia com vista a uma menor dependência, se calhar, digo eu que não sou especialista, que talvez sejam os planos possíveis, considerando que temos superavit de sol e vento…
Solução de fundo há-de vir, certamente, do exterior como sempre
Se não chegamos lá pela mudança de hábitos voluntária e consciente, havemos de chegar pela pior forma, à força de dificuldades e de custos exorbitantes. Melhor seria se nos organizássemos e se adoptássemos práticas de poupança que limitam o desperdício, talvez assim demorasse mais tempo a sentirmos a falta para o que é essencial. Mas duvido, há anos e anos que noutros países a poupança de energia é quase um dever de civilização e não é por isso que passam pior.Seria pouco, mas já era alguma coisa.
ResponderEliminarCaro JM Ferreira de Almeida
ResponderEliminarClaro que li o seu texto. A sua reacção ao meu comentário peca por apressada.
Mas apenas lhe quero dizer que quando alguém afirma, como é o seu caso, que “Os portugueses não adquiriram hábitos de poupança e não dão valor à utilização eficiente da energia” está a colocar-se num patamar de superioridade que é inaceitável.
Vou contar-lhe uma pequena história. Um belo dia, já lá vão uns anos, um analista encartado, depois de observar a confusão e os atropelos ao balcão do talho e da peixaria do supermercado, dizia com aquela superioridade dos analistas encartados : “Os portugueses não adquiriram hábitos de respeito e não dão valor à simples organização numa fila de supermercado”.
Sabe como é que os portugueses aprenderam hábitos de respeito e de organização nas filas do talho e da peixaria do supermercado, não sabe? As senhazinhas de vez! Uma ideia tão simples, tão simples, que teve de ser importada do estrangeiro, pois aqui no burgo os analistas encartados não foram capazes da a inventar.
É assim que se resolvem os problemas. Com ideias reformistas e não com sermões de esquerda.
Ora, meu caro Jorge Oliveira! Afinal o meu Amigo é dos tais que divide opiniões boas e más em função de serem de esquerda (as más) ou de direita (pressupostamente as boas).
ResponderEliminarConfesso-lhe desde já a minha ignorância nestes maniqueísmos quando aplicados a questões como a suscitada no post. Não sei, de facto quais são as opiniões da direita e da esquerda sobre esta matéria.
O que me parece ser um pouco redutor é esta forma de dividir o mundo, sobretudo para justificar que a opinião que expressei sobre os maus hábitos dos portugueses neste domínio é uma manifestação de superioridade...
Já agora deixe-me dar-lhe nota e a quem nos acompanha, da opinião sobre os assunto publicada hoje no Semanário Económico, de três dos mais ortodoxos e perigosos esquerdistas: Nuno Ribeiro da Silva, Luis Mira Amaral e Oliveira Fernandes:
"Ribeiro da Silva, professor de Economia da Energia do ISEG, tem sublinhado que «a energia que desperdiçamos é o nosso maior recurso». Se Portugal conseguisse reduzir em 20% o seu consumo de energia com recurso a mais eficiência pouparia 1,2 mil milhões de euros anuais, avançou o ex-secretário de Estado. Luís Mira Amaral, ex-ministro da Indústria, pede uma maior modernização dos meios e sistemas de transportes, um dos sectores onde o desperdício «é mais dramático», estratégia que também é considerada prioritária por muitos outros peritos. Oliveira Fernandes, professor do Instituto Superior Técnico, reitera que «60% do consumo é desperdiçado», ao mesmo tempo que pede um reforço «cada vez maior nas fontes renováveis», como as eólicas e a energia solar, e na modernização das construções, outro dos pontos por onde se escapa boa parte da energia. Esta é comprada ao estrangeiro, a preços significativamente elevados, tendo em conta o contexto de forte contenção do lado da oferta e de procura cada vez maior por causa da emergência de novas economias, como China e Índia".
Se tiver vontade de ler o artigo todo, pode encontrá-lo aqui:
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/
edicion_impresa/economia/pt/desarrollo/1005513.html
Cumprimentos.
"o único caminho é a mudança de paradigma na forma como utilizamos actualmente a energia"
ResponderEliminarCaríssimo Dr. JM Ferreira de Almeida, não estou de acordo com esta afirmação, ou seja, não estou de acordo, face à conjuntura mundial de utilização das mesmas energias. Aquilo que me parece imediatamente necessário é que se altere o paradígma de producção de energia e subsequentemente se altere o da utilização.
Verá certamente, caro Dr. que tudo aquilo que tem a ver com a producção de energia no globo, está directamente relacionado com o consumo e a obtenção de lucros a partir da fonte. Daí os tão negociados e imperativos acordos não produziremm os efeitos tão necessariamente desejados. Apesar dos esforços das associações de ambientalistas e da classe científica, o poder económico continua a resistir a alterações desse paradígma. Com efeito, é assustador percebermos a falta de vontade reinante para que revertam e convertam certos processos de producção de energia, como é o caso de alguns paises asiáticos, mas, mais assustador ainda, é ponderarmos sobre os possíveis efeitos da producção de algumas energias alternativas, como é o caso da nuclear e a hipotese de acidentes nas centrais que a produz.
Que saudades dos tempos em que me aquecia ao lume, dentro da minha caverna e caçava o veado com uma lança, cobria-me de peles de urso durante o inverno e usava uma tanga toda sexy de verão... aquilo é que era vidinha da boa...
;)
Francamente, meu caro Ferreira de Almeida, você agora pareceu-me o Sócrates a distorcer o que disse o interlocutor e a elaborar sobre o que o mesmo não disse.
ResponderEliminarQual maniqueísmo, qual carapuça. Até lhe digo mais. Eu tinha acabado o meu comentário apenas com isto : “Com ideias e não com sermões”. Mas resolvi fazer um teste e acrescentei o “reformistas” e o “de esquerda”. E pronto, você agarrou a oportunidade para fugir à essência da questão. Deduzo que não está à vontade em matéria de Energia. E como eu até sei um bocadinho do assunto, não vou usar a minha vantagem para o sacrificar.
Mas já posso comentar sem cerimónias as declarações dos três especialistas que foi buscar ao Semanário Económico, embora, tanto quanto me apercebi, se trate de presumíveis citações e não de palavras dos próprios.
O Ribeiro da Silva e o Oliveira Fernandes insistem, de facto, no argumento de que o nosso maior recurso é a energia que desperdiçamos. Não passa de sermão. Se fosse fácil eliminar ou reduzir o desperdício de energia, já há muito que tínhamos o problema resolvido. Qualquer dos três especialistas já ocupou cargos governamentais na área da Energia.
Só que, tanto o Ribeiro da Silva como o Oliveira Fernandes, detêm interesses nas energias renováveis, em particular na energia eólica, uma actividade que se tornou uma verdadeira negociata. De facto, quando a energia eléctrica de origem eólica é vendida à rede, que é obrigada, por lei, a comprar, a um preço que é o dobro do preço médio da electricidade produzida pelas outras fontes primárias e quando até os autarcas cobram uma percentagem sobre as vendas, tudo isto não passa de uma negociata. É por este motivo que o interesse de algumas pessoas pelas energias alternativas tem muito de retórico e dificilmente pode ser tomado como uma opinião técnica isenta.
Aliás, quem se mete em negociatas raramente consegue manter de pé um edifício de coerência. E conto-lhe aqui um episódio que permite avaliar a credibilidade do Nuno Ribeiro da Silva em matéria de energia.
Há cerca de dois anos assisti a uma cerimónia no Ministério da Economia, na Rua da Horta Seca, destinada a divulgar o grande empenho do actual Governo nas energias renováveis. Na mesa, para além de Manuel Pinho, anfitrião, estava Nunes Correia, o ministro do Ambiente e um trio de entusiastas das energias renováveis : Vaz Guedes, Carlos Pimenta e Nuno Ribeiro da Silva.
A dada altura, o Nuno Ribeiro da Silva, embalado pelas suas próprias palavras, diz isto : Portugal tem a "fatalidade" (sic) de não dispor de combustíveis fósseis, razão pela qual nos devemos empenhar ainda mais nas energias renováveis.
Ora bem. Quando um dos mais intrépidos lutadores contra a queima de combustíveis fósseis qualifica como “fatalidade” o facto de Portugal não dispor dos mesmos, parece que estamos perante uma dissonância cognitiva. De imediato perscrutei as caras dos outros membros da mesa, na esperança de encontrar uma reacção. Qual quê! Os inocentes senhores ministros nem sequer pestanejaram. O Pimentinha, claro, continuava a olhar embevecido e agradecido para o amigo Nuno.
Ou seja, se Portugal tivesse a felicidade de descobrir umas jazidas de petróleo ou de carvão, não andaríamos a perder tempo com as energias renováveis, nem com o aquecimento global, nem com o Protocolo de Kyoto….
Relativamente ao Mira Amaral, a minha posição é diferente. Por sinal sou amigo dele e conheço-o suficientemente bem para poder afirmar, acredite quem quiser, que não há motivos para suspeitar da isenção das opiniões que ele emite acerca das questões energéticas. É óbvio que os cargos que tem ocupado lhe podem limitar a opinião em matérias que possam ser consideradas politicamente delicadas, mas nesses casos ele, como bom político, ou não se pronuncia ou evita a resposta. Inverdades, ou opiniões de conveniência, não lhe conheço. Pelo menos até hoje. Todavia, as declarações que aqui lhe são imputadas não me parecem suficientemente enquadradas para se poder concluir que ele estava sintonizado com os outros dois especialistas, nomeadamente na classificação da energia desperdiçada como um “recurso”, ou que a esperança energética de Portugal passa exclusivamente pela poupança de energia.
Enfim, esta matéria é muito vasta e julgo que já me alonguei demais.
Muito bem. Gostava que o 4R servisse para isto mesmo, para troca de ideias de que vou beneficiando. As minhas, não são de facto produto de qualquer especialidade. Não sou especialista de coisa nenhuma e por isso só manifesto opiniões não elaboro teses; e as dos especialistas de cujas razões de ciência aproveitamos para concordar ou discordar, compondo assim a nossa visão dos problemas e das soluções.
ResponderEliminarEste espaço é para isto mesmo. Para o confronto de visões. Vivo.
Mesmo sofrendo o ónus de nos dizerem que parecemos o Sócrates - ainda que não pelos piores motivos, valha-nos isso! ;)