A primeira coisa que faço quando entro em férias é adiar todos os planos emocionantes que imaginei para esses preciosos dias. Como já sei que vai ser essa a forma imediata de saborear a liberdade dos dias sem obrigações, resisto sempre a marcar viagens ou a combinar com outras pessoas programas fantásticos que envolvam dias e horas a cumprir à risca sem hipótese de recuo.
Claro que essa avareza da minha disponibilidade leva a que vá adiando os passeios a terras longínquas, perca oportunidades de me estafar enquanto ainda tenho energias para calcorrear cidades desconhecidas e acabe por gastar os meus dias de lazer a molengar em paisagens conhecidas, ou a ler no silêncio das tardes mornas.
É verdade que nem sempre tive êxito nesta estratégia do “logo se vê” quando, aí por alturas de Fevereiro ou Março, surge a pergunta fatal “então o que é que vamos fazer nas férias? “. Muitas vezes vi estes escassos dias divididos em compartimentos de 5 ou 6 dias, uns para preparar tudo para partir, depois ir e voltar, finalmente descansar à pressa antes de voltar esbaforida, mas cheia de coisas para contar, para a azáfama do ano inteiro.
Não me arrependi, tenho óptimas recordações de todas essas viagens, mas a verdade é que a vida é cada vez mais frenética, começa a semana e é logo 6ª feira, ontem era Natal e já estamos a olhar o fim das férias, quando é que fez frio e chegou a haver calor?, combinam-se almoços com amigos de sempre à distância de 15 dias e depois afinal adia-se tudo, hoje não posso eu, depois não podem eles, talvez para o ano…
Ao menos nas férias os dias têm que durar mais, o tempo tem que se escoar lento, esquecer as filas de trânsito, o ruído, as horas dos telejornais, os acontecimentos ao segundo, as angústias da crise. Saber descansar é tão importante como saber trabalhar.
Quando as crianças eram pequenas as férias centravam-se nelas, a praia, os passeios, as compras e a cozinha, os amigos que também vinham, enfim era uma azáfama tremenda, por muito que se simplificasse sobrava sempre muito pouco para o nosso próprio descanso. Para não falar no trabalhão que era preparar tudo antes de ir, arrumar tudo antes de voltar, chegar a casa e já o novo ano lectivo à porta com mil coisas a fazer antes de regressarmos à rotina dos empregos. De certa forma, mudava-se de actividade mas mantinha-se o ritmo e a atenção aos outros.
Depois, quando já eram crescidas e a actividade de cada um desencontrava os horários e apressava os jantares em família, as férias conjuntas eram um prodigio de equilíbrios de vontades, um programa intenso e variado de que pudessemos partilhar mas que resultava sempre daquela sofreguidão de ver mais, de ir mais longe e de aproveitar ao máximo cada minuto fora da rotina do ano.
Agora que temos o nosso espaço de volta, por um lado sentimo-lo vazio das nossas meninas mas por outro é um luxo de liberdade, podermos seguir o nosso ritmo e, por escassos dias, só darmos atenção ao que nos apetece.
De modo que em Fevereiro folheamos livros sobre a Argentina, em Maio pensamos ir à Europa de Leste, em Junho ainda não decidimos nada mas começamos a pensar se em Espanha não haverá sítios ainda por explorar e em Julho, sentados no alpendre ou a conversar com os amigos que também estão por perto, concordamos que seria uma grande maçada ter que fazer malas, correr para o aeroporto e andar num virote a ver maravilhas. Logo se vê, até ao fim das férias, quem sabe?...
O que é incrível é que me parece que ainda foi ontem que estive a escrever posts sobre o último Verão!
Ao menos nas férias os dias têm que durar mais, o tempo tem que se escoar lento, esquecer as filas de trânsito, o ruído, as horas dos telejornais, os acontecimentos ao segundo, as angústias da crise. Saber descansar é tão importante como saber trabalhar.
Quando as crianças eram pequenas as férias centravam-se nelas, a praia, os passeios, as compras e a cozinha, os amigos que também vinham, enfim era uma azáfama tremenda, por muito que se simplificasse sobrava sempre muito pouco para o nosso próprio descanso. Para não falar no trabalhão que era preparar tudo antes de ir, arrumar tudo antes de voltar, chegar a casa e já o novo ano lectivo à porta com mil coisas a fazer antes de regressarmos à rotina dos empregos. De certa forma, mudava-se de actividade mas mantinha-se o ritmo e a atenção aos outros.
Depois, quando já eram crescidas e a actividade de cada um desencontrava os horários e apressava os jantares em família, as férias conjuntas eram um prodigio de equilíbrios de vontades, um programa intenso e variado de que pudessemos partilhar mas que resultava sempre daquela sofreguidão de ver mais, de ir mais longe e de aproveitar ao máximo cada minuto fora da rotina do ano.
Agora que temos o nosso espaço de volta, por um lado sentimo-lo vazio das nossas meninas mas por outro é um luxo de liberdade, podermos seguir o nosso ritmo e, por escassos dias, só darmos atenção ao que nos apetece.
De modo que em Fevereiro folheamos livros sobre a Argentina, em Maio pensamos ir à Europa de Leste, em Junho ainda não decidimos nada mas começamos a pensar se em Espanha não haverá sítios ainda por explorar e em Julho, sentados no alpendre ou a conversar com os amigos que também estão por perto, concordamos que seria uma grande maçada ter que fazer malas, correr para o aeroporto e andar num virote a ver maravilhas. Logo se vê, até ao fim das férias, quem sabe?...
O que é incrível é que me parece que ainda foi ontem que estive a escrever posts sobre o último Verão!
Cara Dra. Suzana Toscano:
ResponderEliminarEstou aqui a ler o seu post e ao mesmo tempo a escutar a rfm. Concordo que a vida é uma correria, mas vamos “parar” durante este período. Vamos fazer aquilo que os seus “nekinhos” sugerem… Boas férias, sem stress e essencialmente sem horários…
:)
Paciência
(Lenine e Dudu Falcão)
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára
Enquanto o tempo acelera
E pede pressa
Eu me recuso, faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais velos
A gente espera do mundo, e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é tempo que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo pra perder?
E quem quer saber
A vida é tão rara, tão rara
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei,
A vida não pára
Suzana
ResponderEliminarÉ uma grande máxima "Saber descansar é tão importante como saber trabalhar"! Descansar não tem uma única fórmula. Mas cada um terá a sua fórmula mágica. É aqui que reside a razão de ser das férias. Saber o que é mais relaxante face ao trabalho e às rotinas diárias é o grande desafio.
As férias são um direito, mas devem ser obrigatoriamente bem gozadas ao estilo e intensidade de cada um.
Boas férias, Suzana!
Bem lembrada essa música, caro Jotac, um pouco de paciência porque a vida não pára!
ResponderEliminarMargarida, cá estou a fazer o melhor que posso para fazer jus a esse belo direito a férias. A praia tem estado óptima!
Obrigada e boas férias também ao Jotac, a Margarida ainda vai gter que esperar um pouco, não é?