segunda-feira, 21 de julho de 2008

Bolsas Pós-Doc: meus amigos, é aproveitar!...

Meus amigos, é aproveitar!...
O Estado aceita propostas e vai pagar Bolsas para trabalhos necessários, urgentes e inadiáveis que todos podemos fazer!...Uma pechincha, várias pechinchas!...
Trabalhos sobre a “construção do mundo contemporâneo”, por exemplo!...
Também sobre “cidadania e instituições democráticas”!...
E ainda sobre “identidade, migração e religião”!...
Cá por mim, vou candidatar-me ao módulo “família, estilos de vida e escolaridade”, privilegiando o módulo “estilos de vida”, naturalmente na versão de alto standard. Confio que o Estado não seja "michuruca" na Bolsa, para investigar à fartazana e à tripa forra!...
Meus amigos, é aproveitar!...
Bem sei que o Programa se destina a Candidaturas a Pós-Doutoramento e a Cientistas Sociais! Não importa!...
Peço outra Bolsa para doutoraramento em processo acelerado e vou já tomando lugar para o pós-doutoramento.
Decidi tornar-me profissional de Bolsas. Afinal, o Estado existe para velar por mim!...
Meus amigos, é aproveitar, enquanto é tempo!...
PS: Candidaturas a enviar para Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, goretti.matias@icl.ul.pt. Até 5 de Setembro!...
Avante, Camaradas!...Todos aos Pós-Doc de Cientistas Sociais!...O país agradece que se esgote a "massa" do Programa!...

13 comentários:

  1. ... sem quaisquer outros comentários já só quero mesmo é que me expliquemm por favor, expliquem-me por favor!, quando e como vamos conseguir interromper esta desgraçeira, fantochada... quando e como vamos conseguir liquidar, terminar com todos estas formas de sugar dinheiro, de fazer que faz, de fachado. Quando?! Como?!
    Dr. Pinho Cardão... quando, como?(isto tudo é de um tipo dar em doido. Será que esta gente continua sem perceber o que se passa na realidade?
    Cumprimentos
    David Oliveira

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  2. Caro David Oliveira:
    A questão é que foi montado um esquema de doutoramentos em série e por atacado, do que resulta a falta de colocação dos doutorados. Em parte por culpa própria, porque não procuram emprego, a não ser nas Universidades e Centros de Investigação. Mas estes organismos não dão para tudo, apesar de aumentarem quadros para assistirem a novos doutoramentos de pequeno ou nulo valor acrescentado. Chegou-se a um ponto, em que a pressão dos doutorados leva à institucionalização de trabalhos pós doutoramento, os famosos pós-doc, como forma de emprego. Não é politicamente correcto dizer isto, mas é, na grande maioria dos casos, a impiedosa realidade.
    Ao fim e ao cabo, o retorno para a sociedade das bolsas dos doutoramentos acaba por não se fazer, consumindo-se num círculo vicioso ou numa bola de neve continuamente crescente.
    Pergunta quando é que isso poderá acabar? Mas, acabar, como, se essa é a política oficial?
    Não sabe que ainda há pouco tempo houve um doutoramento em pronomes possessivos? Digo bem, um doutoramento em pronomes possessivos!...
    Não sei se, neste momento, o doutorado andará com uma bolsa num pós-doc em investigação dos pronomes indefinidos...

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  3. Anónimo01:19

    Vejamos então se eu entendo bem o percurso escolar Português do século XXI que isto de vez em quando convém modernizar o pensamento e não posso ficar ancorado nos outros tempos que já passaram.

    Ensino obrigatório: passa-se sempre, saiba-se ou não porque reprovar quem não sabe - seja lá por que motivo for - é causa de grande trauma para as criancinhas.

    Ensino secundário (do 10º ao 12º ano): passam-se uns anitos de folga e depois nuns meses tem-se o 12º ano feito às três pancadas com as Novas Oportunidades

    Ensino Universitário: este não sei como se faz. Mas sei que no meu tempo uma licenciatura durava 5 anos e só com média superior, salvo-erro, a 14 um aluno podia propor-se a mestrado. Hoje em dia a licenciatura é de 3 anos e com mais 2 sai-se com um mestrado aberto a todos.

    Doutoramento: acho que posso candidatar-me a um doutoramento em "Motivos da parede da minha sala ser creme" ou "O piar duma coruja"

    Bem, no fim disto tudo fico sem saber uma pequeno pormenor totalmente irrelevante para o caso mas, já agora, gostava de ter a curiosidade satisfeita. Para que serve, que valor cria, onde nos põe este sistema de ensino do século XXI em comparação com os outros países? É apenas uma dúvida metódica, nada mais e, aliás, penso que será totalmente irrelevante nos tempos que correm.

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  4. Caro Pinho Cardão,

    Mas o mal esteve no doutoramento não ser por atacado e em série. O doutoramento, que deveria ser um grau académico, é um título nobiliárquico atribuído a uma selecta classe de funcionários que passam a cumprir um certo código protocolar.

    Por cada passo que davam na carreira aproximavam-se do dia em que lhes pagavam uma viagem de avião para fazerem o poucachinho de ciência que lhes faltava para atingirem o título. Com o qual lhes davam servos e terras para não trabalharem mais.

    Fosse o doutoramento o grau académico de facto, democratizado como todos os graus académicos, e esta gente estaria dispersa pela economia naturalmente como as pessoas que têm outros graus académicos ( ou como acontece com aqueles que são doutores em medicina). Mas, como ainda é um título para ter servos e terras, só pode haver mais destes nobres se o negócio crescer. Como o negócio da universidade-escola está estagnado, pois aí temos a nova cruzada - Pós-Docs.

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  5. Caro Zuricher:
    O meu amigo, mesmo dizendo que já não há, ainda fala em reprovações. Mas a própria palavra foi banida!...Quando, por mirabolante excepção, se dá o caso, chama-se ao facto retenção!...O aluno não é reprovado, péssimo conceito; pode é ficar retido!...
    E de retenção em retenção, quando for crescido o que será mais de fácil lhe poderá acontecer é a detenção...

    Caro Tonibler:
    E depois da massificação, aí estariam uns doutoramentos especializados que reporiam a nobreza...e o estado das coisas...
    Creio que os actuais doutorados seriam apenas os barões.

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  7. Caro Paulo:
    Da discussão é que nasce a luz. E uma boa discussão sempre agradou ao 4R e a mim pessoalmente.
    Quanto ao programa, creio que é o que enuncia.Na altura, não o vi no site, mas num anúncio no Expresso.
    Ponto 1: Pergunta se não deve haver estudo em ciências sociais. Claro que deve. Pergunta o que está errado no concurso. Diria que o próprio concurso. Analise os temas. Enunciei-os exactamente como vinham no anúncio do Expresso. Parecem-me perfeitamente ad-hoc, apenas para suportar umas tantas bolsas de estudo, e sem qualquer acrescentado em termos de estudo de investigação integrado, no domínio das ciências sociais.Se me demonstrarem o contrário, mudo de opinião.
    2. Contrariamente ao que diz, penso que a ciência e o conhecimento produzem riqueza e são altamente lucrativos. O que não quer dizer que o cientista se torne rico. Mas o conhecimento e a ciência trazem valor acrescentado e riqueza, se forem a origem de novos produtos susceptíveis de serem comercializados. Pois se o conhecimento não desembocar em produção não traz riqueza. Excepção claro para a investigação básica e aqui, por similitude, incluo alguma investigação em ciências sociais.
    3. Diz que a ciência é caríssima. Pois claro que é. Por isso, os programas de investigação devem ser devida e criteriosamente seleccionados, ter objectivos defindos, metas de realização, orçamentos.
    4. Diz que a política de ciência deste Governo é um completo desastre. Eu diria mais: deste e dos outros.
    Gastam-se milhões em pura perda. Muitos projectos são à vontade do freguês, isto é, do investigador.
    Do labor não resultam patentes. Já tive que analisar este tema e vou ver se recupero os números, que são ridículos. Os investigadores fogem da investigação aplicada. Não há protocolos de desenvolvimento com as empresas, pese alguns pequenos progressos havidos.
    5: Na vida profissional, nomeadamente nas empresas que é o sector que melhor conheço, todos somos avaliados, do administrativo ao conselho de administração. Todos trabalhamos arduamente, se pretendermos progredir. E muitas empresas já vão pensando que as pessoas são o elemento fundamental, sem as quais não haverá clientes bem servidos e fieis e sem as quais as empresas não funcionam. Apesar de haver ainda uma infinidade delas qpara quem opessoal é apenas um custo, também vai havendo progresso nesta matéria.
    6. Por isso, para trabalhar como um "cão" nunca me apanharia no seu pós-doc. E também não me apanharia para ter um salário "miserável".
    7. E concordo que, para muitos, a política é uma excelente saída!...
    Sans rancune...

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  8. Caro Paulo:
    Ficou sem menção o seu PS e o seu PPS.
    Quanto ao seu PS, pois tenho que o felicitar. De facto, a sua "ciência" permitiu a produção de bens ou de serviços susceptíveis de serem comercializados e que o foram. Parabéns.
    Quanto ao seu PPS,QUEM SOU EU PARA O DIZER, MAS ACHO QUE DEVE FICAR POR CÁ, e continuar na sua labuta, e inclusivamente a dar-nos a honra dos seus comentários, aqui no 4R.
    E concordo que o mérito é uma das chaves da liberdade. Quando o mérito falta, a liberdade torna-se diminuta

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  9. Aquilo a que se chama de "ciências sociais" não são ciências e, como tal, investigação nestas matérias não faz qualquer sentido. Nem sei muito bem que que fase da história se passou a chamar investigação a uma coisa que é mera especulação.

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  11. E eu, que faço profissão liberal, por acaso, também...
    Espero amanhã dizer alguma coisinha mais...

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  12. Com tanto Doutor nas "ciências" sociais que se limitaram a copiar as sebentas da academia das ciências da antiga URSS.Cujo "êxito" retratado na queda do muro de Berlim querem repetir com Portugal... e para isto basta ver o estado geral da nação... e das suas obras primas... ultimamente amplamente noticiadas.
    Acho mesmo que eles os doutores das "ciências" sociais devem EMIGRAR para nos provar o seu valor de mercado.Grandes oportunidades na venezuela, cuba, Nicarágua e alguns PALOP´s...
    Vou copiar este post

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  13. As ciências ditas "sociais" simplesmente não o são. Eram as chamadas Humanidades, tendo o seu título sido posteriormente mudado para lhes conferir alguma "seriedade", por comparação com as verdadeiras áreas científicas, numa estratégia de marketing por parte dos estabelecimentos de ensino superior.

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