O Canal público de televisão, em dedicada missão de serviço público, gastou os primeiros vinte minutos do seu principal telejornal de ontem à notícia do arquivamento do processo Maddie. Claro que, a modos de encher chouriço, aproveitou, pela milionésima vez, para revisão da matéria, de especial interesse na instrução dos telespectadores. Para sua melhor elucidação, até houve enviado especial e crónica em directo de Inglaterra. E foi solenemente anunciado que, na próxima 5ª feira, em entrevista exclusiva à RTP, o ex-responsável das investigações Gonçalo Amaral iria fazer revelações que causariam sensação. E até adiantou duas, uma de que já não me lembro e outra de que houve uma testemunha que terá afirmado que a pessoa vista com uma criança ao colo seria o pai de Maddie, que depois recebeu pressões, etc, etc, etc…, a tal tese de que os pais mataram a miúda.
Ora eu pergunto se não é busca de sensacionalismo rasca e barato ir à procura de revelações estrondosas precisamente junto do responsável da equipa que, por nada ter conseguido descobrir, provocou o arquivamento do processo?
Ao canal público de televisão exige-se, no mínimo, que afaste o sensacionalismo doentio e a especulação mórbida, que não são informação, mas espectáculo rasteiro; ao canal público exige-se verdade, sensatez, rigor. Tudo aquilo de que nunca deu mostras consistentes no tratamento do caso em apreço.
Ontem, as televisões privadas até conseguiram despachar o assunto mais cedo do que a RTP. Não contente com isso, o telejornal, depois dos vinte minutos iniciais, ainda voltou ao caso, pelas 20 horas e 40m, logo após um intervalo. Para melhor massacrar os espectadores.
Com política informativa como esta, a RTP demonstrou, mais uma vez, a razão por que não deve existir. Para injecções de sensacionalismo, até em dosagem menor, bastam os outros canais.
Massacre por massacre, ao menos que não tenhamos que o pagar!...
Ora eu pergunto se não é busca de sensacionalismo rasca e barato ir à procura de revelações estrondosas precisamente junto do responsável da equipa que, por nada ter conseguido descobrir, provocou o arquivamento do processo?
Ao canal público de televisão exige-se, no mínimo, que afaste o sensacionalismo doentio e a especulação mórbida, que não são informação, mas espectáculo rasteiro; ao canal público exige-se verdade, sensatez, rigor. Tudo aquilo de que nunca deu mostras consistentes no tratamento do caso em apreço.
Ontem, as televisões privadas até conseguiram despachar o assunto mais cedo do que a RTP. Não contente com isso, o telejornal, depois dos vinte minutos iniciais, ainda voltou ao caso, pelas 20 horas e 40m, logo após um intervalo. Para melhor massacrar os espectadores.
Com política informativa como esta, a RTP demonstrou, mais uma vez, a razão por que não deve existir. Para injecções de sensacionalismo, até em dosagem menor, bastam os outros canais.
Massacre por massacre, ao menos que não tenhamos que o pagar!...
Corroboro a sua opinião caro Dr. Pinho Cardão. Nesta e em outras matérias, verificamos com desagrado e até mesmo tristeza que a nossa imprensa, tenta a qualquer preço criar notícia, não deixando para isso de recorrer abusivamente ao ficcionísmo. É em minha opinião prejudicial para o entendimento dos cidadãos, causando desorientação na opinião pública, originando climas de completa alienação.
ResponderEliminarA nossa constituição defende a liberdade de expressão escrita, visual e oral, assim como a liberdade de informação. Contudo, creio que a competência de informar, é largamente ultrapassada pela absoluta e contagiante necessidade de especular.
Em nome da liberdade que se deseja garantida, seria primeiro muito conveniente, antes de tudo que as agências de informação, imbuídas do verdadeiro espírito de informar, abraçassem o rigor e abandonassem o sensacionalismo que a olhos vistos passou a ser-lhes uma regra doutrinal.
Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarAcho inconcebível que o serviço público de televisão dê a atenção que deu ao caso, mas como o faz tambem no caso do futebol, o que podermos fazer?
Inacreditável são os convites ao antigo Bastonário e actual advogado dos pais da menina, para intervir em prime time. Inaudito que o mesmo tenha aceite. Acha que algum actor do processo judicial escapa às responsabilidades?
Cumprimentos
João
Caro joão:
ResponderEliminarDe facto,nenhum escapa...