sábado, 20 de setembro de 2008

Promiscuidades, cumplicidades e receitas tardias

Não li a entrevista do Professor Correia de Campos dada ontem ao ´Público´em antecipação ao livro que escreveu sobre o seu mandato à frente do ministério da saúde. Dizem-me que denunciou a existência de consultores de farmacêuticas nas comissões que avaliam as comparticipações do Estado para cada medicamento. Para remediar esta situação, obviamente inaceitável, avançou agora com a proposta de entregar a responsabilidade da avaliação a estrangeiros.
Não sei se a denúncia do ex-ministro tem correspondência com a verdade. O Infarmed já a veio desmentir. Mas é estranho que alguém com o conhecimento de Correia de Campos possa fazer uma afirmação destas gratuitamente. Sendo fundada a denúncia, a pergunta surge então óbvia e imediata: não acreditando que o anterior ministro da saúde tenha obtido esse conhecimento depois de sair do governo, terá consciência que se é grave esta promiscuidade, a sua inacção constitui, pelo menos, cumplicidade?

3 comentários:

  1. é no mínimo estranho, sim.
    sendo este ex-ministro, um mentor da destruição do sistema público de saúde, por razões economicistas.

    mas lá que tem razão, tem. a indústria farmacêutica "comanda" as políticas de saúde. Desde sempre.

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  2. De facto estes políticos não param de surpreender! É preciso muita lata para vir agora denunciar esquemas com que ele pactuou... Mas afinal o que é que esteve lá a fazer?
    Eu passo-me com estas atitudes, fazem-me lembrar a Carolina depois do Patinho lhe ter dado com os pés...

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  3. «o país está à mercê de outros interesses, que não os dos doentes»

    http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=110238


    Mais um exemplo de como, os problemas que afectam a área da saúde são bastante graves, e que demonstra o poder da indústria do medicamento.

    business is business. that's the question.

    :-(

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