Grita-se demagogia! porque o PM e alguns ministros se deslocaram a algumas escolas para atribuir prémios aos melhores alunos do secundário, comparando esta a outras acções, como a distribuição de computadores, indisfarçavelmente encenadas para valerem como propaganda de uma medida, encarecendo desproporcionadamente a sua relevância.
Não duvido um segundo sequer que as centrais de informação e os estrategas ao serviço do governo aconselham vivamente estas cerimónias onde o PM e o governo ficam sempre bem na fotografia.
Mas neste caso aplaudo a presença dos governantes nas escolas, em especial do Primeiro Ministro, independentemente das segundas intenções que a tenham motivado.
Dar visibilidade a gestos políticos que valorizam o esforço e premeiam o mérito é algo que, no meu entender, se deve incondicionalmente apoiar e aplaudir.
Um enorme aplauso.
ResponderEliminarSó tem medo da meritocracia quem vive no limiar da mediocridade e não pretende alterar a situação.
À falta de melhor eu Vendo Lisboa.
100% de acordo.
ResponderEliminarEstas iniciativas também têm o mérito de filtrar opiniões. Quando ouvi o sujeito do sindicato dos professores a dizer mal só pensei "...este devia ter mais destas para ser enterrado de vez..."
Concordo com a existência desse dia, prática aliás já existente há muitos anos em algumas (poucas) escolas.
ResponderEliminarNão concordo com o aproveitamento político. Não concordo que seja o monstro central - mais conhecido por ministério da "educação" - a definir a cerimónia, data, hora e protagonistas. As escolas é que devem definir a forma, o momento e o conteúdo; o ministério tem que perceber que o tempo em que tudo era planificado por uma comissão de sábios terminou com a queda do muro de Berlim em 1989!
Os socialistas têm que perceber que a escola é um local de TRABALHO e não uma central de propaganda ideológica.
Já agora, quantos pais dos alunos da escola em questão puderam participar na cerimónia onde esteve presente o PM tendo em conta o horário do evento? Será que a sua presença não era importante?
José Mário
ResponderEliminarPlenamente de acordo que o mérito deve ser assinalado e reconhecido.
Não concordo contudo que o mérito seja reconhecido e incentivado através da entrega de um envelope com dinheiro aos alunos. As escolas devem ensinar e cultivar que a aprendizagem, o conhecimento, a excelência, o esforço e a recompensa são valores em si mesmo. O dinheiro não compra estes valores.
Preferia que o dinheiro gasto anualmente em prémios - segundo li ronda meio milhão de euros em 2008 - fosse entregue às escolas que depois fariam os investimentos que considerassem necessários ou adequados. Preferia que fossem recuperados os quadros de honra nas escolas e que estas livremente organizassem as iniciativas ou cerimónias que entendessem mais ajustadas, por exemplo sinalizando o mérito com a entrega de diplomas num ambiente que envolvesse entidades e populações locais.
Sem colocar as menores reservas ao sentido que se pretente emprestar a este género de cerimónias, cuja utilidade não discuto, antes aplaudo - muito embora a prática da meritocracia, infelizmente neste país, seja desde logo posta em causa - não posso deixar de criticar o aproveitamente, muito feio de resto, efectuado pelo governo de uma iniciativa pertinente em termos de investimento no mérito, no esforço e no merecimento.Para provar o tal aproveitamento, basta reler e rever, as intervenções da legião de membros do governo chamados a intervir nesta campanha, pois lá se encontram as desejadas loas à política actual do ensino; e quem o afima nunca foi professor, só que mede os resultados e acompanha a estratégia do facilitismo nesta área.
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ResponderEliminarOs meus caros comentadores exigem de mais! Pois eu já me satisfaço com a relevância que tem o lado positivo das medidas, quando manifestamente e têm. Mesmo que nelas reconheça aspectos menos exaltáveis ou segundas intenções.
ResponderEliminarSou-vos muito franco: interessa-me pouco a forma como se distingue e valoriza o esforço e o mérito. Desde que seja uma forma estimulante e lícita, para mim serve.
Numa sociedade como é a nossa, onde o que é normal é desprezar-se os melhores de nós; numa escola onde os bons são os "cromos", remetidos ao isolamento não vá a doença do mérito propagar-se, qualquer gesto que vise inverter esta tendência que ameaça tornar-se endémica é louvável. Seja ela protagonizada por quem quer que seja. Por Sócrates, porque não, sendo ele o primeiro responsável pelas políticas de educação!
Levo a franqueza mais longe. Mesmo pagando o preço do que a propaganda induz, a presença do primeiro ministro e de ministros em cerimónias que visam distinguir quem se esforçou e conseguiu obter os frutos do seu esforço é de destacar positivamente, porque objectivamente potencia o significado do gesto.
E já agora. Não me impressiona que o mérito seja reconhecido com a atribuição de um prémio monetário. Chocar-se com isso é chocar-se com a ideia que o sucesso escolar tambem se traduz em sucesso material mais tarde na vida.
Agradeço a todos, obviamente, a consideração dos comentários.
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ResponderEliminarVisões algo diferentes as nossas, meu caro Paulo.
ResponderEliminarO que é verdeiramente relevante é o denominador que parece ser comum a quem quis tecer comentário ao que escrevi: é importante reconhecer o mérito.
Permita-se só uma breve réplica ao seu "tal como os maiores rendimentos da família do aluno estão correlacionados com o seu maior mérito no estudo". Felizmente para muitas famílias com baixos rendimentos o êxito nos estudos já não depende fundamentalmente da capacidade financeira. A larguissima maioria dos que se formaram no ensino superior nos últimos anos provêm da classe média e média baixa. É um efeito positivo da democratização do ensino, apesar de tudo o que se lhe pode apontar.
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ResponderEliminarExcelente pesquisa, meu caro Paulo.
ResponderEliminarObrigado