Todos temos consciência que a lembrança dos acontecimentos do passado são muito importantes para o nosso desenvolvimento e para fazer face às novas situações. Claro que o desejável seria recordar com muita acuidade os bons momentos e não recordar tanto os maus, porque estes últimos fazem-nos sofrer. De qualquer modo, com o tempo, a “falta de memória” sempre dá uma ajudita, ao minimizar e suavizar as agruras do passado. Mas, mesmo assim, há situações muito sérias que provocam graves problemas de saúde com imagens tenebrosas, sons violentos e vivências cruéis a perseguirem, impiedosamente, muitos seres humanos, perpetuando no futuro o sofrimento do passado. São inúmeras as situações que poderíamos invocar para ilustrar esta afirmação. Se houvesse possibilidade, como que por artes mágicas, de suprimir das mentes humanas esses pesadelos da vida, poderíamos contribuir, e muito significativamente, para o bem estar de milhares de pessoas.
Estamos no início de um processo que será viável no futuro, mas, por enquanto, está remetido apenas a experiências animais, caso dos ratinhos. Os cientistas conseguiram apagar da memória destes animais os sofrimentos causados por certas experiências dolorosas. Foram administrados quantidades progressivas de uma proteína específica capaz de “limpar” as tais memórias traumáticas com grande sucesso. Vai levar anos para que estes métodos possam ser aplicados aos seres humanos, até, porque o nosso cérebro é muito mais complexo. Um dia as vítimas de guerras, de violações, de maus tratos e da crueldade poderão apagar das suas memórias fontes permanentes de sofrimentos horrorosos que comprometem as mais pequeninas tarefas, impossibilitando terem vidas normais.
Espero que, a este propósito, não venham aparecer por aí alguns defensores dos “sofrimentos”, argumentando que estamos a interferir em matérias que ultrapassam o nosso discernimento. O que ultrapassa o nosso discernimento é não saber porque ocorrem, porque é que atingem tantos inocentes, destruindo a vida!
Temos o dever de propiciar aos seres sofredores – e são tantos! -, a possibilidade de terem igualmente o direito de usufruir uma existência menos infeliz e, se possível, com mais alegria e com mais dignidade.
Só espero que não façam mau uso das tais proteínas, “apagadoras de memórias de graves sofrimentos”, ao aplicarem o método aos cidadãos eleitores e às vítimas de vigarices com o objectivo de fazerem esquecer as trapalhadas e as mentiras cultivadas pelos políticos ou serem alvo mais fácil dos predadores sociais e económicos que abundam por aí.
As recordações e lembranças do sofrimento são úteis, são mesmo indispensáveis à nossa evolução, estruturando e dinamizando a personalidade, ajudando a encarar a vida e os nossos semelhantes com outros olhos e com outra sensibilidade, mas é preciso ajudar os que sofrem de forma permanente, angustiante, libertando-os para uma vida normal e digna. Se um dia conseguirmos este desiderato, então, estaremos a contribuir para a felicidade humana, mesmo que haja “oposição” dos que têm medo ou aversão às “manipulações” humanas.
Se estivermos à espera de outras ajudas...
Estamos no início de um processo que será viável no futuro, mas, por enquanto, está remetido apenas a experiências animais, caso dos ratinhos. Os cientistas conseguiram apagar da memória destes animais os sofrimentos causados por certas experiências dolorosas. Foram administrados quantidades progressivas de uma proteína específica capaz de “limpar” as tais memórias traumáticas com grande sucesso. Vai levar anos para que estes métodos possam ser aplicados aos seres humanos, até, porque o nosso cérebro é muito mais complexo. Um dia as vítimas de guerras, de violações, de maus tratos e da crueldade poderão apagar das suas memórias fontes permanentes de sofrimentos horrorosos que comprometem as mais pequeninas tarefas, impossibilitando terem vidas normais.
Espero que, a este propósito, não venham aparecer por aí alguns defensores dos “sofrimentos”, argumentando que estamos a interferir em matérias que ultrapassam o nosso discernimento. O que ultrapassa o nosso discernimento é não saber porque ocorrem, porque é que atingem tantos inocentes, destruindo a vida!
Temos o dever de propiciar aos seres sofredores – e são tantos! -, a possibilidade de terem igualmente o direito de usufruir uma existência menos infeliz e, se possível, com mais alegria e com mais dignidade.
Só espero que não façam mau uso das tais proteínas, “apagadoras de memórias de graves sofrimentos”, ao aplicarem o método aos cidadãos eleitores e às vítimas de vigarices com o objectivo de fazerem esquecer as trapalhadas e as mentiras cultivadas pelos políticos ou serem alvo mais fácil dos predadores sociais e económicos que abundam por aí.
As recordações e lembranças do sofrimento são úteis, são mesmo indispensáveis à nossa evolução, estruturando e dinamizando a personalidade, ajudando a encarar a vida e os nossos semelhantes com outros olhos e com outra sensibilidade, mas é preciso ajudar os que sofrem de forma permanente, angustiante, libertando-os para uma vida normal e digna. Se um dia conseguirmos este desiderato, então, estaremos a contribuir para a felicidade humana, mesmo que haja “oposição” dos que têm medo ou aversão às “manipulações” humanas.
Se estivermos à espera de outras ajudas...
Ficará a faltar que a ciência descubra a proteína apagadora da memória da dor da palavra, da dor do gesto, da dor da ausência, da dor da solidão, da dor do abandono...
ResponderEliminar;)
E depois, estimado Professor?
Que solução vai o Ministério do Trabalho e Emprego encontrar para os milhares de psicólogos que ficarão desempregados?
;)
Caro Professor Massano Cardoso:
ResponderEliminarApesar de ser uma faca de 2 gumes, acho que a concretizar-se será mais um passo enorme da ciência. Que bom seria para os milhões de pessoas espalhadas pelo mundo “limpar” os fantasmas que os atormentam…
Mas sem dúvida que terá de ser constituída uma comissão de ética para decidir quem é merecedor de tratamento, senão corre-se o risco de “aliviar” aqueles que sofrem de pesadelos pelo mal que fazem aos outros…cá por mim esses que padeçam até morrerem…