São várias as formas de morrer. Morrer de doença, a mais comum; morrer de saudade, em que a nostalgia provocada pelo distanciamento da pátria e da família acaba por consumir, lentamente, a alma e o corpo; morrer de amor, em que a irracionalidade de uma paixão não satisfeita acaba, metastaticamente, por alcançar as células mais recônditas; morrer de desgosto, pelas sucessivas tragédias que se abatem sobre os mais inocentes; morrer pela honra, quando se transforma no alimento essencial à existência; morrer por desprezo, quando se deixa de acreditar na Humanidade; morrer de cansaço; morrer vítima da crueldade e intolerância humanas.
A forma mais correcta seria morrer de velhice, quando o relógio da vida assim o determinasse. A relojoaria da existência depende de máquinas complexas que diferem de indivíduo para indivíduo. Mantê-lo em funcionamento o máximo tempo possível ou evitar mesmo que deixe de trabalhar(!), levou e leva à procura do elixir da vida, do elixir da juventude. A história do homem está repleta de demandas, desde a madrugada dos tempos. Hoje, continuamos a procurar o Santo Graal, símbolo da imortalidade.
Em contraste com as diferentes formas de morrer, poderíamos elencar os meios para evitar a morte ou prolongar a vida. As perspectivas de manipulação genética e as novas tecnologias, base do transhumanismo, começam a dar sinais de alguma evidência, mas, a par destas, que ainda estão na base de uma montanha de altura desconhecida, existem outras mais comezinhas e até caricatas.
É costume perguntar às pessoas de idade qual foi o segredo para a atingir. Segredo?! Muitos detentores desses atributos, verdadeiramente invejáveis, admirados pelas suas “façanhas”, reclamam a necessidade de responder à pergunta: - Qual é o seu segredo? Há quem afirme que bebeu sempre um cálice de aguardente ou de vinho do Porto toda a vida (aqui está um bom exemplo para publicitar certos produtos). Ser virgem, como foi o caso da britânica mais velha, com os seus mais de 110 anos! Ter-se levantado todos os dias com as galinhas. Ter tido uma vida sexual regular e frequente (!). Ter feito uma alimentação à base de iogurtes. Outros argumentos passam pela abstinência de álcool, do fumo e das carnes. A prática de exercícios físicos, o hábito de consumir boa literatura, ser praticante efectivo de uma religião, ter amigos, nunca ter casado, dormir dois dias seguidos e estar acordado nos outros dois, são mais algumas razões! Enfim, tudo serve para explicar a longevidade, desde que se consiga alcançá-la.
A ciência tem revelado que determinadas situações conduzem à morte precoce devido à influência de muitos factores. Quantas e quantas existências são pautadas por sucessivas agressões sociais e culturais, por parte de muitos seres que desprezam valores e princípios humanistas? Estes últimos disseminam-nas da forma mais virulenta e contagiosa que se conhece, através da palavra, acabando por provocar em muitos sofredores alterações das suas resistências, possibilitando a emergência de doenças que seriam, de outro modo, evitáveis.
As agressões e as injustiças humanas são uma fonte preocupante de doenças, por vezes mortais.
É curioso tentar compreender a razão de ser de certas afirmações, do género, “erva ruim não morre”, tão frequentemente utilizada, quando se compara quem vai e quem fica...
De facto, os mais insensíveis, os menos talentosos, os germinadores de injustiças e de opróbrios são “resistentes” à tal emergência de doenças, muitas das quais são fatais, para não dizer que são, também, em parte, “responsáveis” pelo aparecimento nas suas vítimas.
Para os que querem viver mais e melhor, contrariando as diferentes formas de morrer, não é de aconselhar a última atitude. Há formas mais elegantes e muito mais dignas, compatíveis com a condição superior dos humanos. Maior consciência dos nossos valores, mais empenhamento cívico, maior dedicação ao próximo, mais solidariedade e tolerância, constituem formas de estar na vida capazes de garantir ganhos em anos de vida.
Este último dado é fruto da análise de muitos estudos, abrindo a perspectiva de combate a muitas formas de morrer e, até, de prolongar a duração do relógio da vida. No fundo, uma forma de elixir da vida, muito digna, contrariando ancestrais formas corruptas de elixires, mais fáceis de produzir. Afinal, há alternativas. Mas para isso tem que haver uma maior consciencialização das pessoas, através de inúmeros actos de solidariedade e tolerância humanas. Viver em função do bem estar dos outros é uma hipótese que merece ser realçada e vivida...
A forma mais correcta seria morrer de velhice, quando o relógio da vida assim o determinasse. A relojoaria da existência depende de máquinas complexas que diferem de indivíduo para indivíduo. Mantê-lo em funcionamento o máximo tempo possível ou evitar mesmo que deixe de trabalhar(!), levou e leva à procura do elixir da vida, do elixir da juventude. A história do homem está repleta de demandas, desde a madrugada dos tempos. Hoje, continuamos a procurar o Santo Graal, símbolo da imortalidade.
Em contraste com as diferentes formas de morrer, poderíamos elencar os meios para evitar a morte ou prolongar a vida. As perspectivas de manipulação genética e as novas tecnologias, base do transhumanismo, começam a dar sinais de alguma evidência, mas, a par destas, que ainda estão na base de uma montanha de altura desconhecida, existem outras mais comezinhas e até caricatas.
É costume perguntar às pessoas de idade qual foi o segredo para a atingir. Segredo?! Muitos detentores desses atributos, verdadeiramente invejáveis, admirados pelas suas “façanhas”, reclamam a necessidade de responder à pergunta: - Qual é o seu segredo? Há quem afirme que bebeu sempre um cálice de aguardente ou de vinho do Porto toda a vida (aqui está um bom exemplo para publicitar certos produtos). Ser virgem, como foi o caso da britânica mais velha, com os seus mais de 110 anos! Ter-se levantado todos os dias com as galinhas. Ter tido uma vida sexual regular e frequente (!). Ter feito uma alimentação à base de iogurtes. Outros argumentos passam pela abstinência de álcool, do fumo e das carnes. A prática de exercícios físicos, o hábito de consumir boa literatura, ser praticante efectivo de uma religião, ter amigos, nunca ter casado, dormir dois dias seguidos e estar acordado nos outros dois, são mais algumas razões! Enfim, tudo serve para explicar a longevidade, desde que se consiga alcançá-la.
A ciência tem revelado que determinadas situações conduzem à morte precoce devido à influência de muitos factores. Quantas e quantas existências são pautadas por sucessivas agressões sociais e culturais, por parte de muitos seres que desprezam valores e princípios humanistas? Estes últimos disseminam-nas da forma mais virulenta e contagiosa que se conhece, através da palavra, acabando por provocar em muitos sofredores alterações das suas resistências, possibilitando a emergência de doenças que seriam, de outro modo, evitáveis.
As agressões e as injustiças humanas são uma fonte preocupante de doenças, por vezes mortais.
É curioso tentar compreender a razão de ser de certas afirmações, do género, “erva ruim não morre”, tão frequentemente utilizada, quando se compara quem vai e quem fica...
De facto, os mais insensíveis, os menos talentosos, os germinadores de injustiças e de opróbrios são “resistentes” à tal emergência de doenças, muitas das quais são fatais, para não dizer que são, também, em parte, “responsáveis” pelo aparecimento nas suas vítimas.
Para os que querem viver mais e melhor, contrariando as diferentes formas de morrer, não é de aconselhar a última atitude. Há formas mais elegantes e muito mais dignas, compatíveis com a condição superior dos humanos. Maior consciência dos nossos valores, mais empenhamento cívico, maior dedicação ao próximo, mais solidariedade e tolerância, constituem formas de estar na vida capazes de garantir ganhos em anos de vida.
Este último dado é fruto da análise de muitos estudos, abrindo a perspectiva de combate a muitas formas de morrer e, até, de prolongar a duração do relógio da vida. No fundo, uma forma de elixir da vida, muito digna, contrariando ancestrais formas corruptas de elixires, mais fáceis de produzir. Afinal, há alternativas. Mas para isso tem que haver uma maior consciencialização das pessoas, através de inúmeros actos de solidariedade e tolerância humanas. Viver em função do bem estar dos outros é uma hipótese que merece ser realçada e vivida...
Esperemos que a morte, seja mesmo, uma viagem para a outra margem...
ResponderEliminarDos Trovante:
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
http://www.youtube.com/watch?v=5wK9JEA_YMk