As eleições para a Assembleia Legislativa Regional da RA dos Açores confirmaram o que se previa. O PS de César renovou a maioria absoluta com um desgaste mínimo, apesar dos muitos anos de governo. No PSD os eleitores não desmentiram a falta de carisma do lider regional do partido, tão evidente como evidente e louvável foi o seu esforço para inverter a situação.
Sei que não se pode fazer qualquer extrapolação destes resultados para o cenário da política nacional. Os Açores, aliás como a Madeira, são realidades políticas muito diferentes do espaço continental e devem ser entendidas à luz das suas particularidades.
Mas há dois factos que devem merecer especial atenção, mesmo à escala da política nacional. O primeiro, a abstenção que ultrapassou os 50%. O segundo, a polarização de algum descontentamento à direita e à esquerda, em pequenos partidos.
O desinteresse de boa parte da população pela democracia, é um facto que deveria preocupar seriamente a classe política. Nos Açores como no restante País, é mais do que evidente a deserção e mesmo a aversão pelo fenómeno político, designadamente por parte dos novos eleitores. As causas são complexas, mas as sucessivas eleições vêm acentuando a prova deste facto sem que se vislumbre grande preocupação dos mais altos responsáveis. Que me lembre, nos últimos tempos, só o senhor Presidente da República chamou a atenção para a alergia dos jovens em relação à vida cívica e política.
O outro factor é o crescimento dos pequenos partidos. É, antes de mais, uma consequência do não funcionamento do mecanismo do voto útil. Não existindo uma alternativa forte, a força de atracção dos principais partidos da oposição diminui, favorecendo as pequenas formações, libertas de compromissos do passado e com um discurso sociologicamente mais sedutor. Antes dos Açores, tinha sido algo assim com as intercalares de Lisboa.
Pelo menos estes dois aspectos deveriam dar que pensar a alguma boa gente por cá...
A explicação para este facto, não se encontra na aplicação de formulas eleitorais, tambem não tem a ver exclusivamente com o carisma do candidato, ou com os projectos que apresenta ou proclama, tão pouco com a existência ou não de obra feita. Estes argumentos imperaram em eleições anteriores e ditaram resultados. No momento presente, a dinâmica é outra, tem a ver com mediatismo e com folclore.
ResponderEliminarChegam-nos diáriamente as imagens daquilo que se tem passado nos estados unidos da américa e de todo o folclore que tem preenchido os tempos de exposição dos candidato, onde não faltam imensos momentos de stand up commedy.
Ora bem, façamos dos olhos máquinas calculadoras e somemos.
A população dos açores tem uma ligação muito forte com a cultura americana, não ha família da qual vários membros não estejam, ou estiveram emigrados na américa. Daí à conclusão que os nossos compatriotas insulares sejam mais premiáveis à cultura das terras do Tio Sam, é um cisco no olho daqueles que teimam em investir nas receitas da avózinha.
Então a que assistimos?
Ao Sr.Carlos César a duplicar a estratégia americana, convidando a vedeta do pobáço a actuar nos seus comícios. Esta receita consolidada pela pela gestão de imagem, resultou. Merecendo assim renovação a velhinha frase " A César o que é de César"
Agora o buzílis... o buzílis é que, como todos afirmavam, este resultado vai poder influênciar os resultados para as próximas autárquicas e consecutivamente as legislativas.
Qual a forma ou fórmula capaz de inverter esta tendência?
Bom, convidar o Toni Carreira, está fora de questão, primeiro, porque não estou a ver a Drª. MFL a embarcar numa fantochada dessas (que Deus a abençoe por isso), depois, porque se forças incontraláveis entendessem que sim, o PSD, correria o risco de o cantor se distrair e cantar esta:
Não dá mais p'ra ser assim
Nós vivemos cada um por si
Lado a lado com ninguem
So fingindo que está tudo bem
Nao da mais p'ra disfarçar
Um de nós tem mesmo que falar
E cara a cara vamos decidir
Qual a vida que queremos seguir
Ou fazemos reviver
O sentimento que ainda se tem
Nao ha mais nada a fazer
Sabemos bem
Vamos tentar
Novamente
Senão, tu e eu
É melhor dizer adeus
Nao dá p'ra viver assim
Tao distantes, só perto do fim
Juntos, mas na solidão
Acomodados nesta condição
Nao dá mais p'ra continuar
Um de nós tem mesmo que gritar
E frente a frente vamos assumir
O caminho que queremos seguir
O que, tanto poderia resultar numa tomada de consciência por parte dos dirigentes do partido, como poderia rebentar a bolha e ser o divorcio total.
Assim, e em minha opinião, não ha nada melhor que falar verdade, com coerência e frontalidade, demonstrando conhecimento dos problemas que afectam a sociedade e conhecimento das soluções para resolução dos mesmos. Para que essa simbiose possa ser entendida em pleno, tanto por quem deseja governar, como por quem vai escolher o governante, é imprescindível que uns senhores saiam a campo, munidos de estetoscópios, não pendurados no pescoço, mas sim colocados nos ouvidos e os utilizem, auscultando ao vivo e a cores as realidades.
Quais Toni, quais carapuça. A populaça sabe bem o que a aflige e se quem os quer governar não sabe, au menos ouvem o Toni a cantar-lhes cenas de amor... ao ouvido.
;))))
E serão legítimas eleições nas quais 53% da população optou por não votar?
ResponderEliminarNunca imaginei que pudesse haver tantos açoreanos a não gostar de Toni Carreiras!?
ResponderEliminarOs partidos da esquerda radical,em 75 diziam,o voto é a arma do povo,se o deres ficas desarmado,parece que cada vez mais os portugueses estão a levar a letra esse slogan.
ResponderEliminarSempre votei,neste momento encontro-me a caminho dos desanimados da politica,porque só vejo incompetentes e jogadas de bastidores,dá-se beneficios a quem tem empresas e rendimento minimo a quem não quer trabalhar,mantém-se a Galp,a CGD,a EDP,para proteger a economia nacional,dizem eles,mas só serve para meter lá os incompetentes que estão nos partidos.