Pelo andar da carruagem torna-se imprescindível criar um novo sistema de medidas, desta feita relacionado com a saúde. Se olharmos com o mínimo de atenção para as notícias dos jornais, das revistas, de certas reportagens e, até, de algumas campanhas publicitárias, tudo o que nos rodeia começa a ser relativizado em “faz mal à saúde” ou “faz bem à saúde”! Primeiro de forma dicotómica, mas, lentamente, transformando-se de uma forma contínua em fazer muito ou pouco “bem” ou “mal”.
Dar importância à saúde é positivo e estimular comportamentos que a protejam é aconselhável, mas temos de ser razoáveis, ou seja, a doença faz parte das nossas existências e à medida que vamos envelhecendo o risco de adoecer é cada vez maior. Como tal, temos de a aceitar e conviver com o novo estado. No entanto, as descobertas científicas, e as novas tecnologias que começam estar ao nosso dispor, dão a impressão de que é possível ser-se saudável até aos cem anos, para aqueles que lá chegam, como é óbvio, porque os outros já morreram de doenças antes disso. Existe ainda uma corrente que quer transferir as responsabilidades de adoecer para o próprio indivíduo. Se nalgumas circunstâncias esse facto é mais do que evidente, na grande maioria dos casos não se pode e nem se deve responsabilizar os doentes. Mas há os que se aproveitam dessa busca incessante da saúde. É tão evidente que começa a saturar. Mas dá resultados, porque vende e bem. Indústrias altamente lucrativas.
Águas minero-medicinais, vinhos, cervejas, licores, chocolate, soja, pão, tofu, frutas, vegetais, café, chás, spa(s), ginásios, dietas, suplementos vitamínicos e alimentares, ginásios, música, dança, meditação, religiões, cheiros, cores, cristais, astrólogos, telenovelas, ar engarrafado, charlatães africanos e promessas ministeriais, só para citar alguns, utilizam rótulos garrafais de que “faz bem à sua saúde”.
Um estudo publicado numa importante revista médica afirma que dançar “heavy metal” pode provocar lesões: acústicas e graves perturbações músculo-esqueléticas devido às “batidas” das cabeças. O ritmo é, em média, da ordem das 146 batidas por minuto, segundo dizem os entendidos, e podem provocar lesões a nível do pescoço quando o movimento é superior a 75 graus. Quando li esta notícia recordei-me de uma outra segundo a qual o colesterol sérico aumenta quando se ouve música “heavy metal”, contribuindo, quem sabe, para que num dia destes seja incluído na lista de factores de risco cardiovascular e constituir mais uma proibição por parte do médico, a par de tantas outras: não comer gorduras saturadas, não comer enchidos, não abusar de molhos e de ovos, não comer manteiga, não ouvir “heavy metal”, blá, blá, blá. Mas se ouvir Bach, Beethoven, Quim Barreiros ou Tony Carreira, então o seu colesterol, até, poderá diminuir, pelo menos quanto aos primeiros dois, os outros são especulação minha. Quanto à dança, parece que é muito útil, pelo menos devido ao esforço físico e ser uma forma de relaxamento. Não sabia que o tango podia prevenir e amenizar doenças cardíacas, parkinsonismo e a doença de Alzheimer! Nem mais. Mas já agora, quando se começar a prescrever o tango, é preciso ver se as articulações estão boas e recomendar que deverá fumar um cigarrito, pois!, o tabaco previne o parkinsonismo e beber uns copitos, pois!, o vinho protege da doença de Alzheimer. E até não fica nada mal. Dançar tango, num ambiente de fumo e regado com álcool deverá proteger os cultivadores de alguns tipos de doença.
Dar “tanga” está na moda. Basta ver os discursos dos políticos, dos comentadores, dos analistas, dos “assaltantes de bancos”, não do tipo do “El Solitário”, mas dos outros (os de dentro), e constatar que conseguem fazer com que os portugueses continuem a dar “batidas” ritmadas com as suas cabeças, de cima para baixo e de baixo para cima. Se ultrapassam os 75 graus? Não sei. Mas, pelo sim pelo não, o melhor é colocar ao redor do pescoço um colar cervical, sobretudo quando estão a ser entrevistados ou a discursar. Em seguida saia de casa e vá “tangar” mas não de tanga…
Águas minero-medicinais, vinhos, cervejas, licores, chocolate, soja, pão, tofu, frutas, vegetais, café, chás, spa(s), ginásios, dietas, suplementos vitamínicos e alimentares, ginásios, música, dança, meditação, religiões, cheiros, cores, cristais, astrólogos, telenovelas, ar engarrafado, charlatães africanos e promessas ministeriais, só para citar alguns, utilizam rótulos garrafais de que “faz bem à sua saúde”.
Um estudo publicado numa importante revista médica afirma que dançar “heavy metal” pode provocar lesões: acústicas e graves perturbações músculo-esqueléticas devido às “batidas” das cabeças. O ritmo é, em média, da ordem das 146 batidas por minuto, segundo dizem os entendidos, e podem provocar lesões a nível do pescoço quando o movimento é superior a 75 graus. Quando li esta notícia recordei-me de uma outra segundo a qual o colesterol sérico aumenta quando se ouve música “heavy metal”, contribuindo, quem sabe, para que num dia destes seja incluído na lista de factores de risco cardiovascular e constituir mais uma proibição por parte do médico, a par de tantas outras: não comer gorduras saturadas, não comer enchidos, não abusar de molhos e de ovos, não comer manteiga, não ouvir “heavy metal”, blá, blá, blá. Mas se ouvir Bach, Beethoven, Quim Barreiros ou Tony Carreira, então o seu colesterol, até, poderá diminuir, pelo menos quanto aos primeiros dois, os outros são especulação minha. Quanto à dança, parece que é muito útil, pelo menos devido ao esforço físico e ser uma forma de relaxamento. Não sabia que o tango podia prevenir e amenizar doenças cardíacas, parkinsonismo e a doença de Alzheimer! Nem mais. Mas já agora, quando se começar a prescrever o tango, é preciso ver se as articulações estão boas e recomendar que deverá fumar um cigarrito, pois!, o tabaco previne o parkinsonismo e beber uns copitos, pois!, o vinho protege da doença de Alzheimer. E até não fica nada mal. Dançar tango, num ambiente de fumo e regado com álcool deverá proteger os cultivadores de alguns tipos de doença.
Dar “tanga” está na moda. Basta ver os discursos dos políticos, dos comentadores, dos analistas, dos “assaltantes de bancos”, não do tipo do “El Solitário”, mas dos outros (os de dentro), e constatar que conseguem fazer com que os portugueses continuem a dar “batidas” ritmadas com as suas cabeças, de cima para baixo e de baixo para cima. Se ultrapassam os 75 graus? Não sei. Mas, pelo sim pelo não, o melhor é colocar ao redor do pescoço um colar cervical, sobretudo quando estão a ser entrevistados ou a discursar. Em seguida saia de casa e vá “tangar” mas não de tanga…
Caro Professor, nos tempos que correm somos massacrados com heavy metal e não há quem lhe encontre acordes melodiosos, mesmo os que têm o ouvido habituado a essas rudezas, por isso começo a temer por muitas cervicais que têm estado dobradas e que começam agora a querer endireitar-se. Os coros que eram afinadinhos também começam a soar estridentes,com claras desafinações. Quanto ao tango, belo conselho o seu, mas exige paixão, alma, exige que se confie que o outro não vai trocar os passos ou baixar os braços quando o equilíbrio é mais difícil, ou me engano muito ou os adeptos são muito escassos...
ResponderEliminarSubscrevo este comentário da Dra. Suzana, tão recheado de uma saudável ironia.
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