Um dos presentes de que mais gostei este ano trouxe-me a minha filha da Holanda, é um livrinho minúsculo que cabe na palma da mão, muito bem encadernado de verde e que se chama “Provérbios do jardim”. A acompanhar a miniatura, um pacote de bolbos de fritilária e outro de túlipas de várias cores, vamos ver se consigo fazê-los florescer neste nosso clima tão ameno porque estas flores precisam de Invernos muito frios para saírem aos primeiros raios de sol, lá para Março. Também veio um kit com instrumentos muito engraçados, um ancinho, uma pequena pá e um cone para enterrar os bolbos na profundidade certa, próprios para meter no bolso das calças de jardinar e assim deixar de os deixar perdidos na relva à medida que vou avançando os canteiros. Os nórdicos são muito práticos…
Quanto ao livrinho, é pequeno mas cheio da sabedoria das coisas simples, tão simples que ficamos surpreendidos por muitas delas terem sido esquecidas, abafada por teorias gongóricas que pintaram a realidade com as cores mirabolantes do excesso e da fantasia. Aqui ficam alguns desses provérbios ditados pela natureza:
-Por mais alto que um pássaro possa voar, é sempre na terra que procura o seu sustento
-Tudo é bom na estação própria
- Inverno frio, colheita abundante
- Se o Verão não produzir nada, também nada haverá no Outono
- Basta uma nuvem para encobrir o sol
- Se quiseres ser feliz toda a vida, planta um jardim
- Não há jardins sem sementes
- Os jardins não se fazem ficando sentados na sombra
- Cada pessoa já tem o suficiente que fazer se cuidar do seu próprio jardim
- O pé do jardineiro não estraga o jardim
- Quem planta árvores é capaz de amar para além de si próprio
- Assim como semeares assim colherás
- Quando as raízes são fundas não há que temer a ventania
- Um mau trabalhador reclama sempre das ferramentas
- Só nos sonhos é que as cenouras são tão grandes como os ursos
- A maçã nunca cai longe da macieira
- O jardim deve ser primeiro preparado na alma ou nunca florescerá
- Não escaves onde nunca plantaste
- A colheita não chega cada dia mas apenas em cada ano
- Mais vale comer legumes e não temer os credores do que comer pato escondendo-te deles
- Todos os desgostos pesam menos se há pão
- O amor não é como a batata, não se pode atirar janela fora
No meio desta enorme confusão em que vivemos, às vezes o segredo está em voltarmos a olhar as coisas mais simples…
Quanto ao livrinho, é pequeno mas cheio da sabedoria das coisas simples, tão simples que ficamos surpreendidos por muitas delas terem sido esquecidas, abafada por teorias gongóricas que pintaram a realidade com as cores mirabolantes do excesso e da fantasia. Aqui ficam alguns desses provérbios ditados pela natureza:
-Por mais alto que um pássaro possa voar, é sempre na terra que procura o seu sustento
-Tudo é bom na estação própria
- Inverno frio, colheita abundante
- Se o Verão não produzir nada, também nada haverá no Outono
- Basta uma nuvem para encobrir o sol
- Se quiseres ser feliz toda a vida, planta um jardim
- Não há jardins sem sementes
- Os jardins não se fazem ficando sentados na sombra
- Cada pessoa já tem o suficiente que fazer se cuidar do seu próprio jardim
- O pé do jardineiro não estraga o jardim
- Quem planta árvores é capaz de amar para além de si próprio
- Assim como semeares assim colherás
- Quando as raízes são fundas não há que temer a ventania
- Um mau trabalhador reclama sempre das ferramentas
- Só nos sonhos é que as cenouras são tão grandes como os ursos
- A maçã nunca cai longe da macieira
- O jardim deve ser primeiro preparado na alma ou nunca florescerá
- Não escaves onde nunca plantaste
- A colheita não chega cada dia mas apenas em cada ano
- Mais vale comer legumes e não temer os credores do que comer pato escondendo-te deles
- Todos os desgostos pesam menos se há pão
- O amor não é como a batata, não se pode atirar janela fora
No meio desta enorme confusão em que vivemos, às vezes o segredo está em voltarmos a olhar as coisas mais simples…
LIBERDADE
ResponderEliminarAi que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa
Belíssima prenda, cara Drª. Suzana.
ResponderEliminarAgradeço-lhe a partilha com este aspirante a aprendiz de aprendiz de jardineiro.
Olhe, apreciei especialmente o 15º provérbio.
;))
Cara Suzana:
ResponderEliminarSabedoria universal de todas as latitudes e longittudes, assimilada durante séculos.
É bom recordá-la, agora que essa sabedoria é tida como politicamente incorrecta e reaccionária.
-Assim como semeares assim colherás
- Quando as raízes são fundas não há que temer a ventania
- Um mau trabalhador reclama sempre das ferramentas
- Mais vale comer legumes e não temer os credores do que comer pato escondendo-te deles...
Suzana
ResponderEliminarO livrinho é um verdadeiro "tesouro". É uma preciosa ajuda no caminho do "back to the basics" que vai fazendo muita falta.
Não há dúvida de que a natureza é "Mãe"! Apesar dos maus tratos que o homem lhe tem aplicado, a vida da natureza tem regras muito próprias e intemporais que nos ensinam muito.
De todos os sábios provérbios que nos recorda a Suzana, um há que não pega, de certeza, cá pelo burgo: "mais vale comer legumes e não temer os credores do que comer pato escondendo-te deles".
ResponderEliminarEstou convencido que enquanto houver palmipedes para trincar, por muitos que sejam os credores, continuaremos a deixar os legumes na borda do prato e a comer "à pato"...
Fico à espera, curioso, para saber se e como despontam os bolbos. Em tempos, uns trazidos com todo o carinho das mesmas paragens, que prometiam flores de pasmar, despontaram de facto, mas foram ultrapassados em envergadura por uns humildes amores-perfeitos, quase espontâneos que cresceram ao lado :(
Caro jotac, o descanso é uma tentação, claro, o poema di-lo de forma irresistível, mas olhe que um jardinzinho bem cuidado é um regalo!
ResponderEliminarCaro bartolomeu, cenouras e ursos nos dias que correm até são muito confundidas, a mim lembra-me logo a história da rã que queria ser do tamanho do boi e que inchou tanto que estoirou...
Pois é, caro Pinho Cardão, o problema está em considerarmos retrógradas e reaccionárias as verdades mais evidentes, é a única forma de impedir as vozes críticas e abrir caminho aos que querem ganhar muito sem esforço nem mérito.
Margarida, apesar de tanto progresso técnico, a natureza sós e deixa trabalhar de acordo com as suas regras, por isso vale a pena lembrá-las com simplicidade, sem workshops ou dissertações complexas.
Ferreira d'Almeida, também já experimentei plantar túlipas, umas ficaram raquíticas mas outras nascem todos os anos bem bonitas, admito que seja por estarem mais resguardadas do sol. Depois lhe contarei os resultados, vou tratar de plantar os bolbos este sábado, se não chover :)
Cara Susana Toscano, procurei um mail para não comentar um pouco ao lado, mas não encontrei...
ResponderEliminarPraticamente acabei um blogue de citações de horticultura/jardinagem, mas é em inglês (uma experiência)... Não seria possível participar com estes ditados em inglês?
Fica em quotesonhorticulture.com (só faltam uns detalhes).
Para não ficar totalmente fora do tópico, "troco" por estes que publiquei recentemente... Ou melhor, o site está em baixo neste momento... é www.jardinagem.org e pode encontrá-los na página que diz "número 1: inverno" (não tem o formato habitual de blogue). -- JRF