A agência de notação financeira Standard & Poors baixou ontem o rating de longo prazo da divida pública portuguesa. Uma péssima notícia, apesar de já esperada, esta avaliação com tendência negativa, tal como para a Espanha (que em 2008 vai ultrapassar os 3% de déficite público depois de uma sucessão de superavites das contas do Estado, a despeito de manter o seu rating).
A consequência vai ser a mais dificil, e sobretudo mais onerosa obtenção de crédito nos mercados internacionais, em vista do risco de agravamento da situação económica mas sobretudo do abrandamento do esforço de consolidação das finanças públicas nacionais. Uma chamada à reflexão para quem defende um ainda maior peso do Estado...
Pergunto a quem sabe: para além de o Estado ter de pagar pela sua dívida (com mais dívida ou mais impostos), como ficam as contas dos grandes projectos de obras públicas, todos eles alavancados com financiamentos externos?
Para já, nenhum interveniente nacional deverá ter um rating melhor que o estado português, o que significa que o prémio de risco deverá ser maior para todos os nacionais. Mas para isso é preciso que existe dívida, isto é, que alguém a subscreva, que não é certo.
ResponderEliminarNão deixa de ser curiosa a credibilidade que ainda se dá à S&P (e às outras) depois de terem metido as patas de forma grosseira no subprime. É um fenómeno muito curioso.
É verdade Tonibler. Mas como sabe, esta avaliação feita pela S&P vai pesar na colocação dos 13 mil milhões de Obrigações sobre o Tesouro que o Estado português tenciona emitir.
ResponderEliminarEntão, e a outra toda que anda a rolar? Na realidade, vai pesar sobre os 111 mil milhões do estado. Já para não falar no resto do país. Mas, quando for preciso recorremos à garantia da UE. O que é preciso é que o mundial de 2018 não fique comprometido. o resto...
ResponderEliminarCaro Ferreira de Almeida, permita-me uma correcção. Parece-me que terá sido induzido em erro pelo que alguns jornais disseram no que toca à comparação com Espanha.
ResponderEliminarÉ muito certo que a S&P fez identico aviso para Espanha, ou seja, que o rating está a ser avaliado com tendencia negativa. A diferença é que Espanha está actualmente com rating "AAA", o mais elevado e melhor, e Portugal está actualmente com "AA-". Ou seja, o aviso é identico mas a notação de classificação é diferente, com vantagem para o Reino de Espanha.
Tem toda a razão, meu caro Zuricher. Grato pela correcção que já introduzi no post.
ResponderEliminarClaro que o custo dos projectos socratianos ficarão mais caros.
ResponderEliminarClaro que a despesa pública aumentará, e agora a desculpa serão os juros.
Claro que Sócrates esconderá que para esses juros contribuíram os seguintes acréscimos de despesa pública corrente:
4,1 mil milhões em 2005
2,1 mil milhões em 2006
2,4 mil milhões em 2007
3,8 mil milhões em 2008
4,1 mil milhões em 2009(orçamento aprovado, que se sabe será acrescido), num total de 16,5 mil milhões de euros.
Claro que, assim, a crise explica tudo.
Só com o pequeno senão de que estes números são anteriores à crise.
E o PSD não vê isto?
Para melhor esclarecimento, repare-se que disse "contribuiram" e não que foram a contribuição exclusiva. Porque haveria que deduzir os acréscimos de impostos com que fomos sobrecarregados.
ResponderEliminarCaro F Almeida
ResponderEliminarNem de propósito, o Senhor Min-Financas deslocou-se a Londres, ontem, para ter uma "palavrinha" com o pessoal da S&P. Porque será?
Cumprimentos
joão