A história de Rajo Devi é simultaneamente interessante e ao mesmo tempo patética. A senhora sempre quis ter filhos mas não conseguia. Viver na Índia sem ter filhos é uma maldição. Anos e anos a fio a tentar a tentar e nada. Mas quem diria que a persistência desta senhora continuasse depois da menopausa? Não de algumas semanas ou meses depois de deixar de produzir óvulos, mas 20 anos depois. Exacto, 20 anos depois! O marido de idade sobreponível lá ia produzindo os seus espermatozóides, mas, estes, com a idade, também perdem a força e a vitalidade, à semelhança dos donos! Mas não faz mal, porque óvulos frescos arranjam-se, já que não faltam dadoras e se os espermatozóides do marido têm dificuldade em se movimentar ou forem míopes não há problema. Agarra-se num deles e depois mergulham a sua cabeça, - mesmo que a contragosto -, no seio do óvulo fresquinho. Já está. Em seguida, esperam-se uns dias, neste caso foram cinco, contra os habituais dois a três até ser colocado no geronto-útero. Passados nove meses está cá fora uma criança. Foi o que aconteceu com Rajo Devi que, aos 70 anos, foi mãe, tornando-se a mais velha mulher do mundo a parir. Anteriormente o título pertencia a Carmela Bousada com 67 anos, antes desta a Adriana Iliescu com 66 que, por sua vez, tinha destronado Patti Farrant, que pariu aos 62 anos.
Perante este fenómeno, que acompanha a crescente longevidade da espécie humana, sentimos, cada vez mais, necessidade de reflectir e debater sobre a temática de os casais terem filhos nestas idades. Há quem diga que os dias de maldição e ausência de esperança para quem queira ter filhos e não consegue estão em vias de ser ultrapassados. Correcto, se a idade em que se resolvem estes problemas seja respeitada de forma idêntica ao processo natural. Não é por acaso que as mulheres deixam de “por óvulos” a partir de uma certa idade, a qual não é compatível com as necessidades impostas pelo crescimento e desenvolvimento dos filhos que, na espécie humana, se faz de forma muito prolongada fora do útero materno. O uso das novas tecnologias merece mais respeito e até uma tentativa de regulamentação de forma a evitar que casos destes possam ocorrer. O que acontecerá aquela criança quando lhe faltarem os pais? É legítimo dar vida a um ser e depois não conseguirmos educá-lo e protegê-lo? Poderão contra-argumentar como os que perderam os pais em crianças. Certo. Só que nestes casos a “perda” não estava programada, assim como também não estava programado que um dia os filhos ficassem órfãos. No caso vertente, maternidade serôdia, houve intenção declarada de usar mecanismos tecnológicos para além do que é aceitável. O filho, nestas circunstâncias, um dia, vai olhar para trás e ver que é fruto não de um acaso mas de uma intervenção deliberada por parte dos seus progenitores. Como fará a auto compreensão perante a vida? Contraste flagrante com a criança que um dia perdeu os pais, mas que ao olhar para trás, para o seu passado, não vê qualquer intervenção deliberada na sua origem além da que resulta da própria natureza dos seres. Conseguirá neste caso fazer uma auto compreensão perante a vida com menos angústia e tristeza, aceitando-a com naturalidade.
É melhor pensar nestes problemas, antes que comecem a aparecer mais casos de maternidade da terceira idade. A última tinha 72 anos, amanhã poderá aparecer alguém com 74, 80, 90 anos e sei lá que mais...
Perante este fenómeno, que acompanha a crescente longevidade da espécie humana, sentimos, cada vez mais, necessidade de reflectir e debater sobre a temática de os casais terem filhos nestas idades. Há quem diga que os dias de maldição e ausência de esperança para quem queira ter filhos e não consegue estão em vias de ser ultrapassados. Correcto, se a idade em que se resolvem estes problemas seja respeitada de forma idêntica ao processo natural. Não é por acaso que as mulheres deixam de “por óvulos” a partir de uma certa idade, a qual não é compatível com as necessidades impostas pelo crescimento e desenvolvimento dos filhos que, na espécie humana, se faz de forma muito prolongada fora do útero materno. O uso das novas tecnologias merece mais respeito e até uma tentativa de regulamentação de forma a evitar que casos destes possam ocorrer. O que acontecerá aquela criança quando lhe faltarem os pais? É legítimo dar vida a um ser e depois não conseguirmos educá-lo e protegê-lo? Poderão contra-argumentar como os que perderam os pais em crianças. Certo. Só que nestes casos a “perda” não estava programada, assim como também não estava programado que um dia os filhos ficassem órfãos. No caso vertente, maternidade serôdia, houve intenção declarada de usar mecanismos tecnológicos para além do que é aceitável. O filho, nestas circunstâncias, um dia, vai olhar para trás e ver que é fruto não de um acaso mas de uma intervenção deliberada por parte dos seus progenitores. Como fará a auto compreensão perante a vida? Contraste flagrante com a criança que um dia perdeu os pais, mas que ao olhar para trás, para o seu passado, não vê qualquer intervenção deliberada na sua origem além da que resulta da própria natureza dos seres. Conseguirá neste caso fazer uma auto compreensão perante a vida com menos angústia e tristeza, aceitando-a com naturalidade.
É melhor pensar nestes problemas, antes que comecem a aparecer mais casos de maternidade da terceira idade. A última tinha 72 anos, amanhã poderá aparecer alguém com 74, 80, 90 anos e sei lá que mais...
देखना होगा महँगा चिकित्सक Salvador Massano Cardoso क्या ये जन्म जाना बढ़ाना दीर्घायु का महिला Rajo Devi... कोई इच्छा शक्ति रखना छाती को शिशुओं, नहीं सोचना महँगा चिकित्सक ?
ResponderEliminar(Vai ver caro Professor Salvador Massano Cardoso que estes nascimentos vão aumentar a longevidade da senhora Rajo Devi... alguem vai ter de dar mama aos bébés, não acha caro Professor?)