sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Como é importante a educação...

O cancro é uma doença terrível, qualquer que seja a perspectiva pela qual analisemos os seus efeitos e consequências. Seguramente que se trata de uma doença que as pessoas temem porque provoca grande sofrimento e são conhecidas as dificuldades para a enfrentar.
Se é verdade que os rastreios são importantes para atempadamente detectar sinais de início de desenvolvimento da doença, não são menos importantes na sua prevenção os hábitos alimentares e estilos de vida.
O estudo agora trazido a público vem justamente apontar o dedo à incidência que uma vida suadável tem na prevenção do cancro, concluindo que um terço dos doze cancros mais comuns nos países ricos e um quarto dos casos nos países pobres ou em vias de desenvolvimento poderiam ser evitados com uma dieta equilibrada, boa nutrição e exercício físico.
A percepção que tenho é que Portugal investe muito pouco na prevenção sustentável do cancro, o que passaria por educar as pessoas no sentido de as condicionar em opções de vida que favorecessem escolhas saudáveis e que concorressem para a sua prevenção e, inclusive, de outras doenças também graves e cujos factores de risco podem ser diminuídos.
Não compreendo, ou melhor até compreendo, porque não investimentos fortemente neste domínio. Não o fazendo espelhamos um padrão de desenvolvimento humano que nos coloca bem longe dos níveis de bem-estar e de qualidade de vida de que gozam os países mais desenvolvidos. Continuamos focados em indicadores de outra natureza, bem mais tangíveis, para avaliarmos e medirmos o nosso desempenho económico e social, preterindo apostas que levam tempo a produzir frutos, em que os resultados não são imediatos.
É uma questão política. No actual “estado da arte” é necessário, como é mencionado na notícia, tomar decisões políticas e definir estratégias de prevenção do cancro. A fraca sensibilização da população para a prevenção determina a necessidade de políticas públicas activas. Fazem muita falta!

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Cara Dra. Margarida Aguiar:
    Apesar do Estado não fazer a parte que lhe cabe (por exemplo, campanhas massivas nos canais públicos de televisão sobre prevenção), uma parte da sociedade civil parece-me estar a assumir comportamentos de vida mais saudáveis, de modo a não potenciar os tais factores que contribuem para as doenças fatais. Ocorre-me agora que alguns desses factores de risco têm sido abordados diversas vezes, graciosamente, pelo Professor Massano Cardoso. Bom seria que os leitores deste blog fossem ainda, em maior número…

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  3. Caro jotaC
    Será uma parte ainda pouco expressiva da população, embora seja notório que as gerações mais novas praticam mais exercício físico. É um contributo importante para ajudar a alterar o estilo de vida sedentário dos portugueses.
    Quanto à alimentação há ainda muito para fazer na alteração de hábitos alimentares nada saudáveis. Fazemos muitas asneiras...

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