sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A ignorância é atrevida

A economia vem desmentindo, ponto por ponto, e continuadamente, toda a demagogia do Governo. As palavras eram triunfalistas: crescimento, diminuição de impostos, diminuição do défice, controle da dívida pública, Portugal preparado para as dificuldades, se elas se fizessem sentir.
Hoje, as notícias dizem que a quebra de 2,1% da economia portuguesa registada no quarto trimestre de 2008, data em que foi apresentado o OE para 2009, é a mais grave desde há quinze anos.
Há apenas dois meses, em Dezembro, aquando da aprovação do Orçamento, o Governo ainda mantinha as perspectivas de crescimento do PIB em 0,6% e o défice 2,2% e a taxa de desemprego em 7,6%, quando os indícios já eram claros da queda da actividade e da subida do desemprego. E enganava despudoramente os portugueses.
Passados uns dias, os factos impuseram-se e o Governo teve que propor um Orçamento rectificativo, a que chamou suplementar.
Claro que um Orçamento é uma previsão, não uma certeza.
Mas prever tão grosseiramente, em assunto de tão grande responsabilidade, só pode significar ignorância absoluta em matéria económica, ou demagogia absoluta na relação com os cidadãos. Ou um misto das duas, porque a ignorância é atrevida.
Tão atrevida, que até diariamente é exibida nas mais variadas festividades propagandísticas.

5 comentários:

  1. Se eles não tivessem criado os 150 mil postos de trabalho até se pensava que eram aldrabões...

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  2. Não há nada mais verdadeiro que o que escreve no titulo. A ignorânica é mesmo atrevida.

    Ainda por cima, todos os governos europeus acertaram em cheio com as suas previsões de crescimento e défice, já para não falar do FMI e outras instituições.

    Só o governo português é que è um zero à esquerda.

    Ah, é verdade. Aqui neste blogue os autores tambem puseram-se a adivinhar e também falharam redondamente.

    Tenpos dificeis estes, para fazer previsões e adivinhações.

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  3. Caro Pinho Cardão,

    Como o meu velho amigo sabe muito bem podemos perder a razão quando forçamos a razoabilidade dos nossos argumentos.

    Acontece frequentemente, sobretudo à volta de uma mesa de amigos. Ninguém se livra dessa pecha.

    O meu Amigo que me desculpa mas tenho de lhe dizer que, quanto a mim, foi o que lhe aconteceu neste post.

    Que este governo manobra com muita habilidade a sua estratégia comunicacional usando artes de marketing político, uma designação eufemística para demagogia, é muito evidente para quem não seja partidário.

    Mas não pode confrontar-se a situação actual com aquela que vivíamos há três anos atrás, por razões que toda a gente percebe, e mesmo com aquela que se vivia ainda no terceiro trimestre do ano passado.

    Querer apontar ao governo demagogia em situações a que é grandemente alheio ajuda a limpar a imagem daquilo em que ele realmente errou sem desculpa de causas de terceiros.

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  4. Caro Tino:

    Eu nem sou exigente
    quanto a previsões: mais décimo, menos décimo é perfeitamente igual. Mas o que é grave e "aldrabice" política é querer inverter as tendências. E o Governo fê-lo até mais não poder. Isso é demagogia e mentira, caro Tino. Ou não foi isso que aconteceu?

    Caro Rui:

    Não falei da situação de há três anos, mas da situação de há menos de 3 meses, de Dezembro, mês em que foi aprovado o Orçamento para 2009. Aí, nessa data, o Governo fez finca pé de todas as previsões constantes do Quadro macro-económoco subjacente ao OE de 2009. Que já se sabia não serem reais.
    Portanto, caro Rui, tenho toda a razão. LÊ bem o post e verás: eu falei de 3 meses e tu falas do que eu não falei, 3 anos!...
    Foste na emoção e perdeste pois a razão. Acontece aos melhores!...

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