É uma realidade há muito conhecida que os “Idosos abdicam de medicamentos por falta de dinheiro”. Cortam nos remédios, assim como cortam na alimentação e em outros bens de primeira necessidade, porque as reduzidas pensões que auferem não permitem aviar os medicamentos receitados.
Esta privação não é recente, não é uma consequência directa da crise, ao contrário do que às vezes se houve dizer. É claro que a crise pode agravar estas situações, mas sempre haverá que lembrar que, antes da crise ou em consequência dela, não é admissível a privação de medicamentos - no caso das pessoas idosas pode ter consequências muito graves - por falta de dinheiro, ou seja, por ausência de apoios adequados por parte do Estado.
Sabermos que as pessoas idosas com pensões baixas se vêem obrigadas a prescindir de medicação ou de parte dela ou a pedir às farmácias a sua aquisição em prestações não nos deveria deixar sossegados.
Não seremos nunca um país desenvolvido se não formos capazes de eliminar esta terrível descriminação. Tão desenvolvidos numas coisas, e ainda bem, mas tão atrasados em domínios tão fundamentais da vida! Estes contrates não são mais toleráveis e não há razão alguma para que os nossos governantes e políticos não resolvam definitivamente esta vergonha. Como alguém, há pouco, exclamava na televisão "Isto não pode continuar"!
Esta privação não é recente, não é uma consequência directa da crise, ao contrário do que às vezes se houve dizer. É claro que a crise pode agravar estas situações, mas sempre haverá que lembrar que, antes da crise ou em consequência dela, não é admissível a privação de medicamentos - no caso das pessoas idosas pode ter consequências muito graves - por falta de dinheiro, ou seja, por ausência de apoios adequados por parte do Estado.
Sabermos que as pessoas idosas com pensões baixas se vêem obrigadas a prescindir de medicação ou de parte dela ou a pedir às farmácias a sua aquisição em prestações não nos deveria deixar sossegados.
Não seremos nunca um país desenvolvido se não formos capazes de eliminar esta terrível descriminação. Tão desenvolvidos numas coisas, e ainda bem, mas tão atrasados em domínios tão fundamentais da vida! Estes contrates não são mais toleráveis e não há razão alguma para que os nossos governantes e políticos não resolvam definitivamente esta vergonha. Como alguém, há pouco, exclamava na televisão "Isto não pode continuar"!
Olhe, Margarida, a imagem, só por si, já fala! "Vejo" ,de,costas, os meus velhos pais.Felizmente ,há idosos que lá chegam... É triste ver que um país que não ama os seus idosos, não se ama a si próprio. Eles são o "saber de experiências feito" de que qualquer país se deve orgulhar...Eles são a imagem do Futuro que nós poderemos ser. Pergunto ao governo: oque será deles, governantes, se um dia a situação se reverter e forem eles a não ter o suficiente para viver?
ResponderEliminarVamos experimentar? tiremos-lhes as urgências nocturnas,oapoio na saúde a medicação...Demos-lhes reformas de miséria...Depois, esperemos...
Estou completamente de acordo que deve ser dada especial atenção à protecção dos mais velhos na doença, garantindo que não ser+a por falta de dinheiro que deixam de tomar os remédios de que necessitam. Mas talvez o problema não possa ser visto só do lado da garantia do Estado, uma vez que muitas vezes os idosos vêm com uma carrada de remédios desnecessários ou simples placebos receitados pelo médico assistente, não sei se isso se deve ao facto de em Portugal termos a mania dos remédios, o que leva as pessoas a achar que um bom médico é o que manda fazer Tac por tudo e por nada e manda tomar pastilhas de várias cores, ou se é por outra razão qualquer. Dei-me ao trabalho de ver a sequência de várias receitas de uma pessoa de família e fiquei pasmada, mantinham-se medicamentos para sintomas já resolvidos,havia um que era para evitar as dores de estômago provocadas por um antibiótico que foi preciso há 6 meses,enfim, parece que o médico acrescenta medicamentos mas não faz a revisão dos anteriores, de modo que a caixinha já se transformou num saco e não tardará a ser uma mala carregada de remédios...Os médicos também devem estar alertados para só receitar o que é indispensável, única forma de garantir que não falta.
ResponderEliminarÉ,de facto há médicos que aparentemente passam muitos medicamentos, mas eles lá sabem. Por exemplo, um hipertenso leva com uma catrefada de comprimidos que até assusta. Mas a propósito disto, há dias fui ao médico com a minha mulher, e qual não foi o meu espanto quando o sr doutor lhe prescreveu também uns chás de umas ervas que me lembrei da minha mãe dizer serem muito boas para o estômago (conhecimento herdado da sua avó materna, conhecedora profunda de todas as ervas para fazer os "remédios"). Bem...com isto eu que não era apreciador de chá, passei a tomar todas as noites aquele chá de funcho que me sabe muito bem...
ResponderEliminarCara Margarida Aguiar
ResponderEliminarO post suscita-me os seguintes comentários:
a) Enquanto os farmacêuticos não puderem alterar a prescrição médica para o medicamento equivalente e mais barato, mesmo que o médico e o doente desejem o contrário.
b) Enquanto não existir o sistema de unidose, fornecido nos Centros de Saúde e não apenas nos hospitais,
c) Enquanto não se integrar a situação fiscal do beneficiário com os sistemas de saúde e articularem-se com as duas medidas acima,
Vamos continuar a ter estas vergonhas.
Sabe, é nestes momentos e noutros, que a expressão "brandos costumes" é tão ignobilmente enganadora.
A nossa crueldade é muito maior do que estamos dispostos a admitir, porque o que nos falta em vergonha, sobra-nos em crueldade.
Cumprimentos
joão
Caro Lusibero
ResponderEliminarSubscrevo totalmente as suas palavras. Entendo que deveríamos fazer mais e melhor pelas nossas pessoas idosas. É uma questão de "amor" como muito bem disse, é uma questão de princípios e valores, de humanidade, de dignidade, de justiça e de solidariedade. Mas que sentido faz não pensarmos assim?
Suzana
Partilho das suas preocupações, do eventual excesso de medicamentos receitados. Mas é aos médicos que compete receitar, mal ou bem. Esta é matéria de interesse público relativamente à qual o Estado tem responsabilidades e da qual não se pode alhear.
Se há erros e problemas na política do medicamento, na regulação da actividade médica, a bem dizer no sistema de saúde, não podem as pessoas idosas ser vítimas desses erros. A assimetria de informação em matéria de saúde é enorme, competindo aos médicos tratar os doentes e aos doentes confiarem nos médicos. O que não pode acontecer é as pessoas idosas por falta de rendimento não terem acesso à saúde. O Estado tem aqui um papel fundamental. E aqui deve fazer bem, em vez de se dispersar em actividades onde não deve estar.
Caro jotaC
Os médicos convencionais não são muito de receitar chás e ervas, não vá o "negócio" esmorecer!
Que os chás têm propriedades extraordinárias é um facto e que se calhar poderiam substituir muitos medicamentos químicos também.
Um chazinho à noite é muito reconfortante, lá isso é. Pois eu tomo vários chás ao longo do dia. Gosto imenso e sei que mal não me fazem. Por isso bebo com muito prazer.
Caro joão
Os seus comentários são muitíssimo pertinentes e em parte falei deles no comentário que acima fiz.
Subscrevo o que disse a propósito dos "brandos costumes".
Já agora deixo-lhe aqui este pequeno episódio que mostra bem, se é que alguém tem dúvidas, o que se está a passar. Foi, aliás, por causa do episódio que decidi escrever o post.
Fui à farmácia para comprar uma caixa de Aulin e estava uma senhora dos seus 80 anos a informar-se sobre a sua conta na farmácia.
A senhora levava uma receita para aviar no montante de cerca de 100€, não totalmente comparticipada. Não podia pagar no momento e a funcionária explicou-lhe bondosamente que ficaria na conta, que não se preocupasse, que pagava quando recebesse a pensão.
Acabei por pagar a parte não comparticipada, pois não tive coragem para fazer coisa diferente. O Aulin ficou um pouco mais caro, foi só isso!