O Mini fez 50 anos! Dei com essa notícia no Público e adorei o título “Um grande amor pelas pequenas coisas”.
O meu mini foi realmente um caso de amor à primeira vista, e ainda por cima duradouro, prolongou-se durante 14 anos, com fidelidade absoluta, só acabou quando ele ficou sem conserto e ainda sinto saudades quando vejo um igual, todo recauchutado.
Decidi que tinha que comprar um carro quando comecei a trabalhar e entre aulas na faculdade, trabalho e outros compromisso próprios dos vinte anos não podia perder horas de autocarro. Comecei a procurar um em 2ª mão, mas um dia passei na montra de um stand e que vejo eu ali, mesmo a pedir-me que o levasse? Um mini 1000, branco, com um S na matrícula! e aqueles faróis redondos a olhar para mim e a dizer leva-me, leva-me! Mas como arranjar dinheiro para o comprar?, só com o meu ordenado, inteirinho, levaria mais de 5 anos a pagá-lo! Passei vezes sem conta à frente da montra só para ter a certeza de que ainda lá estava mas um dia vi um casal jovem à volta dele, abriam as portas e sentavam-se, senti um ciúme tão grande que decidi que aquele carro ia mesmo ser meu!
Por essa altura vivia-se lá em casa a azáfama do casamento das minhas irmãs e foi uma conversa sobre o preço das bodas que me deu a ideia luminosa de propor ao meu pai que me desse o equivalente para comprar o carro, em troca eu não faria festa quando fosse a minha vez de casar. Ele hesitou um bocado, “como é que sabes que quem casar contigo não vai querer a festa?”, mas logo achou uma boa ideia e foi ele que explicou ao resto da família que considerava a troca excelente. Meu dito meu feito, metade ficou pago e para o resto assinei letras, cada uma era exactamente metade do que eu ganhava, mas durante um ano e meio nunca falhei nem um dia. Lembro-me bem de sair do stand ao volante do meu mini, doida de orgulho e alegria, a ter a sensação de que todos na rua paravam para o olhar.
Éramos inseparáveis e o mini tornou-se uma espécie de mascote. Não tive festa de casamento mas esteve associado a todos os bons momentos da minha vida durante catorze anos, tanto levava o meu grupo de amigos, todos encafuados como se fosse uma carrinha, como levou mais tarde as minhas filhas nas suas cadeirinhas mais a pilha de objectos, malas e brinquedos que tínhamos que levar para férias. O mini era elástico, cabia sempre mais qualquer coisa, e além disso era aquela sensação de andar rápido, o ruído característico do motor fazia um vistão no meio do trânsito e era o primeiro a arrancar nos sinais vermelhos.
Quando me rendi à evidência de que os travões já não tinham mais conserto, comprei outro carro mas não consegui gostar dele e vendi-o pouco depois. A verdade é que, até hoje, nunca mais gostei de um carro como gostava do mini, falta aquele “entendimento secreto”da cumplicidade numa época da vida em que tudo parece estar ao alcance dos nossos sonhos, e o mini, com o seu estilo despachado e brincalhão, parecia que nos entendia a vontade e levava-nos mais depressa…
O meu mini foi realmente um caso de amor à primeira vista, e ainda por cima duradouro, prolongou-se durante 14 anos, com fidelidade absoluta, só acabou quando ele ficou sem conserto e ainda sinto saudades quando vejo um igual, todo recauchutado.
Decidi que tinha que comprar um carro quando comecei a trabalhar e entre aulas na faculdade, trabalho e outros compromisso próprios dos vinte anos não podia perder horas de autocarro. Comecei a procurar um em 2ª mão, mas um dia passei na montra de um stand e que vejo eu ali, mesmo a pedir-me que o levasse? Um mini 1000, branco, com um S na matrícula! e aqueles faróis redondos a olhar para mim e a dizer leva-me, leva-me! Mas como arranjar dinheiro para o comprar?, só com o meu ordenado, inteirinho, levaria mais de 5 anos a pagá-lo! Passei vezes sem conta à frente da montra só para ter a certeza de que ainda lá estava mas um dia vi um casal jovem à volta dele, abriam as portas e sentavam-se, senti um ciúme tão grande que decidi que aquele carro ia mesmo ser meu!
Por essa altura vivia-se lá em casa a azáfama do casamento das minhas irmãs e foi uma conversa sobre o preço das bodas que me deu a ideia luminosa de propor ao meu pai que me desse o equivalente para comprar o carro, em troca eu não faria festa quando fosse a minha vez de casar. Ele hesitou um bocado, “como é que sabes que quem casar contigo não vai querer a festa?”, mas logo achou uma boa ideia e foi ele que explicou ao resto da família que considerava a troca excelente. Meu dito meu feito, metade ficou pago e para o resto assinei letras, cada uma era exactamente metade do que eu ganhava, mas durante um ano e meio nunca falhei nem um dia. Lembro-me bem de sair do stand ao volante do meu mini, doida de orgulho e alegria, a ter a sensação de que todos na rua paravam para o olhar.
Éramos inseparáveis e o mini tornou-se uma espécie de mascote. Não tive festa de casamento mas esteve associado a todos os bons momentos da minha vida durante catorze anos, tanto levava o meu grupo de amigos, todos encafuados como se fosse uma carrinha, como levou mais tarde as minhas filhas nas suas cadeirinhas mais a pilha de objectos, malas e brinquedos que tínhamos que levar para férias. O mini era elástico, cabia sempre mais qualquer coisa, e além disso era aquela sensação de andar rápido, o ruído característico do motor fazia um vistão no meio do trânsito e era o primeiro a arrancar nos sinais vermelhos.
Quando me rendi à evidência de que os travões já não tinham mais conserto, comprei outro carro mas não consegui gostar dele e vendi-o pouco depois. A verdade é que, até hoje, nunca mais gostei de um carro como gostava do mini, falta aquele “entendimento secreto”da cumplicidade numa época da vida em que tudo parece estar ao alcance dos nossos sonhos, e o mini, com o seu estilo despachado e brincalhão, parecia que nos entendia a vontade e levava-nos mais depressa…
O meu MORRIS MINI custou novinho em folha cerca de 125,000$00, actuais € 625, e ainda me lembro da matrícula: HV-42-50! Era azulinho, com os pára-choques e as ópticas cromadas de branco.
ResponderEliminarTem toda a razão, Dra. Suzana, era extremamente difícil comprar automóvel naquele tempo. Lembro-me que tive de dar uma entrada de quase setenta por cento e o restante em letras até dois anos, avalizadas por um fiador!
Ah, caro jotac, então também era do clube de fãs? O meu era GS-13-89 e nunca mais soube nenhuma matrícula de cor!
ResponderEliminarClaro que era fã! O Mini foi um sonho transformado em realidade!.
ResponderEliminarSó lamento o meu MINI nunca se ter cruzado com o seu, pois, com toda a certeza ainda hoje me lembrava!
:)
Trim, trim! Peço licença para entrar… É que não pertenço ao grupo do MINI!
ResponderEliminarMas também tive o meu primeiro carrito, uma aquisição das mais felizes da minha vida. Era um Renault 5 em segunda mão, azul escuro, mas que agora ao vê-lo, em memória é claro, parece-me que estava um bocado desbotado. Foi para mim uma conquista, pago a prestações, com uma entrada inicial que consegui juntar com o fruto das explicações de matemática.
Lembro-me que os meus irmãos faziam fila para passear com a irmã mais velha ao volante!
Caro jotac, que o meu mini era giro, isso era, mas era difícil dar por ele porque eu sempre gostei de andar depressa e era sempre a primeira a arrancar nos sinais :)
ResponderEliminarFaça favor, este clube não é exclusivo! :)Tem graça, Margarida, antes de me apaixonar pelo mini andei a catrapiscar um renault 5 azul, em 2ª mão, também era muito atraente,mas era quase tão caro usado como o mini novo, os renault eram uns óptimos carros, para passear mais longe eram muito mais cómodos.
Pois o meu também era um mini, mas não desses. Quando o comprei já os japoneses davam cartas e o meu era japonês. Há duas semanas, vejam bem!, reencontrei o JO (também eu não me esqueci da primeira matricula) a quase 400 km daqui tal e qual o vendi, à porta do liceu que frequentei. Passaram-se, entretanto, mais de 20 anos...
ResponderEliminarUm mini japonês??? Não me diga que os faróis já não eram redondos mas oblíquos, com um ar oriental!
ResponderEliminar:)
ResponderEliminarUm mini no sentido de carro citadino, na onda dos verdadeiros "minis" Austin e Morris.