As listas de espera para a realização de cirurgias continuam a ser uma mancha negra do Sistema Nacional de Saúde (SNS). Apesar de alguns progressos que se têm registado nos tempos médios de espera, as medidas políticas não têm sido suficientes para acabar com este flagelo. Um flagelo que atinge essencialmente a população que pela sua condição económica se vê impedida de recorrer a sistemas privados de saúde na procura de cuidados imediatos. A média de espera está situada em 152 dias.
Os portugueses continuam a morrer de cancro à espera de uma cirurgia. A espera é de 102 dias, contra os 14 dias internacionalmente recomendados na área da cirurgia oncológica. No global, em Dezembro de 2008, 175 mil doentes aguardavam por uma operação. Quem o afirma é o Observatório Português dos Sistemas de Saúde no Relatório da Primavera.
Continuo a não perceber porque é que os doentes que o SNS não tem condições para tratar em tempo normal não são encaminhados, por exemplo, para sistemas privados de saúde. As listas de espera para além de alimentarem o drama humano do sofrimento causado pela doença grave e pela sua perigosidade, em particular nas doenças em que a luta contra o tempo é vital, são geradoras de descriminação e de injustiça.
Os portugueses continuam a morrer de cancro à espera de uma cirurgia. A espera é de 102 dias, contra os 14 dias internacionalmente recomendados na área da cirurgia oncológica. No global, em Dezembro de 2008, 175 mil doentes aguardavam por uma operação. Quem o afirma é o Observatório Português dos Sistemas de Saúde no Relatório da Primavera.
Continuo a não perceber porque é que os doentes que o SNS não tem condições para tratar em tempo normal não são encaminhados, por exemplo, para sistemas privados de saúde. As listas de espera para além de alimentarem o drama humano do sofrimento causado pela doença grave e pela sua perigosidade, em particular nas doenças em que a luta contra o tempo é vital, são geradoras de descriminação e de injustiça.
Esta é uma daquelas áreas em que não deveríamos poupar esforços e recursos. É confrangedor não fazer melhor!
Confrangedor e não só, Cara Dra. Margarida.
ResponderEliminarSe nós interligarmos a problemática que coloca neste excelente Post que escreveu, com outras realidades igualmente confrangedoras que nos cercam, eu sinto a necessidade perguntar:
- Qual é a prioridade do TGV na vida dos portugueses perante este cenário real e actual de notícias sobre o que se vai passando no País ?
- Que país é este que quer chegar 15 minutos mais depressa de Lisboa ao Porto, e não arranja maneira de os seus cidadãos chegarem às consultas e às cirurgias antes de morrerem??
Leiam-se estas duas notícias do DN de hoje:
Benavente - Funeral das três crianças marcado pela revolta
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1266642
[...]A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Benavente, concelho onde reside a família, admitiu, no entanto, que chegou a abrir um processo relativo às três crianças que morreram, mas adiantou que o mesmo foi arquivado por não existir "situação de perigo para os menores".[...]
Sete mil adolescentes grávidas em 2008
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1266546
a 1ª notícia das três crianças falecidas é a consequência por vezes inevitável da 2ª notícia. Jovens que muito cedo engravidam e que aos vinte e tal anos já têm 4, 5, 7 filhos...
Mas não é este País que precisa que nasçam muitas crianças ?
Porque se há-de pensar logo na adopção, e não se pensa numa boa estrutura de apoio, à semelhança de outros países da Europa .....de apoio às jovens mães solteiras ?
Que condições tem uma jovem mãe para alugar uma casa de 300 ou 400 euros, para viver com o seu filho, saindo da casa de acolhimento, se ganha um salário mínimo de 400 e picos euros ? (este problema foi-me colocado por uma directora de uma das casas de acolhimento da SS).
Depois venham-me falar de TGV .... de BPN's etc e tal ....
:-(
os meus cumprimentos,
Cara Pézinhos N' Areia
ResponderEliminarMuito acertados os casos que aponta. A demonstrarem como são grandes as "omissões" na protecção e ajuda àqueles, em especial as crianças e jovens, que são mais indefesos e carentes. É por estas e por outras que não temos que nos admirar com os nossos atrasos.
Somos regularmente confrontados pela comunicação social com casos de crianças de vidas muito problemáticas e com tristes destinos, fora muitos outros que estão bem longe da nossa vista. O caso das três crianças que o fogo levou é mais um deles, infelizmente com um fim trágico. Seriam crianças em risco? É a pergunta que se impõe fazer. Quem deveria ser responsável pela resposta?
Temos assistido a muitas declarações e actuações de comissões de protecção de crianças e jovens que não deixam dúvidas sobre o seu mau funcionamento, seja por falta de técnicos competentes, seja pela forma desarticulada com que interagem com outras entidades relevantes que por sua vez apresentam também falhas na capacidade de resposta. A falta de gestão, organização, competência, capacidade de intervenção e responsabilização não protegem as crianças em risco. São os problemas do costume que explicam o mau funcionamento de muitos organismos noutros domínios de actuação.