O funcionamento do sistema bancário repousa na confiança: na confiança nas próprias instituições e nos seus dirigentes e confiança nas autoridades reguladoras, no caso CMVM e, sobretudo, Banco de Portugal.
A supervisão do Banco de Portugal pode enviar ao mercado sinais positivos ou negativos sobre determinada Instituição. Um sinal positivo é a autorização de certas operações bancárias que envolvem risco para os sujeitos que nelas tomam parte. Se o Banco de Portugal autoriza, é porque faz um juízo positivo da solvabilidade do Banco e da sua capacidade de reembolso.
Segundo agora se soube, em Setembro do ano passado, cerca de 30 dias antes do colapso, o Banco de Portugal autorizou o BPP a fazer uma emissão de 80 milhões de euros de Obrigações Subordinadas de Caixa. Destes 80 milhões, e ainda antes da derrocada, o BPP terá conseguido a subscrição de 35 milhões junto dos clientes do Banco.
Num tempo em que diariamente era anunciado o colapso de grandes e poderosas instituições financeiras, a motivação dos investidores teria mais a ver com o sinal de confiança no BPP dado pelo Banco de Portugal do que pela atractividade financeira da operação.
Confiantes no sinal do Supervisor, os clientes do BPP “investiram” no produto fidedigno que lhes era proposto. Vão certamente perder a totalidade do "investimento" efectuado.
Trinta dias antes da derrocada do BPN, e no meio da turbulência geral, o Banco de Portugal dava um sinal de confiança na Instituição.
A ser assim , também é responsável pelo colapso. Sem apelo, nem agravo!...
A supervisão do Banco de Portugal pode enviar ao mercado sinais positivos ou negativos sobre determinada Instituição. Um sinal positivo é a autorização de certas operações bancárias que envolvem risco para os sujeitos que nelas tomam parte. Se o Banco de Portugal autoriza, é porque faz um juízo positivo da solvabilidade do Banco e da sua capacidade de reembolso.
Segundo agora se soube, em Setembro do ano passado, cerca de 30 dias antes do colapso, o Banco de Portugal autorizou o BPP a fazer uma emissão de 80 milhões de euros de Obrigações Subordinadas de Caixa. Destes 80 milhões, e ainda antes da derrocada, o BPP terá conseguido a subscrição de 35 milhões junto dos clientes do Banco.
Num tempo em que diariamente era anunciado o colapso de grandes e poderosas instituições financeiras, a motivação dos investidores teria mais a ver com o sinal de confiança no BPP dado pelo Banco de Portugal do que pela atractividade financeira da operação.
Confiantes no sinal do Supervisor, os clientes do BPP “investiram” no produto fidedigno que lhes era proposto. Vão certamente perder a totalidade do "investimento" efectuado.
Trinta dias antes da derrocada do BPN, e no meio da turbulência geral, o Banco de Portugal dava um sinal de confiança na Instituição.
A ser assim , também é responsável pelo colapso. Sem apelo, nem agravo!...
Indesmentível.
ResponderEliminarAliás, perante nós cidadãos contribuintes que vamos pagar,é o único responsável.
ResponderEliminarI Parte
ResponderEliminarIludindo os investidores
numa emissão de obrigações,
estes não são merecedores
das mais ignóbeis negações.
A fidedignidade alimentada,
avalizando a operação,
tem sido desmontada
pela verosímil arguição.
II Parte
A estridente incompetência
na actividade de supervisão,
tamanha é a prepotência
de quem vive na ilusão!
Há gente intocável
neste regime moribundo,
de aparência impecável
e odor nauseabundo!
O mexilhão honesto
e de trato amável,
considera o caso funesto
e miseravelmente insofismável!
Epílogo
Sem voz na consciência
e com falta de visão,
tamanha foi a incompetência
na actividade de supervisão.
Tamanha é a embrulhada
completamente irresponsável,
originando uma alhada
de profundidade impensável.
O embrulho rosado
deste tesourinho deprimente,
reflecte um país atrasado
governado displicentemente.
Muito bem observado, Pinho Cardão...
ResponderEliminarE caberá acrescentar que existe neste caso um sério problema jurídico, qual seja o de estes títulos incorporarem um crédito subordinado...quer isto dizer que caso os chamados credores comuns do Banco não consigam integral ressarcimento dos seus créditos, os detentores destas obrigações irão receber...ZERO!
Por definição de dívida subordinada, esta só pode ser paga depois de todos os restantes credores terem sido integralmente ressarcidos...o que neste caso só mesmo por milagre poderá acontecer de acordo com as informações que têm sido difundidas.
Quanto ao método de venda das obrigações, segundo as notícias ontem divulgadas parece ter sido a colocação directa nas carteiras dos clientes (nos de retorno garantido também?...) o que, a confirmar-se, naturalmente agrava ainda mais a natureza "sórdida" deste negócio...
Caro PInho Cardão
ResponderEliminarAproveito este seu post para formular uma pergunta/inquietação que não tenho visto tratado em nenhum lado.
Passo a expôr
Eu tenho dificuladade em perceber que tenha existido falha de supervisão, porque o departamento, no Banco de Portugal, que levava a cabo essa tarefa não estava dimensionado para tal.
Em +/- 2.000 funcionários, apenas +/- 100 dedicavam-se a esta tarefa.
O problema é que o departamento estava igual a antes da nossa adesão ao EURO.!!!!!????!!!
No entanto, desde 1992 que se estudava e analisava as consequências, no papel dos bancos centrais, do sistema monetário europeu que se pretendia criar.
Alguns bancos, como o Banco Central Alemão reforçaram as suas áreas de supervisão, isto é adaptaram-se às novas realidades, parece que o nosso, ficou-se pelos rendilhados macro económicos. Como gestor, acho que percebe que existe uma falha de gestão, não de supervisão, nem de antevisão......
Realmente a pergunta ao Senhor Governador, na sua audição de 08/06/09 será:
Porque não restruturou o Banco de Portugal, para adequar-se ao novo papel dos Bancos Centrais ao novo quadro monetário?
Gostava de ouvir a resposta...
Cumprimentos
joão
Só para ajudar aqui o joão, se só 100 é que fazem supervisão numa instituição cuja ÚNICA função +e a supervisão, os outros fazem o quê?
ResponderEliminarCaro João:
ResponderEliminarPertinente questão a sua.
Claro que a falha na supervisão também poderá ser explicada por uma falha na gestão do BP, no que se refere ao dimensionamento dos Serviços.
Os Departamentos principais do BP são três: Supervisão, Estatística e Estudos. Depois, há os serviços instrumentais: administrativos, contabilidade, recursos humanos, jurídicos, etc.
Segundo me foi em tempos referido, estes últimos agrupam mais de 50% dos efectivos do B.P. O que não parece forçado, dado que a função essencial , a da Supervisão, tem um número diminuto de colaboradores.
Caro Tonibler:
Mas se há tanto que não fazer...