Encerra a pré-campanha para as legislativas, realizada a pretexto de no domingo se abrirem as urnas para as eleições do parlamento europeu, irrelevante para a grande maioria dos portugueses, que neste plano não se distinguirá da grande maioria do povo europeu. As últimas auscultações a amostras do eleitorado dão como resultado um empate ou um quase empate entre PS e PSD. Desconfio das sondagens, muito mais quando as eleições decorrem num dia em que são muitos os factores que favorecem a abstenção. Mas há alguns dados de análise que são já seguros, independentemente da expressão eleitoral de cada um dos partidos.
Do lado do PS a surpresa foi o candidato. Quando foi anunciado, pensei que Sócrates tinha escolhido um trunfo. Afinal a campanha demonstrou que Vital Moreira é uma carta fora do baralho. Sairá rapidamente do palco no próprio dia das eleições. No demais, esta pré-campanha confirma uma clara tendência de descida do PS, que o tempo acentuará, salvo se ocorrer no PSD até às eleições legislativas catástrofe de proporcões maiores do que aquelas que o têm afectado. Por ora, os grandes beneficiários do desencanto rosa serão os partidos à sua esquerda, em especial o BE. Não me parece que venham a existir, contados os votos, grandes transferências para a sua direita. E sem estas não logrará o PSD obter maioria nas legislativas.
Do lado do PSD a surpresa também foi o candidato. Mas ao contrário de Vital Moreira, Paulo Rangel superou as expectativas de muitos. A minhas, confesso. Seja qual for o score do PSD, a verdade é Rangel foi o que já demonstrara ser como líder do grupo parlamentar: combativo, mas preparado para o combate, com uma cultura política muito acima da média do PSD dos últimos tempos.
Estas jornadas de pré-campanha das legislativas parecem, em suma, ter demonstrado que o PSD, se bem que não iniciou uma dinâmica de vitória, pelo menos travou a atracção pelo abismo.
Falta agora a indispensável unificação do partido em torno da líder; a afirmação séria de que os interesses do País se situam acima dos do grupo (o que não tem sido nítido, como se demonstra pelo lamentável episódio da [não] eleição do Provedor de Justiça...); e a estruturação de um pensamento político consistente, capaz de ser compreendido pelos eleitores daqui a pouco mais de 4 meses; a elevação do nível dos candidatos às legislativas, única forma de assegurar a elevação do nível do debate e o consequente reconhecimento pelo eleitorado. Sem o que é impensável ao PSD tornar-se alternativa. Mas essa é missão da liderança que pode ter no escrutínio de domingo um sinal de que yes, she (we) can.
Tenho gostado imenso da prestação da Dra. MFL, acho que está em crescendo.
ResponderEliminarYeees!!!
ResponderEliminarSubscrevo o que diz, caro Ferreira de Almeida.
ResponderEliminarE Yeeeess, também!....
Logo no início manifestei a minha opinião acerca do candidato do PSD. Com o decorrer das campanhas, a mesma não se alterou. Continuo convencido que MFL escolheu mal o candidato para as eleições ao PE.
ResponderEliminarPaulo Rangel estava a ter um desempenho fantástico na bancada da Assembleia da República. E esse desempenho era devido certamente às qualidades que o caro Dr. JMFA aponta neste texto.
Compreende-se que MFL tinha a necessidade absoluta de tal como o caro Dr. refere, aglutinar o partido, reunifica-lo, dar-lhe um ideal comum, fortemente motivado. Em minha opinião esse objectivo poderia ter sido alcançado sem sacrificar a figura do partido mais combativa, mais acertiva e mais mediática, em crescente protagonísmo.
Depois de atingido um empate para o PE, depois até de conseguida alguma quietude dentro do partido e alguma vontade comum de apoio à lidere, quem vai restar à Drª MFL, para a verdadeira eleição? Para eleger o próximo governo deste país?
Muitos nomes se encontram decerto disponíveis e espectantes, mas, qual deles será capaz de defrontar Socrates nas campanhas, nos frente-a-frente. Qual dos nomes de que MFL dispõe terão o traquejo, a habilidade, o saber, a convicção, a certeza necessários e imprescindíveis para enfrentar e vencer aquele que provou e continua ininterruptamente a afirmar a sua especial "veia" de charlatão, ilusionista, vendedor de banha-da-cobra!?
A menos que depois de estas eleições ganhas, Paulo Rangel abdique e... qual S. Nuno de Santa Maria, envergue a cota, empunhe o montante e se decida a, com a mesma valentia, frontalidade e clareza, enfrenta-los e vencê-los.
Seria um acto revelador de um carácter grandioso e abenegado.
Na minha prespectiva, vejo Paulo Rangel com "estaleca" para muito mais que o P.E. e se tiver o apoio da lider e da maioria do partido... é como "quem limpa o rabinho a bábes...
Caro Ramiro Andrade, o regime democrático que rege o nosso país, confere-nos a liberdade de votar, em branco ou não, e ainda de não votar. A liberdade de expressão, garantida pela nossa constituição, permite a todos os cidadãos expressarem as suas opiniões livremente, mesmo que, para discordar com a forma de agir e de decidir dos políticos. Agora, aquilo que a nossa constituição e a nossa democracia não permitem, por muito liberais que sejam, é faltar com o respeito devido a cada cidadão e a cada político.
ResponderEliminarSe eventualmente o meu amigo possuí provas reais, incriminatórias da impolutibilidade do Sr. Presidente da República, deve servir-se dos meios legais para as apresentar, de forma a que a justiça actue em conformidade.
Se simplesmente sonhou ou ouviu a sua vizinha comentar, siga o meu conselho, erga-se, torne-se vertical, componha-se e porte-se como um homem.
Para começar, irá ficar-lhe muito bem se reconsiderar o sentido e o conteúdo de tudo o que escreveu e pedir desculpas aos autores do blog pela inconsequêcia e insensatez das mesmas.
Caro bartolomeu concordo no que diz respeito a escolha de Rangel, pois a meu ver seria muito mais útil como lider da nossa bancada.
ResponderEliminarContudo tenho que o saudar por ter feito um trabalho no terreno embora de certa forma só, exelente, surpreendeu-me e muito.
O nosso mal é exactamente a forma como essas escolhas são efectuadas nos Partidos.
ResponderEliminarMeu caro Bartolomeu, peço desculpa por ter deixado "pendurado" o seu último comentário que se referia a um outro que apaguei.
ResponderEliminarPorém, o que escreveu continua válido para casos futuros de pessoas que por aqui passem e que não percebam as regras deste espaço.
Esta Quarta República põe os limites à liberdade de expressão muito longe, mas põe-nos. É democrática, mas intolerável à falta de respeito.
De qualquer modo, peço-lhe desculpa a si e agradeço-lhe o que comentou.
Ora, caro Dr. JMFA, não ha nada para desculpar. Pena é, que os discursos alienados continuem a produzir efeito sobre a mente e opinião daqueles que por inércia, ou inépcia, não conseguem afastar o véu que encobre a demagoia e os interesses desestabilizadores de todos os que pretendem espalhar a ignomínia sobre pessoas das quais não sabem nada de pessoal.
ResponderEliminarMuito bem apagado, caro Zé Mário, e além disso o comentário pronto e incisivo do caro Bartolomeu fica assim devidamente em destaque.
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