segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O círculo socialista do absurdo

Hoje, a Comunidade Europeia colocou Portugal sob vigilância, devido ao elevado défice orçamental de 6,5% previsto para 2009. Um veemente desmentido à propaganda de Sócrates, que passou toda a campanha eleitoral a dizer que o seu Governo tinha controlado a despesa pública e posto em ordem as contas do Estado.
Já em 2002, António Guterres e o seu Governo socialista deixaram Portugal com as contas públicas descontroladas, ao ponto de se irem perder os fundos comunitários, não fora a corajosa política orçamental a que foi obrigado o Governo de Durão Barroso e que trouxe o défice para o valor permitido de 3%.
Em 2005, o Governo de Sócrates forçou o Banco de Portugal a rever o défice previsto para cerca de 6%, como forma de pôr em causa a política anterior e justificar os gastos que pretendia fazer, colocando sem pejo, qualquer angústia ou vergonha, a despesa num patamar bem superior ao que qualquer gestão razoável da coisa pública deveria impor.
Agora, no fim do Governo de Sócrates, estamos igual ou pior que no fim do Governo de Guterres. Novamente com a CE a vigiar-nos. Estes sãoos factos.
Claro que aí virá mais uma vez a subida de impostos para pôr em ordem as contas do Estado e debilitar a economia.
É o círculo socialista do absurdo ou do absurdo socialista

9 comentários:

  1. Bem lembrado e bem observado, caro Pinho Cardão...
    Apesar do cenário de crise orçamental que já se cheira (não acredito que o défice fique pelos 6,5% do PIB, até o PM francês acaba de anunciar um défice de 8,2% do PIB) julgo que agravamentos de impostos estarão excluídos - falta a maioria absoluta para os confirmar, meu Caro...
    E, além disso, seriam um antecipado suicídio da política económica, já tão desacreditada!

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  2. Não, caro Pinho Cardão. Integrações de fundos de pensões e repos de dívida não são "política orçamental corajosa". Aquilo que foi corajoso até certo ponto, os cortes e os congelamentos, em rigor, não deram em nada porque a máquina do estado não se dobra por decreto. O resultado das políticas do governo do PSD não foram os 3%, foi uma coisa completamente diferente que, dando umas marteladas aqui e umas integrações acolá, deram 3%.
    O PSD que traga uma forma de reduzir o défice de facto, que controla o estado em vez de ser controlado e consegue ser alter«nativa. Se é uma versão aditivada do PS, dá nisto.

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  3. Neste recanto de encantar
    muitas histórias são contadas,
    com tantos políticos a debitar
    suas verborreias disparatadas.

    A sujidade ruidosa
    da campanha eleitoral,
    é de uma ética lodosa
    exposta ao natural.

    Temos políticos brincalhões
    nos altos poleiros estatais,
    conspurcando os mexilhões
    com seus absurdos mentais.

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  4. "Em 2005, o Governo de Sócrates forçou o Banco de Portugal a rever o défice..."
    Bem, o BP não deu a impressão de precisar que o forçassem. Constâncio foi socialista dos quatro costados toda a vida, e por isso teve e tem o grau de independência que seria de esperar de quem saltou da luta partidária directamente para um lugar onde um módico de independência crítica seria desejável. Para que não fosse assim teria que ter uma envergadura moral e técnica de outro nível. Mais uns anos e, a juntar à generosa pensão de reforma que a comunidade agradecida lhe propina, terá o estatuto de senador do regime. E é provável que continue a ter opiniões e quem lhas ouça.

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  5. Caro Pinho Cardão

    Um défice excessivo fundado numa estratégia que permita o crescimento da economia, mesmo que seja objecto de um reparo internacional é sempre bem vindo.
    Mas como não é esse o caso, apenas se torna num problema mais para o futuro governo
    Cumprimentos
    joão

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  6. Até aqui era só a Presidência da República a ser vigiada pelo Governo. Agora é a Comissão Europeia a vigiar o Governo! Onde é que isto acabará, meu Deus?!

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  7. A prenda embrulhada
    num papel vistoso,
    em nome da trapalhada
    de um país desditoso.

    O monstro está agradecido
    por uma prenda farfalhosa,
    ficando deveras enternecido
    com esta política maravilhosa.

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  8. Caro Tavares Moreira:
    Não sei, não sei, oxalá tenha o meu amigo razão. Mas os jogos de viabilização do Governo poderão facilmente levar a que o PS venha a abençoar o apetite voraz do Bloco e do PC por mais impostos. Em nome da necessidade apregoada de mais Estado, de maior intervenção do Estado na economia.
    Com os resultados bem à vista.

    Tonibler:

    Na altura, e para não perder os fundos comunitários, recorreu-se, e bem, a medidas de emergência. Mas concordo que o PSD nesta matéria de despesa pública tem sido bastante conservador.

    Caro Manuel Brás:
    Inspiração inesgotável!...

    Caro JMG:
    Se foi por gosto ou por obrigação, um dia saberemos. Mas, em qualquer caso, o BP ficou de forma deplorável na fita.

    Caro João:
    Não acredito numa sobrecarga da despesa e do défice para dinamizar a economia. Os efeitos têm sido ao contrário, pela pressão sobre os impostos que absorvem cada vez mais recursos dos agentes económicos. E recorrer mais a dívida pública é o suicídio.
    Assim, tem plena razão.

    Caro António Transtagano:
    Com uma pequena diferença: é que a CE não escuta, mas fiscaliza de forma transparente, com os elementos que o Governo lhe dá!...

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  9. Caro Dr. Pinho Cardão

    Afinal parece que não houve escutas, segundo o Presidente da República!

    Do que S. Exa. necessitará é de um bom anti-vírus! Nesta matéria, adianto que me dou muito bem com o Kaspersky Internet Security, que considero superior ao Norton Anti-vírus.

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