quarta-feira, 30 de setembro de 2009

"Proibido votar lixo"


Começou ontem a campanha eleitoral para as autárquicas. Em dois dias perdi o conto aos quilómetros que andei por montes e vales, aldeias e quintas, debaixo de um calor sufocante para a época. O meu “moleskine” registou inúmeros episódios que talvez venha a descrever no futuro. O corpo, ao final do segundo dia, quase que claudicou. Não consigo pegar um gato pelo rabo. Registei igualmente muitas imagens da beleza física e humana do Portugal “profundo”. Hoje, porque tenho que mergulhar rapidamente nos lençóis, deixo aqui uma fotografia tirada num pequeno local ao fim da tarde.
Nem queria acreditar...

9 comentários:

  1. Claro: proibido votar no lixo...

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  2. Caro Professor Massano Cardoso
    Deve ser "botar"! Trocaram o "b" pelo "v". É o Portugal profundo!

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  3. A simplicidade popular atinge sempre os problemas no seu âmago com precisão.
    É isso que efectivamente é essencial... NÃO VOTAR LIXO!
    E sabemos bem que muito lixo se propõe para ser votado.
    Desejo-lhe ânimo e continuação de boa campanha, caro Professor, a canseira pode ser grande, mas vale no mínimo por essas imagens de beleza humana que tem podido apreciar.

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  4. Lá está, o povo tem sempre razão,mas é preciso saber ler a mensagem...Boa campanha, caro massano cardoso, nós ficamos na expectativa dessas notas, ainda me lembro muito bem das que aqui foram publicadas há 4 anos!

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  5. Anónimo14:55

    O cidadão que botou essa placa é um sábio!

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Como eu o compreendo e sei do que está a falar, caro Professor Massano Cardoso!
    Apesar de toda a dor física, e até de alma, uma campanha eleitoral no terreno tem momentos muito gratificantes, e enriquece quem nela participa. Acontece de tudo, até momentos altamente hilariantes, como aquele que no fim vou partilhar.
    Não vou inventar, o que aqui digo é a experiência do saber feito, pois participei há já muito tempo numa campanha a nível nacional, em que o candidato percorreu literalmente todo o País, inclusive aldeias recônditas com meia dúzia de habitantes. Foi o pedido do voto, porta-a-porta. Calculem os milhares de quilómetros percorridos…
    Confesso que participei mais por amizade a um grande amigo meu, de ontem e de hoje, do que por convicção. Mas fi-lo com muito prazer, e ainda hoje recordo com saudade aquele mês, em que o dia começava às oito e acabava à meia noite.
    Ao candidato (de ossadas muita fracas), valiam-lhe as mãos milagrosas e o saber do massagista de Alcoitão, que todas as noites lhe recompunha os ossos e os preparava para o dia seguinte…
    A minha função era simples. Era o “financeiro no terreno”, transportava uma mala com cerca de três mil contos, tudo em notinhas vivas, que serviam para pagar despesas que iam surgindo. Quando acabava, Lisboa tinha mais. Era muito dinheiro, nunca dei conta de acabar… Cabia-me também (a pedido em segredo do meu amigo), adiantar-me à caravana para o informar sobre o número de pessoas que esperavam o candidato, embora a organização local o fizesse, ele sentia-se mais confortável com a minha confirmação…
    Mas não vou falar mais sobre isto, não vá alguém montar-me uma escuta ao cérebro!? Vou, falar do tal episódio hilariante a que me comprometi no início, que serve ao mesmo tempo de aviso ao caro Professor, considerando que a probabilidade de acidentes rodoviários aumenta na mesma razão dos quilómetros percorridos.
    Então é assim: já não me lembro bem onde andávamos, mas era bem lá par o norte, pois tenho ideia de haver bois a andarem sozinhos pela berma da estrada de regresso a casa. Por isso, talvez Montalegre…
    Seguíamos estrada fora (confesso que a uma grande velocidade para o tipo de via), quando um dos motoristas ao ultrapassar um motociclista lhe deu um ligeiro toque que o fez estatelar-se metros à frente do carro. Parámos, o motorista tremia como varas verdes e, de um momento para o outro, começa a berrar que tinha tirado a perna ao homem! Bem, ficámos em pânico! É que ainda nenhum de nós se tinha dado conta que faltava uma perna ao acidentado, ali já sentado à nossa frente a tirar o capacete da cabeça!… Sem palavras, todos entrámos mato adentro à procura da perna que não havia meio de aparecer…
    Valeu-nos um conterrâneo do acidentado que entretanto passava na estrada, também de mota, e nos disse entre gargalhadas que o Zé, coitado, não tinha uma perna há já muitos anos…

    O maior sucesso na sua campanha, caro Professor, principalmente sem nenhum precalço como este, na altura deu vontade de chorar e agora de rir...

    Bem...já vou longo demais, está na hora de me chegar à frente que atrás espera gente!

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  8. Caro jotaC

    Gostei muito da sua história. De facto, quem anda nesta "vida", sabe que é muito gratificante devido a inúmeras experiências que, apesar do imenso esforço, acabam por nos enriquecer em todos os sentidos. Pessoalmente não dou por tempo perdido esta vivência. Histórias, algumas belas, outras mais tristes, irão ficar registadas para sempre. E eu gosto de histórias...

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  9. Mas que história tão engraçada a do caro jotac, imagine o título de jornal "Homem perde perna em acidente provocado por excesso de velocidade" e olhe que não mentiam...
    Quanto à tabuleta, esses votantes ainda podem ser considerados "botabaixistas"!

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