Continuo a série Mitos e Obstáculos que impedem o nosso desenvolvimento e a que aludi no Prólogo da mesma.
A defesa do meio ambiente é um direito e um dever de cada cidadão, senão por motivos éticos ou altruístas ou mesmo estéticos, pelo menos por motivos egoístas, como forma de, a prazo, não colocar em perigo a sua saúde e até a própria vida. Interagindo no nosso planeta diversos organismos, torna-se fundamental acautelar que alterações dos diversos sistemas não produzam efeitos nocivos, com repercussões negativas sobre a vida do homem. A ecologia e as preocupações ecológicas têm pois relevância decisiva na preservação do nosso bem-estar e da nossa vida na terra.
Posto isto, em tudo tem que haver proporção. E se a economia, servindo o homem, não pode ser adversária do ambiente, extremismos ambientais não servem a economia, nem o homem. Para o servir, economia e ambiente terão que coexistir, sem fundamentalismos, mas num justo e saudável equilíbrio.
Tem que se reconhecer que fundamentalismos ecológicos podem destruir e diminuir valor e têm até destruído, de forma gratuita, muitos projectos economicamente, mas sobretudo socialmente interessantes. E se a valia de um projecto assenta em diversas componentes, técnica, económica, financeira, social, ambiental, todas deveriam ser simultaneamente ponderadas, de forma a obter uma medida da sua viabilidade e sustentabilidade global e do seu valor acrescentado, considerado no seu todo e sopesando todas as valências em jogo. O que não deveria nunca acontecer é que um projecto devidamente estudado e com enorme e decisivo impacto económico e social seja liminarmente posto em causa por objecções ecologistas fundamentalistas e sem sentido, sob o capacete demagógico da defesa do ambiente.
Chegou-se ao ponto de todo o Governo e qualquer cidadão estarem permanentemente sob suspeita de atentar contra a ordem ecológica, ficando assim na mira de muitos guardiães do vício e da virtude. Para defesa do ambiente e da ecologia, é necessário acabar com o tipo de argumentação fantasiosa, que só desacredita a luta pela sua defesa.
Como a argumentação falaciosa que vê pressão demográfica insustentável em projectos a instalar em zonas do interior, em que a população vem diminuindo e até desaparecendo.
Como a que vê sempre um morcego no sítio de qualquer eólica, ou um ninho de cegonha no sítio de qualquer linha eléctrica, ou uma suspeita de lince no sítio de qualquer auto-estrada, ou um qualquer maçarico no sítio de qualquer ponte. Ou como a que adivinha uma gravura no sítio de qualquer barragem, ou a que inventa uma duna no sítio de qualquer urbanização, ou a que antevê o rato ibérico no sítio de qualquer projecto industrial, ou um sobreiro no sítio de qualquer campo de golf ou parque desportivo, mesmo que mil sejam reimplantados.
A preservação do ambiente passa também por um combate sistemático aos excessos ambientalistas, que não protegem o ambiente, mas que, em seu nome, se tornaram um mito castrador de um desenvolvimento harmonioso.
A defesa do meio ambiente é um direito e um dever de cada cidadão, senão por motivos éticos ou altruístas ou mesmo estéticos, pelo menos por motivos egoístas, como forma de, a prazo, não colocar em perigo a sua saúde e até a própria vida. Interagindo no nosso planeta diversos organismos, torna-se fundamental acautelar que alterações dos diversos sistemas não produzam efeitos nocivos, com repercussões negativas sobre a vida do homem. A ecologia e as preocupações ecológicas têm pois relevância decisiva na preservação do nosso bem-estar e da nossa vida na terra.
Posto isto, em tudo tem que haver proporção. E se a economia, servindo o homem, não pode ser adversária do ambiente, extremismos ambientais não servem a economia, nem o homem. Para o servir, economia e ambiente terão que coexistir, sem fundamentalismos, mas num justo e saudável equilíbrio.
Tem que se reconhecer que fundamentalismos ecológicos podem destruir e diminuir valor e têm até destruído, de forma gratuita, muitos projectos economicamente, mas sobretudo socialmente interessantes. E se a valia de um projecto assenta em diversas componentes, técnica, económica, financeira, social, ambiental, todas deveriam ser simultaneamente ponderadas, de forma a obter uma medida da sua viabilidade e sustentabilidade global e do seu valor acrescentado, considerado no seu todo e sopesando todas as valências em jogo. O que não deveria nunca acontecer é que um projecto devidamente estudado e com enorme e decisivo impacto económico e social seja liminarmente posto em causa por objecções ecologistas fundamentalistas e sem sentido, sob o capacete demagógico da defesa do ambiente.
Chegou-se ao ponto de todo o Governo e qualquer cidadão estarem permanentemente sob suspeita de atentar contra a ordem ecológica, ficando assim na mira de muitos guardiães do vício e da virtude. Para defesa do ambiente e da ecologia, é necessário acabar com o tipo de argumentação fantasiosa, que só desacredita a luta pela sua defesa.
Como a argumentação falaciosa que vê pressão demográfica insustentável em projectos a instalar em zonas do interior, em que a população vem diminuindo e até desaparecendo.
Como a que vê sempre um morcego no sítio de qualquer eólica, ou um ninho de cegonha no sítio de qualquer linha eléctrica, ou uma suspeita de lince no sítio de qualquer auto-estrada, ou um qualquer maçarico no sítio de qualquer ponte. Ou como a que adivinha uma gravura no sítio de qualquer barragem, ou a que inventa uma duna no sítio de qualquer urbanização, ou a que antevê o rato ibérico no sítio de qualquer projecto industrial, ou um sobreiro no sítio de qualquer campo de golf ou parque desportivo, mesmo que mil sejam reimplantados.
A preservação do ambiente passa também por um combate sistemático aos excessos ambientalistas, que não protegem o ambiente, mas que, em seu nome, se tornaram um mito castrador de um desenvolvimento harmonioso.
Não posso estar mais de acordo, Dr.Pinho Cardão!
ResponderEliminarValendo quer na positiva, quer na negativa, que projecto relevante para a economia foi impedido por motivos ambientais?
ResponderEliminarEu lembro-me da refinaria. Foi bem impedido, era corretagem de títulos de carbono em que eu dava os títulos e o Barros recebia o dinheiro.
Caro Pinho Cardão, como tudo na vida, é uma questão de gestão.
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarSubstitua no seu texto ambiente e ecológico por desenvolcimento e verá que o texto continua basicamente certo.
O desenvolvimento é um mito tão grande como os outros de que tem falado.
Olhe por exemplo para Quarteira, e veja como o desenvolvimento a mais e o ambiente a menos destruiu valor de forma tão evidente.
Costumo recontar uma história cuja veracidade nunca verifiquei e que acho que já contei nos comentários deste blog.
No tempo das hastas públicas dos bens da igreja de que o Estado se resolveu apropriar o mosteiro da batalha foi adquirido por um homem cuja ideia era aproveitar a pedra para contrução. A ideia era económica e ambientalmente certa: resutilizavam-se os materiais, reduziam-se custos e limitava-se a detruição de novas áreas por abertura de pedreiras.
Suspeito, sem ter feito um estudo sério, que a manutenção daquele edifício inútil por intervenção directa do rei consorte (um alemão) tem criado bem mais valor que o aproveitamento da sua pedra nas contruções da região.
Muitas das destruições de valor por razões ambientais de que fala podem bem ser equiparadas à tolice de manter um edifício inútil como o mosteiro da batalha.
henrique pereira dos santos
Muitas vezes, por culpa do Poder local...
ResponderEliminarA política “tabernizada”
e em estado miniatural,
tanta prosápia arrasada
pelo caos eco-cultural.
O serviço à comunidade
muitas vezes capcioso,
pois grassa a impunidade
do compadrio faccioso.
Ferida de susceptibilidades
e mesmo assim defendida,
são estas as habilidades
da "ecologia" incompreendida.
Estou perplexo, Caro Pinho Cardão. Siderado até!
ResponderEliminarAcaso o meu Amigo estará a sugerir que o fundamentalismo Ecológico tem sido um entrave a algum «progresso» neste país??!!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCaro CMonteiro:
ResponderEliminarNeste aspecto é da tradição divegirmos. Muito me penaliza...MAS É A VIDA!...
Mas tem toda a razão, estou mesmo a sugerir. O meu amigo não faz qualquer processo de intenção. Estou, de facto.
Há muitos projectos de investimento presos no licenciamento por questões de extremismos ecológicos. E também os há presos nos Tribunais, devido a esses mesmos fundamentalismos, mesmo que tivessem já passado por todos os crivos de autorizações administrativas. E até há projectos aprovados cá que extremismos levaram para serem decididos por alguma instância ou Tribunal em Bruxelas. Enquanto estes projectos andam nestas bolandas, não se fazem, não criam produção, emprego, actividade económica. E o "progesso", como diz, depende do investimento e da execução de projectos. Não é indiferente investie agora ou daqui a dois, cinco ou dez anos. Ou investir agora ou nunca investir, porque o empresário desiste.
Caro Tonibler:
Pois também é para o meu amigo a resposta anterior.
Caro Henrique Pereira dos Santos:
Mas a Quarteira é um "monstro" sem perdão. É um exemplo do mal que se fez e, porventura, continua a fazer. A Quarteira é um exemplo do extremismo de sinal contrário. O início do meu post inclui a condenação de projectos como esse.
Referiu-se depois ao Mosteiro da Batalha e diz que "muitas das destruições de valor por razões ambientais de que fala podem bem ser equiparadas à tolice de manter um edifício inútil como o mosteiro da batalha". Claro que "edifício inútil" se refere à perspectiva do energúmeno que queria aproveitar a pedra.
Mas o Mosteiro da Batalha não é um edifício inútil. Para além do seu significado histórico, é um bem cultural e económico. A Batalha vive muito das receitas turísticas do seu Mosteiro.
E, deixe que lhe diga, desconfio bem que os extremismos de agora não deixariam que ele se edificasse naquele local.
Como certamente o Palácio da Pena não seria construído por atentado à paisagem natural, ou o Castelo de s. Jorge...
Meu caro HPSantos: o meu post é sobre extremismos, e só sobre eles. Quanto ao resto, gosto sempre de o ler, aqui ou no seu blog.
Excelentíssimo Dr.Pinho Cardão,
ResponderEliminarMas eu pensava que esses entraves já não existiam depois do «progresso» algarvio de Armação de Pera e outras terras que tal. Ou do «progresso» da linha de Sintra. Ou de Vila do Conde. Ou da Póvoa de Varzim. Ou...
E agora até temos os PIN que fazem letra morta de qualquer reserva agrícola ou natural. Precisamente para escapar a esses «obstáculos» incómodos que são essas esquisitices das redes Natura, REN e RAN's e coisas assim.
O meu caro Pinho Cardão está a dizer-me que depois destes exemplos de «progresso», reivindicados anos a fio pelos autarcas (todos, da esquerda à direita) destes agradabilíssimos locais, na senda dessa conquista de Abril que é o Poder Local, Portugal afinal ainda não progrediu por causa de ninharias ecológicas?
Há ainda alguma coisa por destruir que esteja a incomodar esse «progresso» Estimado Dr. Pinho Cardão?...
Eu por mim terraplanava a Serra de Sintra para lotear aquilo. Seria de certeza um projecto de enorme valia económica.
ResponderEliminarCaro CMonteiro:
ResponderEliminarMuito bem. Mas, salvo erro, nunca ouvi dizer que construir no Cacém atentasse contra qualquer norma ecológica. Ou em Mem Martins. E como se continua a construir, de certeza que se houvesse alguma norma contrariada, os protestos se fariam ouvir (além do que os competentes serviços nunca permitiriam...).
Se me disser que atenta contra a estética, sou o primeiro a dar-lhe razão. Há que distinguir entre ecologia e bom gosto.
Mas, e mais importante, os projectos imobiliários não são os únicos projectos "vetados" pelos ecoligistas. Há muitos projectos de outro tipo que merecem a desvelada atenção das suas associações.
Caro Tonibler:
Não duvido mesmo nada que o meu amigo pudesse fazer isso. Energia tem, com toda a certeza.
Mas, a avaliar pelas presentes normas, o património mundial que Sintra constitui nunca poderia existir. Seria impensável construir o Palácio da Pena, os Palácios de Monserrate e Seteais, as inúmeras quintas que existem escondidas pela montanha e que constituem uma boa protecção da serra, o Palácio da Vila não existiria, mesmo o Castelo.
Há sempre um modo equilibrado de fazer as coisas. Isso é o que falta!...
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarDesconhecia tal força aos ecologistas!
Relembre-me assim um projecto daqueles sem os quais a nação não avança, vetado por motivos ambientais...
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarÉ sempre uma questão de gestão e uma questão de equilíbrio, sendo que se for no meu quintal equilíbrio é aquilo que eu entendo que é. A única vez que me meti à discussão com um político (sorte minha e dele não estarmos cara a cara senão estava a comentar isto noutro palácio da serra de sintra, mais concretamente o do Linhó) foi exactamente por um projecto de grande valia económica, a urbanização da Quinta dos Ingleses, sobre RAN e REN. Ainda ontem o Capucho foi eleito à conta disso e enquanto ele nos fazer esquecer do Judas vai continuar.
O ponto aqui é que entre os dois chegaríamos à conclusão que podemos ter um desenvolvimento sustentado desde que não seja em Carcavelos, nem em Colares. Se juntarmos mais alguém, vamos conseguir uma terceira localidade. Até preenchermos o país todo!
Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarApenas para ilustrar o seu post:
Recorda-se que a albufeira do Alqueva, tardou cerca de quatro anos, após a conclusão da obra em encher.
Podia ter ficado cheia logo no primeiro ano (pondo em cheque as previsões de que demoraria mais de dez anos a encher) mas perdeu-se um ano (2001 ou 2002) muito pluvioso, porque existia dois, repito dois exemplares de uma cegonha negra que nidificava numa área alagável.
Tivémos que esperar a desova e saída dos quatro indivíduos, para poder encher a albufeira.
Dito isto a ecologia é um negócio global, levado a cabo por indivíduos com uma agenda pessoal e com uma compreensão muito peculiar do papel a desempenhar e da direcção da influência que exercem.
Passa-se em Portugal e noutros países.
Cumprimentos
joão
Oh meu caro João, para não falar nos anos sem fim que demorou a decisão de construir tão importante "projecto estruturante" de "importancia fundamental" para a cultura de regadio, que iria mudar radicalmente a face da agricultura em Portugal, e que desembocou num mar de especulação imobiliária.
ResponderEliminarO Alqueva era exactamente tudo o precisávamos e apesar das cegonhas ele aí está...
Pode então elucidar-me sobre qual o obstaculo ao sucesso do Alqueva agora?...
Caro CMonteiro:
ResponderEliminarConcordará comigo que não é um projecto que faz avançar a economia e o país. Mas a reunião de muitos faz.
Caro Tonibler:
Há um provérbio latino que diz: est modus in rebus. Isto é, há uma proporção em todas as coisas. Que traz um justo equilíbrio. E, pelo que referiu, aí concordamos.
Caro João:
Ora aí está um exemplo em que não há proporção nenhuma!...
Caro cmonteiro
ResponderEliminarEm resposta directa à pergunta que me coloca: "qual o obstáculo ao Alqueva agora" a resposta é não.
O que não compreendeu foi o episódio que apresentei: os "ambientalistas" preocuparam-se com o acessório e descuraram o essencial, com isso atrasaram em dois anos o enchimento da barragem, mas não contribuiram para um melhor esclarecimento sobre a sua valia, sobre a especulação e outras questões.
Os "ambientalistas" portugueses são uma cópia nacional dos "ambientalistas" globais e, como movimento religioso moderno, tem várias seitas, com graus diversos de fundamentalismo.
Como eu sou estruturalmente ateu, vejo mais como um "negócio" à escala global. Agora que têm uma agenda, vamos dizer "sui generis" lá isso têm.
Na idade média mandava-se (e pagava-se por isso) rezar umas missas, agora encomenda-se um estudo de impacte ambiental; as missas não tinham efeito prático, os estudos também não..;
Não alteraram o buraco do ozono, nem o suposto aquecimento global, a desertificação, a fome, e as restantes sete pragas modernas.
Parafraseando o saudoso Solnado na "sua" guerra, não mata mas desmoraliza muito...
O único efeito económico reside em manter uma nova classe profissional e viabilizar uns quantos cursos superiores, com isso conseguimos uma melhor distribuição do rendimento e, em certo sentido sentimo-nos melhor, o mesmo sucedia com as missas...
Cumprimentos
joão
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarClaro que muitos casos juntos poderão constituir um padrão, pelo que não lhe vou perguntar mais por casos particulares, mas por outro lado não tenho sequer ideia de ouvir alguma associação de empresários reivindicar menos entraves «ambientais», de uma forma que se conclua cabalmente que o factor fundamentalista-ambiental é um travão ao desenvolvimento da nação.
Com algum atraso, comentei aqui:
ResponderEliminarhttp://ambio.blogspot.com/
henrique pereira dos santos
Totalmente de acordo com o Post...
ResponderEliminarqualquer forma de fundamentalismo é tenebroso e o ecológico não fica atrás (recordo o triste episódio dos transgénicos no Algarve através da Associação Verde Eufémia...)
E sim, o fundamentalismo ecológico é um entrave ao desenvolvimento (Foz Côa é um bom exemplo, meia dúzia de rabiscos do tempo da Maria Cachucha foram mais importantes que a construção de uma barragem, que nos podia ajudar a diminuir o défice energético).
Gosto de ouvir bonecos enfatiados a falar sobre a Linha de Sintra...sim é uma selva todos sabemos, e por causa disso, pagam aqueles, que como eu vivem nas freguesias rurais do Concelho de Sintra,em que em nome pessimo trabalho urbanistico realizado em zonas "onde passa o comboio", somos tratados como "reserva natural de saloios" para senhoritos virem visitar ao Fim de semana e nos lembrarem de "como é bom o ar do campo"!
Em nome desse mito ecologico, as pessoas são preteridas a bichinhos e ervinhas só porque estão dentro duma coisa monstruosa que se chama "Parque Natural Sintra-Cascais" ! Já dei para esse peditório...sim os fanáticos da ecologia limitam o progresso e relembro que " quem trata animais como pessoas, acaba a tratar as pessoas como animais !!"...