quinta-feira, 1 de outubro de 2009

PIB 2009: FMI confirma previsão do 4R...de há 8 meses

1. Em 28 de Janeiro último, em Post intitulado “PIB cai -2% a -3% em 2009...contra a crise, marchar, marchar!”, avançamos essa previsão quanto ao desempenho da economia portuguesa no corrente ano.
2. Importa salientar que esta previsão foi avançada (e justificada) numa altura em que a doutrina oficial consagrada nas inquestionáveis previsões do BdeP apontavam uma queda do PIB de -0,8% apenas...muito provavelmente a nossa previsão terá sido recebida com um habitual sorriso de desdém e comentários do tipo “cá está esta ave agourenta, não há maneira de se calar...”
3. Bastante mais tarde, com a Primavera adiantada, tanto o FMI como a OCDE avançavam previsões bem mais pessimistas, apontando uma quebra do PIB em torno de -4%.
4. Pouco depois, a doutrina oficial, corporizada nas já referidas previsões do BdeP, modificava o cenário sobre-optimista do início do ano, com uma previsão de quebra do PIB de -3,5%...
5. Ao longo deste período, o 4R manteve-se impávido e sereno não alterando a previsão avançada em Janeiro...
6. Vem hoje o FMI divulgar o seu revisto World Economic Outlook, prevendo agora uma quebra do PIB no corrente ano em Portugal de -3%...e o BdeP anunciou que iria rever também em alta – não disse quando, espera-se que seja antes de terminado o ano – a anterior previsão...
7. Qualquer das instituições emprega um batalhão de gente para trabalhar e "infalibilizar" estas previsões...no 4R não há empregados tampouco, trabalham os da casa e mais niguém...Só mesmo o nosso amigo Tonibler poderá explicar este estranho fenómeno...

3 comentários:

  1. Anónimo20:15

    Caro Tavares Moreira, tendo em conta as novas previsões do FMI. Tendo em conta o crescimento da economia Portuguesa no último decénio ter sido inferior a 1%. Tendo em conta que existe uma relação directa entre crescimento e geração de viagens. Tendo em conta ainda que os estudos de procura, dos quais derivam vários outros, para a Alta Velocidade e para o Aeroporto tomavam como pressupostos valores de crescimento de 2% para o período até 2010, 2,5% para o período de 2011 a 2020 e novamente 2% para o período de 2021 até 2030.

    Com base nos pressupostos anteriores qual lhe parece que será o futuro dos efeitos das infra-estruturas de transporte... visionárias, chamemos-lhes, para o erário público e para o país?

    Permita-me uma opinião muito básica... se calhar, se calhar, a procura vai ser ainda inferior às piores expectativas dos estudos de tráfego. Mas devo, certamente, estar equivocado.

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  2. Caro Zuricher,

    Junte a isso termos 10 auto-estradas em 25, salvo erro, com volume de tráfego inferior ao mínimo estipulado pela UE e mesmo assim o governo prevê gastar 5MM nos próximos anos para aumentar a rede em 50% (mais 800km!)...Estamos bonitos estamos, como diria o outro.

    Em relação à alta velocidade ferroviária, a qual para este governo parece que apenas é admissível com comboios a mais de 300Km/h, o custo deve ficar bem longe do que aquele que a RAVE tão rigorosamente nos apresenta. É que por essa Europa fora, o custo por km tem de pelo menos o dobro. Já sabemos no que isto vai dar certo?

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  3. Caro Tavares Moreira,

    Daqui a 20 anos, quando se der definitivamente a fusão entre a Física e a Economia enquanto ciências, vai-se falar nos tempos em que se pagava a uns sujeitos para fazerem previsões económicas anuais com base em séries temporais, da mesma forma que hoje se fala dos professores Karamba. É naturalíssimo que uma previsão feita com bases "irracionais" (no sentido em que é feita de forma não sistematizada e baseada na experiência ) seja muito mais certeira que uma "racional" feita com base em pressupostos grosseiramente errados, como é o caso dessas instituições.

    É muito curiosa a forma como na meteorologia, área onde se usa profusamente os mesmos métodos e onde os pressupostos que lhe são subjacentes se verificam, as previsões para 24 h são recebidas com imensas dúvidas pelo cidadão comum ("dizem que vai chover...") mas se são feitas por uma instituição dessas sobre economia para um horizonte de um ano, onde os pressupostos não se verificam, a reacção é "vamos todos morrer!"

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