segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A vacina

A Linha Saúde 24 é uma entidade criada pelo Ministério da Saúde para informar o cidadão sobre saúde pública e cuidados de saúde. Neste momento, em termos de saúde pública, o problema candente é o da Gripe A e, aconselhando o Ministério da Saúde a vacina, a Linha de Saúde 24 é o instrumento do Ministério para a informação aos cidadãos. Aliás, a página de entrada do Portal da Linha de Saúde 24 na Internet chama logo a atenção para as informações sobre a pandemia.

Acontece que a maioria dos enfermeiros que trabalha na Linha de Saúde 24, em Lisboa, arrogando-se de competência que não têm para julgar da qualidade de um medicamento, consideram que a vacina não foi suficientemente testada e recusam-se a ser vacinados. Os mesmos funcionários que têm a tarefa profissional de informação correcta e oficial ao cidadão ou ao doente, num caso tão melindroso como o da saúde pública.

Se querem ou não tomar a vacina, é com eles; a moléstia não se pega por via telefónica ou informática. Mas fazerem saber publicamente que pessoalmente se opõem à medida, quando a sua função profissional é aconselhá-la nos termos das orientações em vigor, é matéria disciplinar grave.
Que confiança merecem os funcionários da linha 24, se vão aconselhar aos outros o que recusam a si? E que confiança passa a merecer a Linha de Saúde 24?
Uns ou outra estão a mais. Salve-se a Linha que, ao menos, é útil. E permitirá que funcionários de outras linhas possam desde já ficar “vacinados” contra vírus portadores de idiotices cretinas do mesmo género.

20 comentários:

  1. Caro PInho Cardão

    Estamos perante um caso clássico de fronteria entre a liberdade individual e o bem colectivo.
    Se a condução irresponsável é punida, porque põe, em simultâneo em perigo a vida alheia e a do próprio, porque não se impõe a vacinação compulsiva aos profissionais de saúde?
    Anda este governo e a moralidade reinante a limitar o fumo e fica impávido e sereno face à recusa em ser(em) vacinado(s) por parte dos funcionários de saúde?
    Ou, como alguns sussuram em surdina, esta gripe não passa de mais um "fogo de vista" montado pela OMC?
    Cumprimentos
    joão

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  2. Caro João,
    sobre a sua última pergunta aponto o seguinte: aos jornais e aos comentadores armados em especialistas interessa o maniqueísmo. Quando era um risco elevado foi anunciada como catástrofe iminente, quando evoluiu para um risco moderado, interessa perguntar porque é que afinal não foi catástrofe nenhuma.

    Tecnicamente a gripe A começou por ser um risco elevado; evoluiu para uma gripe de efeitos normais com grande capacidade de contágio; os grupos de risco estão mais expostos que o normal.

    Neste caso (e na larga maioria) sou contra a vacinação compulsiva mas sou muito a favor que os técnicos da linha 24 tenham que saber explicar, de forma isenta, o porquê de a vacina ser recomendada e também sou a favor que devam verificar essa recomendação.

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  3. Caro Pinho Cardão,

    Ninguém tem mais competência que eles para julgar dos riscos que assumem. A burrada veio do ministério, que se lança numa destas sem saber da resposta dos seus próprios funcionários, principalmente quando sabiam que a reacção por toda a Europa é esmagadoramente essa. Agora bem podem meter as vacinas pelo coiso acima porque não há ninguém que a tome, de certeza.
    O que também não deixa de ser interessante para quem faça investigações sobre a teoria do rumor, o mesmo mecanismo que serviu para vender a vacina, é o que vai servir para a deitar para o lixo.

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  4. Caros João e Francisco:

    O meu post foi sobre um serviço oficial cujos colaboradores contratados para veicular orientações governamentais sobre a vacina da Gripe A põem publicamente em causa a própria vacina, referindo que não foi convenientemente testada, recusando-se, eles próprios, a ser vacinados. Não tendo legimidade nem competência para pôr em causa a vacina, trata-se de uma rebelião contra o empregador que, além do mais, provoca a desconfiança dos cidadãos e põe em causa as orientações do Governo.
    Num organismo responsável, tal atitude só poderia trazer uma consequência: a demissão por justa causa.

    Caro Tonibler:

    Vamos supor que o meu amigo é um empresário e que contratou um conjunto de colaboradores para informar os clientes de um novo produto produzido pela sua empresa ou adquirido no exterior, mas que teve o cuidado de testar, sendo certificado pelas mais importantes entidades internacionais.
    Vamos supor ainda que os colaboradores que contratou deram entrevistas e decidiram publicar um comunicado informando publicamente os clientes que o produto não era fiável.
    O meu amigo mantinha esses colaboradores a prestar informações aos clientes sobre o produto em causa?
    Creio que provavelmente eles nem mais apareceriam na sua empresa, temendo sujeitar-se a qualquer golpe de espada ou florete em que o meu amigo é insigne atleta...
    É só isso que está em causa no post, nada mais. O que a OMSaúde e o Ministério e os Laboratórios fazem ou não fazem não foi matéria abordada.

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  5. Muito oportuno este post. De facto alguma coisa parece estar errado neste processo todo!

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  6. Mas caro Dr. Pinho Cardão, ha nesta matéria e no mesmo ponto de vista, dados importantes a considerar.
    O exemplo que o caro Dr. ilustrou para responder ao comentário do nosso amigo Tonibler é válido numa optica comercial e empresarial mas, não nos podemos esquecer que está em causa tambem o código deontológico dos médicos que por um lado não lhes permite que se coloquem contra a "entidade patronal" e por outro os obriga a defender os interesses da saúde pública.
    E os factoa que se conhecem relativamente à vacina deixam grandes dúvidas por esclarecer.~
    E depois, uma coisa é tomar um comprimido para a dor de dentes que possa provocar diarreia e outra muito diferente é ministrar uma vacina que não ha 100% de garantias que evite a doença e que ha suspeitas de poder provocar outras ´de gravidade muitíssimo superior.

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  7. Caro Dr. Pinho Cardão

    parece-me que a sua análise é um pouco simplista, estando contudo, na sua maior parte, completamente certa.

    vivo neste momento um paradoxo:

    - Tenho medo de apanhar a vacina e tenho medo de apanhar a Gripe A.

    Se calhar sou eu e mais uns milhões que têm o mesmo sentimento...

    É um paradoxo que se tem vindo a construir, em mim, conforme vou absorvendo informação a favor e contra a vacina, e sobre a Gripe A.

    Há informação e contra-informação. Há teorias de conspiração para todos os gostos... (desde youtubes, notícias, artigos de opinião, em jornais e na blogosfera) ...

    Não, não são só os enfermeiros da S 24 a recusar a vacina, mas também médicos, mas também políticos ... enfim.... Até o bastonário da Ordem dos Médicos disse que não apanharia a vacina, pelo menos como grupo prioritário...

    É que de Saúde percebem os da Saúde, e há posturas diferentes e até antagónicas.

    Perante tudo isto, desde o cidadão mais iletrado ao mais culto e informado, interrogam-se:

    - Como proceder ? Que decisão tomar ?

    Eu não sei.

    O Senhor Doutor Pinho Cardão sabe ?

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  8. Caro Pinho Cardão, estou plenamente de acordo com o seu "post".

    Se de facto os tecnicos de saude (medicos e enfermeiros) teem duvidas sobre a vacina, deveriam ser os primeiros a manifestar-se sobre a mesma.

    Se existem duvidas sobre a validade ou efeitos secundários da mesma, deveriam ser os tecnicos da saude os primeiros a lutar e tentar impor ao Ministério da Saude a sua proibição.

    Agora a posição de: "Eu não tomo, pois não tenho a certeza...mas já agora dê cá o braço que se for pra si já não tenho problemas em dar!"
    ...no limite até se poderia apelidar de "homicidio"!

    Porque das duas uma:

    - Ou está provado que faz bem, e então todos deverão tomar.

    - ou não há certeza sobre a segurança da vacina, e então não deverá ser administrada.

    Parece-me simples, e só os "tecnicos de saude" poderão fazer esta avaliação, e tomar posição efectiva!

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  9. Leia esta notícia Caro Dr. Pinho Cardão, por favor...



    Swine flu jab link to killer nerve disease: Leaked letter reveals concern of neurologists over 25 deaths in America


    warning that the new swine flu jab is linked to a deadly nerve disease has been sent by the Government to senior neurologists in a confidential letter.

    The letter from the Health Protection Agency, the official body that oversees public health, has been leaked to The Mail on Sunday, leading to demands to know why the information has not been given to the public before the vaccination of millions of people, including children, begins.

    It tells the neurologists that they must be alert for an increase in a brain disorder called Guillain-Barre Syndrome (GBS), which could be triggered by the vaccine.
    GBS attacks the lining of the nerves, causing paralysis and inability to breathe, and can be fatal.

    The letter, sent to about 600 neurologists on July 29, is the first sign that there is concern at the highest levels that the vaccine itself could cause serious complications.


    http://www.dailymail.co.uk/news/article-1206807/Swine-flu-jab-link-killer-nerve-disease-Leaked-letter-reveals-concern-neurologists-25-deaths-America.html




    este assunto é muito sério e muito preocupante ..... pelas dúvidas e incertezas que suscita no Cidadão.

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  10. Caros Bartolomeu e Pèzinhos:
    Admito que a Ordem dos Médicos,a Ordem dos Enfermeiros, a Ordem dos Farmacêuticos, os Colégios das Especialidades,as Associações de Médicos da Especialidae, etc, Organismos de Investigaçãotenham uma palavra sobre o assunto.
    Mas funcionários da Linha de Saúde 24 que competência técnica e científica têm?
    Além do mais, foram contratados por uma entidade patronal para prestar determinado serviço; seria peregrina teoria aceitar que publicamente propalassem como prejudicial o serviço a que se prestaram, por contrato,a aconselhar como bom.
    Quanto ao resto, todos nós podemos ter dúvidas sobre prescrições médicas e não há medicamento que traga só vantagens. Nas prescrições, avalia-se o custo e o benefício. E, se organismos técnicos, como a Direcção Geral de Saúde de todos os países aconselham a vacina em determinados termos, seria estulto não acreditar na bondade genérica do procedimento. Sujeito à necessária indicação médica, que avalia as condições do tomador.
    quanto ao bastonário, por acaso ouvi-o hoje na rádio.
    Não colocou nenhuma reserva à vacina, nenhuma. Só não quis referir, por ser algo de pessoal, se a tomaria ou não.

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  11. Cara Pèzinhos:
    Vi agora o seu comentário.
    Por acaso, o Público de hoje refere indirectamente essa crítica, admitindo-se que, numa vacina distribuída às centenas de milhões, alguns casos não detectados nos testes normais possam surgir.
    Não sou médico, nem para lá caminho, mas se ler a literatura referente a um qualquer anti-inflamatório decerto que nunca o tomaria.
    Não defendo nem deixo de defender a vacina, até por não ter competência para tal, mas vou confiando nas autoridades licenciadoras, mesmo que elas por vezes se enganem. E a vacina não é para todos, é para os grupos de risco. Quando eu estiver englobado num grupo de risco, é porque no balanço custo-benefício melhor será tomá-la. É o que provavelmente farei.

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  12. Caro Pinho Cardão,

    Essa hipótese não se coloca por estarmos a falar do corpo. Só há um empresário que pode fazer isso, é o estado.

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  13. Caro Tonibler:
    Um sujeito tão directo agora a falar por parábolas?
    Venha lá a tradução, que não alcancei...

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  14. Depois destes comentários todos apetece-me acrescentar que concordo em quase tudo no post.
    Só tenho dúvidas acerca das consequências defendidas; agrada-me que os enfermeiros (que não estão sequer perto de serem especialistas de vacinas) tenham o cuidado de pensar no que estão a fazer mas a insistência sem argumentos deve conduzir ao defendido no post, com queixas, obviamente, mas também com naturalidade.

    A questão deriva mesmo no conflito liberdade individual / bem colectivo.
    A gripe A evoluiu para uma gripe de efeitos normais com grande capacidade de contágio ficando os grupos de risco estão mais expostos que o normal.
    Pessoalmente (que percebo mais de vacinas que os enfermeiros - só porque já fiz uma há uns anos, para peixes, e nunca mais pensei no assunto...) e porque sou saudável, não tenho medo da gripe A presumo que sejam meia dúzia de dias encalhados, o que tem custos. Também não tenho medo da vacina. A questão põe-se-me porque tenho vizinhos/amigos em grupos de risco.
    Globalmente os grupos de risco seriam MUITO menos afectados se 30% dos portugueses tomasse a vacina mas o altruísmo não é moda destes tempos.

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  15. Caro Pinho Cardão,

    É o direito ao corpo. Os poucos empresários que conseguem impor o que quer que seja sobre o corpo dos seus empregados são o estado e os outros proxenetas, sendo que estes últimos são perseguidos por violarem o monopólio estatal do parasitismo e proxenetismo. E como estes empregados não foram contratados com o objectivo de levarem vacinas, o direito ao corpo ainda vale alguma coisa.

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  16. Caro Pinho cardão, a linha de Saúde 24 é uma contratação externa e os seus empregados não são funcionários do Estado mas sim de uma empresa prestadora de serviços, o que é bem diferente. Em qualquer caso, se fossem os enfermeiros e médicos dos hospitais públicos a reacção seria muito provavelmente a mesma, tal como foi em França e o que está errado, a meu ver, é que o Governo queira que certos grupos com mais visibilidade pública tomem a dianteira para servirem de "exemplo" aos cidadãos, o que suscita logo a maior desconfiança. É que, se as pessoas ja estivessem mesmo convencidas do perigo grava da gripe e da bondade da vacina, e esta não chegasse para todos, seria racionada e criteriosamente seleccionados os que precisassem mesmo dela. Agora, se é pouca, eficiente e evita um mal enorme, parece estranho que se dê prioridade aos políticos e os passem na televisão em directo, em condições normais isso seria uma escandaleira de favorecimento e não um serviço à causa pública. Alguma coisa falhou nesta comunicação gigantesca, o certo é que as pessoas não só não estão em pânico como agora desconfiam de tanto zelo...

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  17. Cara Suzana:
    Para o efeito, a situação é a mesma.
    Afinal de contas estamos a pagar um serviço cujos empregados publicamente destroem o conteúdo da mensagem que devem dar e pela qual são pagos.
    Se não há razão para despedimento por justa causa...
    Aliás, ficando tudo na mesma, a atitude decente do Estado é denunciar o contrato de prestação de serviço.

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  18. Ora, ora, Pinho Cardão, acho que está a exagerar! Uma coisa é pedirem-lhes que transmitam a mensagem outra, muito diferente, é cada um deles ter que provar, publicamente, que acredita na mensagem que os mandam transmitir.Porque não creio que se tratasse de aceitarem ou não tomar a vacina, o fundamental seria que servissem de exemplo e prova do teor da mensagem. Terá sido por isso (admito, pelo seu post, não acompanhei a história) que fizeram saber que não a tomariam e, quanto a mim,se assim foi, estavam no seu pleno direito, quem não tem o direito de lhes dar uma ordem dessas é o patrão, seja ele quem for. Se é para os proteger mas não é obrigatório, cada um faça o que entende. Se é para publicidade e para se juntarem à campanha, é um abuso, isso faz-se com voluntários e não com empregados...

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  19. 'Pandemrix'

    EUA recusam vacina para gripe A usada na Europa


    http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1403354


    Caro Dr. Pinho Cardão, se puder, leia este Artigo do DN.

    Não há fumo sem fogo ...:-)

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  20. Caras Suzana e Pèzinhos:

    É que não me passou pela cabeça, nem passa ainda, que estamos entregues a um bando de irresponsáveis na área da saúde...

    Mas nunca se diga:desta água não beberei...

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