Em medicina, quando analisamos os problemas, habitualmente ficamos pelas causas próximas, que respondem ao “o quê?” e ao “como?” (perguntas sobre estruturas e mecanismos). Quanto às causas remotas, explicações evolucionárias, que respondem ao “porquê?” (perguntas sobre a origem e funções), são, frequentemente, esquecidas. De facto, muitas das explicações dos fenómenos que nos atingem, e atormentam, remontam a períodos em que o homem ainda não estava “programado” na linha evolutiva.
Os comportamentos atuais também seguiram um processo muito semelhante ao verificado com as características fisiológicas. Quer a nível da fisiologia, quer a nível do comportamento ocorrem interações entre a genética e o meio ambiente. A ação do meio ambiente faz-se a curto e a longo prazo. No tocante ao primeiro, realço o conceito de imprinting, impregnação, que pode ocorrer a vários níveis com mudanças substanciais na expressão genética e no comportamento.
Konrad Lorentz, por exemplo, estudou de forma ímpar este conceito ao demonstrar que os gansos seguiriam o primeiro objeto que vissem mexer assim que saíssem dos ovos. O pai da Etologia, foi ele próprio “mãe” de gansinhos que o seguiam incondicionalmente por toda a parte e que, em adultos, o preferiam em detrimento dos outros membros da mesma espécie.
Cada espécie tem o seu momento próprio para o imprinting, a impregnação. Nas aves é muito precoce e nos mamíferos ocorre aquando do desenvolvimento sensorial. É conhecido, falando em termos comportamentais, que este fenómeno constitui a primeira e provavelmente a mais duradoura das aprendizagens, ao estabelecer as relações entre os seres vivos.
Um dos fenómenos mais interessantes tem a ver com os vagidos das crianças nos primeiros tempos de vida. Quando a criança chora, a mãe fica preocupada. Em termos evolutivos explica-se não em função das tradicionais cólicas mas como uma forma de entrar em contacto direto com o corpo da mãe, procurando alimento à sua vontade e não o imposto pelos horários “cientificamente” estabelecidos. As diferenças entre os gritos no ocidente e nas comunidades mais primitivas são notórias. As crianças !Kung San (caçadores-coletores do Botswana), por exemplo, são transportadas continuamente junto ao corpo das mães, umas felizardas. Choram muito menos. São muitas as razões invocadas para as diferenças que não se esgotam neste aspeto.
Fiquei a saber que a análise dos vagidos das crianças, com apenas um a dois dias de vida, revela modelos melódicos típicos das línguas maternas. É conhecido que a audição é o primeiro sistema sensorial a desenvolver-se. Nos últimos três meses da vida fetal os bebés já ouvem e impregnam-se da melodia materna. Neste caso concreto, um estudo em crianças francesas e alemãs revelou diferenças assaz interessantes. As francesas choravam numa curva ascendente, enquanto as alemãs iam do agudo ao grave. Entoações muito diferentes explicadas pela “aprendizagem” ocorrida no último trimestre da gravidez. Uma faculdade anterior ao aparecimento da linguagem e que ajuda os bebés a adquirir a língua materna.
Este estudo lembrou-me um outro em que os protagonistas eram vacas, cujos mugidos diferiam de país para país.
É verdade! Os “muuuus” das vacas são diferentes de acordo com as regiões. Notável! Mas o assunto não se fica pelas vacas, parece que os cães e os passarinhos apresentam sotaques diferentes consoante as regiões. No caso dos cães o “sotaque” canino é influenciado pela relação com o dono. No entanto, o investigador, especialista em fonética, afirmou que o fenómeno pode resultar do contacto com outros animais da região.
Todos sabemos as formas de falar de um portuense, de um lisboeta, de um algarvio, de um alentejano, de um madeirense, ou de um micaelense, enfim, é do conhecimento geral e faz parte da nossa cultura. Mas, além destes sotaques regionais, há também outros tipos de “sotaques” a uma escala diferente, conforme o grupo a que se pertence, ou à influência do “dono”. Durante muito tempo era possível identificar os comunistas, quando copiavam o modo de falar à Álvaro Cunhal. Mais recentemente, a entoação “socrática”, sobretudo pelo imitador de serviço, tornou-se evidente. É muito comum a imitação da entoação de um dominante quando alguém o deseja copiar, no fundo revela uma forma de imprinting.
Presumo, o que não quer dizer que tenha razão - antecipando para já algumas críticas de mentes excessivamente impregnadas -, que na política este fenómeno é mais comum do que se imagina. Muitos parecem uns gansinhos a seguir a mamã “Lorentz”. E não se esquecem de “chorar” por doces e nutritivas tetas com a mesma entoação e comprimento de onda do chefe. E ai de quem brinque com o number one e acólitos. Grasnam!
Os comportamentos atuais também seguiram um processo muito semelhante ao verificado com as características fisiológicas. Quer a nível da fisiologia, quer a nível do comportamento ocorrem interações entre a genética e o meio ambiente. A ação do meio ambiente faz-se a curto e a longo prazo. No tocante ao primeiro, realço o conceito de imprinting, impregnação, que pode ocorrer a vários níveis com mudanças substanciais na expressão genética e no comportamento.
Konrad Lorentz, por exemplo, estudou de forma ímpar este conceito ao demonstrar que os gansos seguiriam o primeiro objeto que vissem mexer assim que saíssem dos ovos. O pai da Etologia, foi ele próprio “mãe” de gansinhos que o seguiam incondicionalmente por toda a parte e que, em adultos, o preferiam em detrimento dos outros membros da mesma espécie.
Cada espécie tem o seu momento próprio para o imprinting, a impregnação. Nas aves é muito precoce e nos mamíferos ocorre aquando do desenvolvimento sensorial. É conhecido, falando em termos comportamentais, que este fenómeno constitui a primeira e provavelmente a mais duradoura das aprendizagens, ao estabelecer as relações entre os seres vivos.
Um dos fenómenos mais interessantes tem a ver com os vagidos das crianças nos primeiros tempos de vida. Quando a criança chora, a mãe fica preocupada. Em termos evolutivos explica-se não em função das tradicionais cólicas mas como uma forma de entrar em contacto direto com o corpo da mãe, procurando alimento à sua vontade e não o imposto pelos horários “cientificamente” estabelecidos. As diferenças entre os gritos no ocidente e nas comunidades mais primitivas são notórias. As crianças !Kung San (caçadores-coletores do Botswana), por exemplo, são transportadas continuamente junto ao corpo das mães, umas felizardas. Choram muito menos. São muitas as razões invocadas para as diferenças que não se esgotam neste aspeto.
Fiquei a saber que a análise dos vagidos das crianças, com apenas um a dois dias de vida, revela modelos melódicos típicos das línguas maternas. É conhecido que a audição é o primeiro sistema sensorial a desenvolver-se. Nos últimos três meses da vida fetal os bebés já ouvem e impregnam-se da melodia materna. Neste caso concreto, um estudo em crianças francesas e alemãs revelou diferenças assaz interessantes. As francesas choravam numa curva ascendente, enquanto as alemãs iam do agudo ao grave. Entoações muito diferentes explicadas pela “aprendizagem” ocorrida no último trimestre da gravidez. Uma faculdade anterior ao aparecimento da linguagem e que ajuda os bebés a adquirir a língua materna.
Este estudo lembrou-me um outro em que os protagonistas eram vacas, cujos mugidos diferiam de país para país.
É verdade! Os “muuuus” das vacas são diferentes de acordo com as regiões. Notável! Mas o assunto não se fica pelas vacas, parece que os cães e os passarinhos apresentam sotaques diferentes consoante as regiões. No caso dos cães o “sotaque” canino é influenciado pela relação com o dono. No entanto, o investigador, especialista em fonética, afirmou que o fenómeno pode resultar do contacto com outros animais da região.
Todos sabemos as formas de falar de um portuense, de um lisboeta, de um algarvio, de um alentejano, de um madeirense, ou de um micaelense, enfim, é do conhecimento geral e faz parte da nossa cultura. Mas, além destes sotaques regionais, há também outros tipos de “sotaques” a uma escala diferente, conforme o grupo a que se pertence, ou à influência do “dono”. Durante muito tempo era possível identificar os comunistas, quando copiavam o modo de falar à Álvaro Cunhal. Mais recentemente, a entoação “socrática”, sobretudo pelo imitador de serviço, tornou-se evidente. É muito comum a imitação da entoação de um dominante quando alguém o deseja copiar, no fundo revela uma forma de imprinting.
Presumo, o que não quer dizer que tenha razão - antecipando para já algumas críticas de mentes excessivamente impregnadas -, que na política este fenómeno é mais comum do que se imagina. Muitos parecem uns gansinhos a seguir a mamã “Lorentz”. E não se esquecem de “chorar” por doces e nutritivas tetas com a mesma entoação e comprimento de onda do chefe. E ai de quem brinque com o number one e acólitos. Grasnam!
Um texto interessantíssimo e extremamente informativo. Admirei a forma suave como o texto tomou uma cariz política no final!
ResponderEliminarNunca tinha pensado nos vários tipos de “choro”, político e não só, mas aprendi que as onomatopeias também diferem de língua para língua tal como afirma! Um cão português ladra “ão-ão”, mas um inglês soará como “arf-arf”; assim como o perú em português soará “glu-glu” e o inglês “gobble, gobble”!!!!
E, de facto, com o convívio diário, há a tendência de copiarmos, inconscientemente, alguns gestos que nos captam mais a atenção e talvez... politicamente... isso também aconteça.....esse “imprinting”!
Compreendo agora por que o caro Bartolomeu tinha sentido a sua ausência!!!!
Não fui o único a sentir a ausência demorada e penosa deste SENHOR, cara amiga Catarina... mas, como sou eventualmente o mais "desbocado" do grupo...
ResponderEliminar;)
Isto não é um post, caro Professor, este texto pode considerar-se um tratado, uma análise cientifico-socio-política.
ResponderEliminarE... como é inevitável referir, concordo e penso que todos o farão tambem, com as análises e conclusões que aqui deixa presentes. Só gostaria de acrescentar um pequeno ponto que a mim me parece importante e uma vez que aflorou a questão do sensorial.
A evolução do cérebro humano!
Sabemos todos, pelos estudos antropológicos aos crâneos e esqueletos com milhares de anos encontrados que, o homem de Neandertal possuía o crâneo mais desenvolvido na parte posterior. Esse desenvolvimento, determinou que a medicina concluísse que esse nosso antepassado, possuía tambem o cérebro posterior mais desenvolvido que o médio e o anterior. Por consequência, o homem de Neandertal possuiria uma memória prodigiosa, e até "poderes" telepáticos que lhe possibilitariam a comunicação sem a emissão de voz, cuja estaria condicionada pelo fraco desenvolvimento do córtex cerebral, assim como os movimentos voluntários e o pensamento.~
Pela acção de um fenomeno que ainda se desconhece na íntegra, o cérebro humano transformou-se e deu lugra a uma forma com mais "ares" à actual, o Cro-Magnon, aquele nosso antepassado que ficou conhecido pelo «Homo» Sapiens da pré-história, a partir daí, foi sempre "prego-a-fundo", até à calamatosidade de hoje.
Eu, que me considero um céptico inveterado, reflicto, atentando nas teoria Einsteinianas. Einstein enunciou duas teorias distintas, relativamente ao fim do mundo, ou seja, do nosso sistema solar: Uma o "big-crunch" a outra o "big-freeze". A primeira, resultaria do fenómeno inverso ao do "big-bang", a segunda e baseado no princípio da permanente evolução universal, Einstein considerou que o universo n~~ao deixaria de se expandir, o que viria a resultar no congelamento geral.
Eu, vou mais pela primeira teoria, aquela que determina a contracção do universo, após um determinado período de expansão.
Ora bem, como o homem "automáticamente" acompanha os movimentos e as reacções do universo, logo que um comece a contraír, ou a regredir, conforme se lhe queira chamar, o outro seguir-lhe-à imediatamente os passos.
Será isto uma outra forma de "Imprinting", caro Professor Massano Cardoso?
;))))))
Correção: “um” cariz : - (
ResponderEliminarUm verdadeiro tratado este nosso Doutor Massano Cardoso.
ResponderEliminarPelos editoriais que tem vindo a publicar ultimamente, vê-se bem que faz o trabalho de casa: googla, googla muito (não confundir com o glu-glu do perús).
Medicina, biologia, psicologia, antropologia e um tanto de fantasia, especializado em falas e choros dos animais racionais e irracionais!
Tanto fala das "falas" das vacas e dos gansos como das do portuense, lisboeta, algarvio, alentejano, madeirene ou micaelense. Só faltou mencionar o beirão!
Depois, alude a outro tipo de "sotaques", que divergem conforme o grupo a que se pertence, ou à influência do "dono".
Se não desenterrou Salazar para nos ensinar como grasnam os seus macaqueadores, não se esqueceu de o fazer em relação a Cunhal!
Aplicando estes conhecimentos científicos ao ilustre beirão, cujo sotaque regional foi omitido no seu Editorial, será lícito concluir que o "grupo a que pertence" será esse pujante partido que dá pelo nome de PSD e que por enquanto não pertence a ninguém já que anda à procura de mais um "dono". E enquanto esse nome não for encontrado, os crentes têm que beber daquilo que a Senhora Ferreira Leite tem para dar: asfixia democrática e falta de liberdade no país, já que leite não há.
Mas dá razões para choro, então não dá! E por "imprinting", não só se impregnam como se empertigam, fazendo desta 4R uma constante choradeira!
Mas o poder há-de chegar! Não será tão cedo quanto desejam mas lá virá um dia. Não vale a pena chorar e muito menos desesperar...
O nosso amigo Massano,
ResponderEliminarPreste atenção, Transtagano
Não é um qualquer magano
Tão pouco um anónimo cigano
Que aqui venha por engano
Como um certo... Transtagano
Será possível pedir-lhe, caro António, que respeite a eminência do Homem e a dimensão da sua qualidade humanística?
Acredite meu amigo, eu, aprecio os seus comentários, pela oportunidade e acutilância, quando eles observam, como cumpre, os princípios respeitosos que todos são devidos.
Como já teve oportunidade de verificar, neste blog, são toleradas as diferentes opiniões de cada um, mas como tambem já pôde perceber, os seus comentários são sistemáticamente ignorados.
Creia que isso me causa algum constrangimento e desconforto, na medida em que sinto o blogdescaracterizar-se na sua função primordial.
Se lhe interessar saber, eu tambem abomino "carneiradas" e espartilhos, mas não creio que se possa fazer valer mais as nossas opiniões, desferindo, ou tentando desferir golpes avulso pelos anfitriões.
Se não concorda com os pontos de vista alheios, porque não expressar as suas opiniões sem ferir a alma das pessoas?
Hmmm?
Pense nisso caro Transtagano e imagine qual será a sua atitude se alguem que você não conhece de lado nenhum, lhe entrar pelo blog dentro e desatar a atirar-lhe setas ao peito...
Caro Bartolomeu
ResponderEliminarDisse aqui um vez (este é um espaço aberto no mundo virtual a que todos têm cesso) que, sem contraditório, isto seria uma sensaboria!
E a algum desconforto sentido por autores do Blog, sugeri um dia que se encerrasse a caixa de comentários. Há Blogs fechados à participação alheia e que por conseguinte não admitem as opiniões dos outros.
Não sendo "fechado", ele não é propriamente um Blog TEMÁTICO ou neutro, se quiser. É um BLOG essencialmente político, que ataca com inusitada virulência pessoas concretas. Feito por políticos, critica e ataca políticos e por vezes com qualificações desnecessárias e adjectivações dispensáveis se não mesmo ofensivas.
Deste ponto de vista, jamais insultei ou difamei alguém neste espaço blogosférico. Mas também não tenho como referência minha "sacralizar" seja quem for.
No caso concreto que suscitou o seu comentário, caro Bartolomeu, o Editorialista, Homem de Ciência, de cuja eminência jamais duvidei, quando aqui vem postar "deixa" a Faculdade onde ensina, despindo-se das vestes doutorais, passando a usar do seu pleníssimo e inalianável direito de fazer política. E mesmo que esta se apresente "embrulhada" com o papel de seda da ciência, nem por isso deixa de se revelar com a bem perscrutável intencionalidade política destinada a alvejar os seus adversários ou discordantes.
Posto isto, caro Bartolomeu, eu não dirijo setas à alma de ninguém. As "setas" não têm como alvo nem o Homem de Ciência nem a sua alma! São dirigidas ao político.
E entre as minhas "setas" e as "farpas" do 4R, onde reside a diferença?
Os meus comentários são sistematicamente ignorados? Ignorados não são, Bartolomeu! Se o fossem, para quê tanto desconforto e incomodidade?
É preciso "fair play" qb. Se me considerasse um "virgem ofendida", como reagiria ao facto de o meu caro Bartolomeu, com a ironia e talento da sua escrita, equiparar o Transtagano a um qualquer anónimo cigano?
Começando pelo fim e sem a falsa expressão "correctamente isto e aquilo", o cigano do meu verso exprime o "ser" errante, apátrida, autónomo e idealista. Não sei se entendeu o termo desse modo, se o não fêz, fica assim esclarecido.
ResponderEliminarQuanto ao "fair play", estamos de acordo no essencial.
O desconforto que mencionei, reflecte o meu estado de espírito, quando vejo o debate interrompido no blog, graças à forma como o meu amigo se dirige quer a autores, como a comentadores. Não nos podemos esquecer, amigo António, que todos nós agimos por reflexo, é uma "lei" incontornável da nossa que compõe a nossa géne, e o meu amigo, como "desembrulhador de leis" deverá sabê-lo tanto, ou melhor que eu.
Quanto ao conteudo e à forma dos comentários que o António aqui apresenta, não vou repetir a minha opinião, que ficou expressa no post anterior.
Aquilo que o mesmo visou, foi unicamente a retoma do fio condutor que motiva os comentadores e os autores a manter em movimento este blog, no qual acredito, o António Transtagano encontra matéria que lhe "espevita" a reflexão e o motivam a visitar e comentar.
Caro Bartolomeu
ResponderEliminarEu não lhe pedi qualquer explicação pelo facto de me ter equiparado ao "anónimo cigano" que rima com "Transtagano". Encaixo sem me considerar ofendido.Por isso não era necessário explicitar o sentido com que utilizou anónimo cigano como aquele "ser" errante, apátrida, autónomo e idealista. Mas sempre lhe digo que a invocação do cigano, quando equiparado a pessoa de etnia não cigana, na sociedade portuguesa e no estado actual da sua aculturação, traz consigo inevitavelmente carga pejorativa. Por tão evidente não valerá a pena, aqui, demonstrá-lo. Mas, Bartolomeu, se me permite uma pergunta, porque colocou aspas em ser e não em errante quando se referiu ao cigano?
Mas já deve ter reparado, Bartolomeu, que não raras vezes os meus posts são objecto de resposta indirecta e quase sempre a despropósito, entre alguns "fiéis" do 4R, daqueles que não se dignam, do alto da sua "potestade" descer ao ser mortal e pecaminoso que é este Transtagano...
Houve até já quem fosse buscar lã para me tosquear e acabasse por ficar tosquiado! Nessa altura deixo de ser anónimo, deixo de ser "alguém" ou "um comentador", para passar a ser o "Caro Transtagano" ! E também houve já quem tivesse perdido a cabeça e descesse mesmo ao insulto!
Por mim, continuarei como sou. Sou sempre o mesmo e igual a mim próprio. E sinto-me bem assim.
Os três primeiros períodos do seu comentário meu amigo (sem aspas) António Transtagano, inserem-se num âmbito exclusivamente seu. São da sua única competência as avaliações que faz ao sentido das frases que escrevi, daí, compete-lhe a si em exclusivo digeri-las como melhor lhe aprouver, rejeitando eu, qualquer consideração acerca da ambidextria que no terceiro período, me parece pretender evidenciar.
ResponderEliminarQuanto ao último período, e num registo de... preito aos seus nobres princípios de fidelidade para com a sua pessoa, que estou certo lhe merece toda a homenagem que lhe possa prestar, cumpre-me apresentar-lhe, sem prejulgo, a minha interia e incondicional concordância.
;)
(e por hoje é tudo, despeço-me com a mais elevada estima e consideração)
Caro Bartolomeu
ResponderEliminarÉ a primeira vez que o vejo assim, como dizer, tão apressado...
Quererá, talvez, referir-se aos meus parágrafos e não aos períodos.
Eu não faço avaliações das frases que o meu amigo escreve. Mas há uma coisa de que tenho a certeza: o cigano é um ser (sem aspas).
Retribuo-lhe a estima e a consideração que me dedica.
Caro Prof. Massano Cardoso, é extraordinária a explicação que teve a paciência de aqui nos trazer, com a habitual simbiose entre ciência e capacidade de observação do que se passa à sual volta, e de a exprimir com humor.
ResponderEliminarNão sabia isso dos gansos mas quando era garota a minha avó comprou um ganso que ainda só tinha penugem e deu às netas para cuidarem dele. Nós fizémos logo um ninho para ele, numa caixa grande e tratámo-lo tão bem que o pato piava que nem um desalmado durante a noite e só se calava quando uma de n+os ia falar-lhe e fazer-lhe festas.Durante o dia andava atrás de nós como um cachorrinho, nunca nos largava e pensámos sempre que era um ganso muito especial porque estava estragado de mimo. Agora já sei que era um "Lorenz"!
Quando vivi fora do País uma coisa em que reparei era que as crianças quando se magoavam não diziam "ai" mas "autch", mesmo quando ainda mal falavam já era preciso tradução para as queixas, e isso sempre me intrigou imenso, sobretudo quando as minhas filhas começaram a usar "sotaques" na dor que me deixavam confusa por dificuldades de tradução...Enfim, ao menos o instinto é universal e tudo se resolveu!
Caro Prof, aqui no 4r todos lhe devemos muitas horas de leitura saborosa e educativa.
Por isso lamento mesmo muito que o caro António Transtagano ainda não tenha percebido que pode exprimir-se livremente sobre os temas sem usar de insolência ou menos respeito pelos que se dão ao trabalho de aqui vir dizer o que pensam. Como ensinavam na escola infantil, há muitos anos, "se tens alguma coisa amável para dizer, diz, caso contrário, abstêm-te!" e esse é sem dúvida um princípio a respeitar por quem quer ser parte, e não apenas um intruso, de um blogue como o que temos vindo a construir, com os nossos comentadores, há quase 5 anos.
Dra. Suzana Toscano
ResponderEliminarPor muito que lhe custe, Dra. Suzana Toscano, o 4R está na net, em espaço aberto à escala mundial.
Seja ou não ele um clube de amigos e correlegionários, o BLOG, onde os seus autores escrevem, é, como já disse em cima, essencialmente POLÍTICO. Não é um Blog NEUTRO nem TEMÁTICO. Através dele, os seus autores fazem POLÍTICA, pura e dura e independentemente da erudição que possam emprestar aos seus Editoriais.
Não só fazem política como, não raras vezes, atinjem e achincalham pessoas concretas. Dispenso-me de dar exemplos: basta ler alguns dos Editoriais e alguns dos comentários.
Mais "grave" será quando a política é embrulhada no papel de seda da ciência, como se esta pudesse servir de certificação científica às sua opiniões, juízos de valor, qualificações e adjectivações para com aqueles de quem não gostam.
Os que assim procedem não poderão deixar de se submeterem ao contraditório e à desmontagem da pretensamente tese científica que, talvez ingenuamente, tentam passar aos mais incrédulos.
Desmontar a "insolência" não é insolência, é um imperativo da inteligência.
Quanto à questão da intrusão: Intrusos serão todos os que, não pertencendo ao corpo editorial do Blog, deixam as suas opiniões e críticas na respectiva caixa de comentários.
Pelo que posso constatar do seu post anterior, do ponto de vista da Dra. Suzana Toscano, intrusos serão aqueles que, não alinhando nas opiniões de alguns Editoriais, se expressam em sentido contrário, de forma cáustica, por vezes, mas sem raiar nem a injúria nem a difamação.
E muitas vezes essa forma cáustica e irónica de contra - argumentar é a única capaz de desmontar a pretensa tese científica que o editorialista procura fazer passar. Ninguém está aqui isento de santidade, ninguém!
"Mutatis Mutandi", já não será "intruso" aquele que comentar de forma amável ou laudatória...
A máxima que lhe ensinaram, Dra. Suzana Toscano, na escola infantil que frequentou, segundo a qual "se tens alguma coisa amável para dizer, diz, caso contrário, abstem-te" é uma máxima com a qual não posso estar mais em descordo! Não sei, nem isso vem ao caso, em que época lhe ensinaram essa regra de conduta, se assim lhe posso chamar.
Mas esta "regra de conduta" encerra o convite mais descarado à "castração" do pensamento. Por outras palavras:" não digas o que te apetecer dizer mas apenas o que os outros gostarão de ouvir".
Isto, Dra. Suzana Toscano, rejeito liminarmante!
O caro comentador Bartolomeu, também em post anterior mas neste Editorial manifestou a sua preocupação pelo facto dos meus comentários (ignorados sistematicamente nas palavras deste comentador)estarem a contribuir para a descaracterização do Blog... Também aqui me permito discordar. Passe a imodéstia, a maior parte dos Editoriais que apresentam maior taxa de participação, desde que por aqui navego, são justamente aqueles que comentei...!
Talvez me tenha alongado nestas considerações que o seu post me suscitou, mas entendo-as como indispensáveis para clarificação das posições que expus, neste, como em Editoriais anteriores.
Cumprimentos atenciosos
António
Caro António Transtagano, lamento que não queira entender que um espaço aberto a todos deve ser aproveitado por todos para o manter assim mesmo, livre na participação e responsável nessa participação. Proibir é fácil, vedar também, mais difícil é contribuir para que cada um saiba usar a sua liberdade sem causar constrangimentos aos outros.
ResponderEliminarO 4r é político, evidentemente que sim, mas não vejo em que é que isso torne mais legítimo o tipo de exteriorização que adopta nos seus comentários. Não concorda? Está no seu pleno direito de contestar as ideias, o que, lamentavelmente, repito, por vezes confunde com rudeza e ataques pessoais.
É pena que não queira interpretar a frase que aprendi de pequena: é que ser amável não é ser amorfo, é ser cordial, é ter cuidado com os sentimentos dos outros, é ser sociável, enfim, é aprender a falar para ser ouvido e não para ser rejeitado. Mas, provavelmente, como diz, isso foi há muito tempo e já passou de moda. Mas aqui, no 4r, como tem podido observar, somos conservadores nos valores, incluindo esse, de dizer abertamente o que pensamos sem ofender ninguém e esperando que esse ambiente que criámos seja bem entendido por todos os que nos visitam. E, até hoje, acredite que tem sido possível, o que muito nos orgulha e será também motivo de orgulho para os que nos lêem e comentam.
Aceite também os meus cumprimentos, caro antónio Transtagano
Dra. Suzana Toscano
ResponderEliminarI-Vamos lá ver se me faço entender.
Apesar da clareza que pretendi conferir ao meu último post, vejo que não fui capaz de o fazer. Ou não me fiz entender ou não me quiseram entender.
Reconheço sem dificuldade que a minha participação neste forum de discussão vos pode causar alguma incomodidade e desconforto. Quando o"coro" estava todo afinadinho e sem notas dissonantes, eis que surge alguém que vai estragar a festa; que destoa e não canta pelo mesmo diapasão!
Como a Dra. Suzana Toscano teve a sinceridade de confirmar, este Blog é um blog político, a coisa mais natural no mundo democrático. Não só é legítimo, como mesmo saudável, acrescento eu. Não há nada pior que a conformação e a resignação. A política não é a aceitação do status quo. O inconformismo é das coisas mais nobres que o ser humano pode ter. Eu respeito as opiniões políticas do 4R, embora delas possa discordar. Mas o que entendo também é que tais opiniões podem e devem ser objecto de contraditório, de escrutínio, se quiser. E em matéria de liberdade de expressão a nossa liberdade termina quando atingimos a honra e o bom nome dos outros. Eu não escrevo aqui como anónimo como por mais de uma vez foi insinuado e mesmo afirmado. Aliás o Blog, e muito bem, não admite anónimos.
E de uma coisa tenho a certeza: jamais passei a fronteira do tolerável. Nunca insultei, injuriei ou difamei quem quer que fosse. Inconformista? Com certeza; Irónico? Sem dívida. Acutilante e com alguma dose de sarcasmo? Não o nego. Mas, pergunto, quanto de ironia, de sarcasmo, e mesmo de insulto à inteligência dos outros não é constatável em editoriais e comentários do 4R? A cada passo! Porque me havia de calar? De modo que, Dra. Suzana Toscano, "sibi imputat"...
Quanto á alegada "rudeza" e confusão de que eu farei ao desferir "ataques pessoais": não faço ataques pessoais. Se me atacam ou atacam outrem de modo inviezado (estou-me a referir ao Editorial do Dr. Massano Cardoso sobre "choros", que chega ao ponto de "embrulhar o ataque político e pessoal (Sócrates e os seus imitadores)com o "papel de seda da ciência", deveria eu manter-me calado? Que é este Editorial se não uma inquívoca prova de rudeza?
"Mais difícil é que (...) cada um saiba usar da sua liberdade sem causar constragimentos aos outros"
Constrangimentos, Dra. Suzana Toscano? Mas algum dos autores e comentadores se sente "constrangido" pela minha dissonância? Francamento não percebo. Só posso entender o vocábulo «constrangimento» como "coagido", "obrigado", "condicionado". Mas alguém se sente coagido, obrigado ou condicionado pelos meus posts? Dito de outro modo: alguém do 4R, ao escrver um editorial ou ao fazer um comentário, deixa de o fazer em virtude dos comentários que eu produzo? Sinceramente não o creio. E se, por mero absurdo, alguém se sentisse condicionado por aquilo que aqui escrevo, das duas uma: ou as convicções não eram fortes ou a forma de as expressar nem sempre seriam as mais felizes! "Tertio non datur".
A terminar o seu post, a Dra Suzana escrve: " É pena que eu não queira interpretar a frase que aprendeu de pequena (...)" E quando eu esperava que se iria referir à outra máxima " Se tens alguma coisa de amável para dizer, diz, se não, abstem-te", para espanto meu a Dra Suzana Toscano vem, não com outra frase mas esta agora, num outro registo:
"(...) ser amável não é ser amorfo,é ser cordial,,é ter cuidado com os sentimentos dos outros,é ser sociável, enfim, é aprender a falar para ser ouvido e não para ser rejeitado"!
Verdadeiramente extraordinário: no seu juízo, dra. Suzana Toscano, eu não sou amável (as senhoras normalmente não me dizem isso)não sou cordial, nem tenho cuidado com os sentimentos dos outros, não sou sociável! Mas como pode dizer isso, minha Senhora? Que sabe a Dra. Suzana Toscano sobre minha cordialidade? Ou sobre a minha sociabilidade? Devia, então eu "aprender para ser ouvido e não para ser rejeitado"! Mas que "lição de moral", Dra. Suzana Toscano!
II- Como se isso não chegasse, a Dra. Suzana Toscano antecipa aquilo que eu não disse, e escreve,sim, dirigindo-se-me: " Mas, provavelmente com diz, isso foi há muito tempo e já passou de moda".
ResponderEliminarMas disse o quê, Dra. Suzana Toscano? Põe nas suas palavras aquilo que eu não disse? Isso é que é verdadeiramente ofensivo, repito, Dra. Suzana Toscano, verdadeiramente ofensivo!
E depois, minha Senhora, a escala de valores de que fala parece ser apanágio dos autores do 4R. Como quem diz: o pecado mora aqui. Com todo o respeito que uma Senhora me me merece, não posso deixar de lhe dizer que, por aqui, também há valores. Fui educado nos princípios da liberdade e da máxima responsabilidade e não aceito "lições" de moral e de educação venham eles de onde vierem.
Por último: quando a Dra. Suzana Toscano afirma que no 4R se habituaram a "dizer abertamente o que pensam sem ofender ninguém", na hora em que escreveu o seu post ofendeu-me gratuitamente. Pôs na minhapalavra aquilo que eu não escrevi. Disse-me que não era amável (isso seria ainda o menos),não sou cordial nem sociável nem tenho cuidado com os sentimentos dos outros.
Ficar-lhe-ia bem que me pedisse desculpa. Acredito que ficomesmoà espera que o faça.
Cumprimentos atenciosos
António