quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Défice orçamental pode chegar a 7 ou 8% do PIB? Tranquilamente, é a resposta

1. Com este mesmo título foi aqui editado, em 21 de Abril último, um Post no qual se antevia um sensível agravamento do défice orçamental, tendo em conta a quebra acentuada das receitas fiscais verificada no 1º trimestre e projectando essa quebra para o resto do ano.
2. Na data em que esse Post foi editado, a previsão oficial para o défice era ainda de 3,9% do PIB...nessa altura dissemos que o Governo teria toda a vantagem em reconhecer sem demora a impossibilidade de tal défice, apresentando uma proposta de Orçamento Rectificativo e antecipando-se aos acontecimentos, o que como é obvio não aconteceu.
3. Esse Post suscitou alguns comentários, alguns de clara discordância. Recordo em particular um que dizia “esperar maior seriedade intelectual no comentário” (referindo-se ao Post).
4. Ontem a Comissão Europeia veio rever a sua previsão para o défice orçamental português no corrente ano, que sobe para 8% do PIB...
5. Que havemos de fazer - encerrar o departamento de previsão do 4R para não sermos acusados de pessimismo ou de falta de seriedade intelectual, despedindo o pessoal e contribuindo para o aumento do desemprego?

9 comentários:

  1. Questão: O governo ganhou, ou não ganhou, ao dizer que iria ser 3,9%?

    Como diria o outro, ah pois é!!!....

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  2. É bem capaz de ter ganho "uma pipa de massa", caro Tonibler...todos nós ficamos a ganhar, de resto, sabe sempre bem viver na ilusão de um défice mais baixo.

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  3. Pois é, era/é/será sempre "bota-baixismo"...

    A economia desgraçada
    por uma política intratável,
    com a riqueza amordaçada
    pela dívida insuportável!

    De um regime polvilhado
    por negociatas imorais,
    emerge um país retalhado
    de patologias viscerais.

    O descalabro orçamental
    está muito bem marcado,
    a política governamental
    que nos tem embarricado.

    Não há forma de enganar
    com números falaciosos,
    com a economia a marinar
    e tantos políticos viciosos.

    O futuro hipotecado
    por tanto parasitismo,
    neste país atarracado
    impera o pedantismo.

    Com a riqueza padecida
    e de cinto bem apertado,
    esta política apodrecida
    deixa o país acinzentado.

    Epílogo

    Uma economia definhada
    por tanto esbanjamento,
    esta política emaranhada
    atrofiará o crescimento.

    A bomba pode rebentar
    a qualquer momento,
    tal tem sido o desbaratar
    do nosso deslumbramento!

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  4. Caro Manuel Brás,

    Sua poesia de intervenção consegue captar, com notável precisão, aspectos essenciais da nossa irreversível decadência!
    Felicito-o.

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  5. Ganhou umas eleições, pode vender mais não sei quantas obras públicas e fazer mais umas aquisições de material militar (a minha aposta para esta legislatura), e....É bem capaz de ser uma pipa de massa, caro Tavares Moreira. Teria sido mais honesto terem dito que ia aos 8%? Ora, se fossem honestos não eram ministros...

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  6. Caro Dr. Tavares Moreira,
    Agora, um pouco em prosa, para variar. Em primeiro lugar, agradeço as suas palavras finalizadas com uma felicitação. Permita-me discordar quanto à (sua/nossa) notável precisão (que eu lhe retribuo, obviamente), pois não passa de puro "bota-baixismo" para essa gente rosada, essa gente tão iluminada. Ou seja, não passamos de pessimistas e, pior, sofremos de desonestidade intelectual. É terrível, não é?!

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  7. Tenho de respeitar sua conclusão, caro Tonibler, embora deva inferir que na sua perspectiva o futuro desta colectividade, entregue a tais mandatários, está longe de ser risonho...

    Caro Manuel Brás,

    O mais importante, pelo menos nesta fase, é não desistirmos e continuar a dizer (ou prever, se for o caso) as verdades...em prosa ou em verso, não concorda?

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  8. Mas que grande laranjada! Quem calou foi o Dr. Miguel Frasquilho ao não responder à "peçazita" do suplemento de economia do Expresso...

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