Após o Ministro Correia de Campos “racionalizar” as maternidades, não houve dia em que não fossem noticiados partos nas ambulâncias, de norte a sul do país. Antes, não havia partos nas ambulâncias; passado algum tempo, também deixou de haver.
Aqui há uns anos, por alturas do verão, os incêndios abriam os telejornais e novos incêndios fechavam os telejornais. Com o Ministro António Costa, os incêndios passaram a ignições, e este ano nem ignições de jeito foram noticiadas. No entanto, veio a saber-se que, mesmo sem incêndios ou ignições, o número de fogos foi maior e a área ardida também superior à de muitos anos anteriores.
Aqui há uns anos, por alturas do verão, os incêndios abriam os telejornais e novos incêndios fechavam os telejornais. Com o Ministro António Costa, os incêndios passaram a ignições, e este ano nem ignições de jeito foram noticiadas. No entanto, veio a saber-se que, mesmo sem incêndios ou ignições, o número de fogos foi maior e a área ardida também superior à de muitos anos anteriores.
Após o início da vacinação das grávidas contra a Gripe A, aconselhada pela Direcção Geral de Saúde e pelas autoridades médicas, quase não há dia em que não é noticiada a morte de uma criança em gestação em grávida vacinada. Antes, não havia morte de fetos; daqui a algum tempo, deixará também de haver.
A comunicação social está ávida de produto para alimentar o circo diário a que chama informação. E os políticos servem-lhe o produto em bandeja de prata. Assim facilmente servidos, e porque campanha promove campanha e propaganda atrai propaganda, os media não desmontam o circo e habituaram-se a viver dele. Escolhem os números e seu bel-prazer, tendo sempre nos ministros os comediantes mais disponíveis e reverentes.
No fim, é uma verdadeira estratégia win, win, tão grata aos aprendizes de tecnocratas governantes socialistas. Ganham existência os Ministros que aparecem nas televisões, e ganham as televisões com o espectáculo rasca, mas barato, que a partir daí promovem e desenvolvem. Opiniões científicas e técnicas têm a mesma valia que sentimentos pessoais de cidadãos entrevistados, muitos ainda na emoção da dor que a matéria em apreço lhes causou.
Mas perde o cidadão, que não é informado com seriedade e as suas dúvidas aumentam. Torna-se, também ele, terreno fértil para toda a manipulação.
Mas isso que importa? Aos Ministros, o que lhes interessa é fazer prova de vida; às televisões, prova de audiências. The show must go on!...
A comunicação social está ávida de produto para alimentar o circo diário a que chama informação. E os políticos servem-lhe o produto em bandeja de prata. Assim facilmente servidos, e porque campanha promove campanha e propaganda atrai propaganda, os media não desmontam o circo e habituaram-se a viver dele. Escolhem os números e seu bel-prazer, tendo sempre nos ministros os comediantes mais disponíveis e reverentes.
No fim, é uma verdadeira estratégia win, win, tão grata aos aprendizes de tecnocratas governantes socialistas. Ganham existência os Ministros que aparecem nas televisões, e ganham as televisões com o espectáculo rasca, mas barato, que a partir daí promovem e desenvolvem. Opiniões científicas e técnicas têm a mesma valia que sentimentos pessoais de cidadãos entrevistados, muitos ainda na emoção da dor que a matéria em apreço lhes causou.
Mas perde o cidadão, que não é informado com seriedade e as suas dúvidas aumentam. Torna-se, também ele, terreno fértil para toda a manipulação.
Mas isso que importa? Aos Ministros, o que lhes interessa é fazer prova de vida; às televisões, prova de audiências. The show must go on!...
Salazar é que estava certo... lapis azul em cima desses meninos que fazem a informação... e se espigarem, reactiva-se Caxias, Peniche e Tarrafal...
ResponderEliminarNão direi regresso aos tempos salazaristas (ainda me recordo quando vi e ouvi - pela primeira vez - Zeca Afonso e “S.A.R.L.” de Ary dos Santos numa sala à porta fechada, na faculdade de Direito e não me sentir muito à vontade com aquela falta de liberdade), mas que deveria haver uma maior preocupação em bem informar o público, deveria! Só que os responsáveis e donos dos vários orgãos de comunicação preocupam-se mais em aumentar o “rating” e, consequentemente, os seus lucros do que propriamente “educar” a população. Mas isso acontece em quase todos os países, penso eu. Já tenho ouvido e lido notícias em alguns lugares do mundo e as notícias destacadas são, invariavelmente, escândalos quer com as estrelas de cinema ou políticos (por vezes, estes andam de mãos dadas), corrupção, ou acidentes de toda a espécie; em sumo, tudo o que é de mau. Ao fim e ao cabo, estão a alimentar essa população que apenas se saceia com relatos do género. Ouvi, uma vez, uma apresentadora americana que decidiu criar um blogue onde só noticiaria acontecimentos positivos, felizes. Não sei que sucesso teria tido...
ResponderEliminarO sensacionalismo vende... e vende bem... infelizmente.
Os mais literados procurarão outros meios de se informarem... Mas a outra parte da população que, por várias razões, não tem acesso a outros meios de informação, continuarão na penumbra... Uma penumbra que se está a arrastar já há tanto tempo!
O que eu acho curioso, todavia, é que... sim, por vezes, não há dinheiro para comprar bons livros (reconheçamos que em Portugal os livros são bastante caros, de uma maneira geral) ou boas revistas...mas eu vejo toda a gente com telemóveis da última geração. O meu não é “último modelo” , nem sei de que geração é tão pouco; só sei que é pequeno, pesa pouco e funciona em todos os países onde tenho estado. Prioridades.....
Escândalos ou não... “the show must go on”....
Dr. Pinho Cardão
ResponderEliminarAs suas observações críticas têm toda a pertinência e só pecarão por não se referirem igualmente a muitos dos "figurões" da oposição...
Caro Drº Pinho Cardão:
ResponderEliminarUm olhar atento sobre a realidade actual, a denunciar de forma subtil a cumplicidade tácita entre os que vivem de factóides, e aqueles que na vida têm como principal prioridade a ascensão social e a fama, sem olharem a meios…
Caro António Transtagano:
ResponderEliminarPode incluir à vontade os figurões
que também por lá pululam!...
Caro jotaC:
Olhar atento tem sido o do meu amigo, a avaliar pelos comentários que aqui vai produzindo...
Caro Bartolomeu:
Exigir-se-ia tão só deontologia e ética profissional. Não as havendo, uma boa lei resolveria muitos casos ou os mais extremos. Mas como os políticos ou foram "capturados" pela comunicação social ou caem na tentação de se servir dela...
Caro Bartolomeu, o que vale é que só ironia...
ResponderEliminarNão será exclusivamente ironia, caro António...
ResponderEliminarEssencialmente, entendo que em Portugal deveria nascer uma Jihad... moralizante, dotada de uma elite de Mujahides, capaz de "neutralizar" aqueles bacanos que não só inventam, deturpam e forjam notícias, mas que sobretudo manipulam informações, arruínam vidas, denunciam inocentes, encobrem culpados, formam opiniões, conduzem decisões, elegem, depõem e reclamam inocência sob a capa demagógica da "liberdade de informação".
Mas é ironia, caro Bartolomeu, porque sei que não quer nem o lápis azul, nem Caxias, nem Peniche nem Tarrafal!
ResponderEliminarVocê já consegue "topar" as minhas figuras de estilo à distância, caro António...
ResponderEliminar;))