Numa Universidade brasileira no Estado de S. Paulo houve um verdadeiro motim causado pelo facto de uma aluna se ter apresentado de…minisaia! É verdade, um vestido mais curto, de resto tendência da moda, e os jovens alunos (sim, os alunos!) escandalizaram-se e revoltaram-se ao ponto de se criar um pandemónio de gritos, tentativas de agressão para a expulsar da escola e viam-se mesmo jovens ansiosos por ver o espectáculo – não sei se da zaragata se da altura da saia – encarrapitados uns nos outros para espreitarem pelos vidros que davam para a sala onde a aluna estava sentada. O tumulto atingiu uma tal dimensão que a polícia de choque teve que intervir e a jovem teve que sair sob escolta, pudicamente coberta por uma bata branca enorme, sob os apupos e insultos brutais da horda de colegas indignados pelo espectáculo “indecoroso” de uma saia mais curta.
Não conheço as regras em vigor naquela universidade privada, pelos vistos estão habituados ao recato, mas não foram os professores ou directores a impedir a entrada da jovem, foram os colegas, jovens que certamente se revoltariam se o gesto viesse da direcção, quem agiu como um bando de selvagens perante a ousadia de uma roupa menos convencional, embora já não se saiba bem quais são as convenções para este efeito.
E é realmente chocante ver a agressividade da multidão juvenil, berrando insultos e expulsando a pecadora, num gesto de absoluta intolerância que seria ridícula se não fosse um sintoma de que algo de grave se passa naquelas cabeças, supostamente abertas à era da globalização.
Que a cena já deu origem a um movimento para se retirar, por vergonha, o vídeo do you tube e que há por todos os lados comentários de repúdio, isso é verdade, mas que um episódio destes, numa universidade, numa grande cidade cosmopolita, dá que pensar, isso dá, a menos que a fúria da multidão fosse por a toilette não estar completa sem as leggings opacas, como mandam as revistas da nova colecção, impedindo que o novo estilo fosse reconhecido...!
Não conheço as regras em vigor naquela universidade privada, pelos vistos estão habituados ao recato, mas não foram os professores ou directores a impedir a entrada da jovem, foram os colegas, jovens que certamente se revoltariam se o gesto viesse da direcção, quem agiu como um bando de selvagens perante a ousadia de uma roupa menos convencional, embora já não se saiba bem quais são as convenções para este efeito.
E é realmente chocante ver a agressividade da multidão juvenil, berrando insultos e expulsando a pecadora, num gesto de absoluta intolerância que seria ridícula se não fosse um sintoma de que algo de grave se passa naquelas cabeças, supostamente abertas à era da globalização.
Que a cena já deu origem a um movimento para se retirar, por vergonha, o vídeo do you tube e que há por todos os lados comentários de repúdio, isso é verdade, mas que um episódio destes, numa universidade, numa grande cidade cosmopolita, dá que pensar, isso dá, a menos que a fúria da multidão fosse por a toilette não estar completa sem as leggings opacas, como mandam as revistas da nova colecção, impedindo que o novo estilo fosse reconhecido...!
Suzana
ResponderEliminarVi o vídeo num dos noticiários da noite e fiquei de boca aberta com tal tumulto. Nem estava a perceber o que se estava a passar. Julguei que se tratava de uma cena de pancadaria. Quase que foi, não fosse a intervenção da polícia e a retirada da estudante para longe do sítio.
Vi depois a estudante num programa da televisão em que ela se apresentava com o vestido do crime. Um vestido cor-de-rosa, curto, é certo, mas já tenho visto pior. Não me pareceu indecente, capaz de atentar a moral alheia e colectiva. Ainda por cima no Brasil.
Fico sem saber se o vestido não terá sido o pretexto para uma tal revolta. Uma revolta que segundo percebi mobilizou 700 alunos ou coisa parecida.
Alguma coisa de bem mais importante aconteceu na universidade para que uma mini-saia tivesse sido o rastilho de uma manifestação tão violenta.
A multidão em fúria é incontrolável!
Mas isso dá mesmo que pensar! Agora fiquei com imensa curiosidade: a que denominação pertencerá essa universidade???!!! Se esse incidente tivesse acontecido lá para os lados do leste (... e não me refiro a países europeus...), compreender-se-ia! E eu que sempre pensei que os brasileiros (e brasileiras) fossem pessoas abertas, desinibidas... Todas as regras têm excepções na verdade... Mais um estereótipo errado, então...
ResponderEliminarAquilo não será uma universidade sectária... so para gay's, daqueles que abominam a exposição do belo sexo?
ResponderEliminarVai ver cara Drª Suzana que nas admissões ao próximo ano lectivo, os proponentes vão estar sujeitas a uma triagem...
A propósito deste caso insólito (e digo insólito porque estamos a falar de um país onde uma das imagens mais impressivas são corpos desnudados nos desfiles do carnaval), aparecem-me agora uns talibãs meio agoniados só por verem as perninhas da chavalinha, coitadinha, só faltou ser apedrejada… Até comentei assim: aqui está um bom exemplo para s ayatolás se justificarem…
ResponderEliminarTem que haver algo mais para além desse aparente puritanismo! Quem descobrir primeiro que informe! Estou mesmo curiosa!
ResponderEliminarJorge Amado, um escritor que injustamente falhou o Nobel que há muito era devido à Língua Portuguesa, deve estar a dar voltas na tumba: ele que tanto orgulho tinha na desinibição e licenciosidade dos costumes brasileiros. Oxalá venhamos a saber porque carga de água aquela universidade parece uma madrassa, de preferência sem que eu tenha que rever o que julgava que sabia sobre a sociedade brasileira.
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