quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Haja Deus, Senhor Ministro!...

Teixeira dos Santos é um manancial de pitorescas contradições. Na mesma hora, no mesmo minuto. Lamentável é que seja Ministro. Repare-se nestas duas afirmações de hoje na Assembleia da República.
Afirmação 1- Apresentar um orçamento rectificativo antes desta data “teria sido precipitado, uma vez que na altura a insuficiência ao nível das receitas estatais apontava para uma verba a rondar os três mil milhões de euros, quando actualmente esse montante ascende a 4,5 mil milhões de euros”.
Estas palavras foram ditas em resposta a acusação da Oposição de não ter apresentado em tempo oportuno um orçamento rectificativo devido ao calendário eleitoral

Afirmação 2- "Em Portugal a queda da actividade económica não será tão acentuada como o previsto há cerca de seis meses”.
Isto é: a queda da actividade económica não é tão grande como a prevista, mas a queda das receitas (induzida pela queda da actividade económica menos acentuada do que o previsto) é maior do que a prevista!...
Haja Deus!...

8 comentários:

  1. Amanhã alguém lhe explica que as duas coisas estão ligadas. Não é por isso que vai passar a ser mau ministro, afinal ele é ministro das finanças, não é das receitas. Além do mais, não é assim do pé para a mão que se converte tanto milhão em robalos.

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  2. ... porque paciência vai escasseando para...

    Os orçamentos ficcionais
    com previsões irrealistas
    são resultados irracionais
    de políticas miserabilistas.

    Fugindo da realidade
    com discursos enrolados
    revela-se a boçalidade
    de argumentos debelados.

    Com o ano a terminar
    e a economia esfrangalhada,
    não há como enganar
    tanta propaganda farfalhada.

    A verdade enquistada
    destas pregações políticas,
    é uma verdade devastada
    por razões monolíticas.

    Este sinal ominoso
    de pura aldrabação
    é o lodo pantanoso
    desta governação.

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  3. Anónimo22:47

    Para além das contradições, chocou-me a explicação dada pelo senhor ministro para o facto de não apresentar ao parlamento uma alteração do OE quando em Maio se detectou o desvio. Não o fez, disse, porque não quis agravar o clima de desconfiança no mercado! Uma alteração orçamental em Maio agravaria a falta de confiança e esta, em Dezembro, a um mês do final do ano financeiro, não agrava? O clima de confiança na economia também depende das estações do ano? Se o ministro o demonstrar será uma hipótese séria para próximo prémio Nobel da economia...
    Mais do que o insulto à inteligência de quem o ouve, o senhor ministro não é politicamente honesto ao não assumir que a falta de reposição da verdade orçamental teve um e um só propósito: servir uma estratégia eleitorial do PS.
    Mas não foi assim com a desorçamentação de grossas fatias da despesa pública perante a passividade geraal?

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  4. Há diferença entre ser "politicamente honesto" e "honesto"?

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  5. Caro Pinho Cardão,

    A dialéctica de Teixeira dos Santos é surreal.

    Em primeiro lugar, ficámos a saber que, segundo ele, um orçamento rectificativo só é devido se a estimativa da receita for superior ou igual a 4.5 mil milhões de euros (sim, porque 3 mil milhões são uma bagatela...). Trata-se, de facto, de um contributo extraordinário para a ciência económica-financeira!

    Mais: verificando-se no final do ano um decréscimo da actividade económica inferior àquele se previa há seis meses, então a incompetência do Governo e de Teixeira dos Santos é duplamente manifesta quando, na apresentação do Relatório de Orientação de Política Orçamental em Maio, projecta um défice de 5.9% para 2009. É que Maio corresponde exactamente a há seis meses atrás e pensando-se que o cenário para crescimento do PIB era o pior, então, por essa razão, as estimativas das receitas deviam ter sido, em Maio, revistas fortemente em baixa!

    Não, Sr. Ministro. O que o Sr. Ministro fez foi batota política. O que o Sr. Ministro fez foi lançar uma cortina de fumo para que os portugueses não percebessem a real situação em que nos encontrávamos aquando da realização das legislativas. O Sr. Ministro, lamento dizê-lo, é um aldrabão político. Com isso perdeu também a sua credibilidade enquanto economista.

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  6. Anónimo09:07

    Meu caro Tonibler, a diferença está no advérbio...

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  7. Caro Pinho Cardão

    A situação seria caricata se não estivéssemos em aperto financeiro.
    A credibilidade é o bem mais importante quando vamos negociar um empréstimo.
    Se o Ministro das Finanças não conseguir convençer os seus concidadãos, dificilmente convençe os estrangeiros...
    Na última quinzena a credibilidade do Prof Teixeira dos Santos está a derreter-se como gelo ao Sol.

    Cumprimentos
    joão

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  8. Caro João:
    Na última quinzena? Mas que grande magnanimidade a sua!...

    Caros Ferreira de Almeida e EdUardo F.:

    A situação seria difícil para qualquer Ministro. Portanto, o mínimo a fazer seria usar da verdade. Mas Teixeira dos Santos enredou-se no pior da política e agora não se distingue do pior dos políticos. Pela falta de verdade, pelas contradições em que continuamente entra, pela demagogia que serve.

    Caro Tonibler:
    De facto, Teixeira dos Santos ministro das Finanças não é. É Ministro da Despesa: dinamiza-a todos os dias e a cada hora.

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