Passaram os dias e as melhoras estavam à vista de todos. Com os cuidados da Gracinha, entre canjas de galinha e companhia alegre e apaixonada, em breve o patrão novo retomou a faina e se desassombrou a tristeza da aldeia.
Casaram poucos meses depois, numa festa rija que juntou todo o povo dos arredores, ela lindíssima, morena e sorridente no seu vestido branco de noiva, feito pela mãe, ele pouco à vontade no seu fato completo, um pouco largo, a calvície acentuada pela fraqueza da doença. Mas a alegria estampada no rosto e o amor intenso com que olhava a noiva fizeram com que muitos pensassem, surpreendidos, que ele até era um homem bonito e que havia de a fazer muito feliz.
Viveram sempre na aldeia mas ela nunca aceitou mudar-se para o casarão, para desgosto dos sogros. Fizeram a sua própria casa, já inspirada na moda trazida pelos emigrantes, a meio caminho da casa grande e da casa dos caseiros, ai nasceram os filhos e aí vão visitá-los os netos. Gostam de se sentar junto ao avô, já muito velhinho, a contar-lhe as novidades de Lisboa enquanto a avó, sempre risonha mas a que a idade acrescentou umas formas generosas, se esgueira com surpreendente ligeireza para a cozinha, a preparar aquela canja de galinha, que não há outra que se lhe compare no mundo inteiro. Dizem na aldeia que cura todos os males, mesmo os que os médicos não sabem tratar, e os netos acreditam. Pois se os mais velhos garantem que viram!…
Casaram poucos meses depois, numa festa rija que juntou todo o povo dos arredores, ela lindíssima, morena e sorridente no seu vestido branco de noiva, feito pela mãe, ele pouco à vontade no seu fato completo, um pouco largo, a calvície acentuada pela fraqueza da doença. Mas a alegria estampada no rosto e o amor intenso com que olhava a noiva fizeram com que muitos pensassem, surpreendidos, que ele até era um homem bonito e que havia de a fazer muito feliz.
Viveram sempre na aldeia mas ela nunca aceitou mudar-se para o casarão, para desgosto dos sogros. Fizeram a sua própria casa, já inspirada na moda trazida pelos emigrantes, a meio caminho da casa grande e da casa dos caseiros, ai nasceram os filhos e aí vão visitá-los os netos. Gostam de se sentar junto ao avô, já muito velhinho, a contar-lhe as novidades de Lisboa enquanto a avó, sempre risonha mas a que a idade acrescentou umas formas generosas, se esgueira com surpreendente ligeireza para a cozinha, a preparar aquela canja de galinha, que não há outra que se lhe compare no mundo inteiro. Dizem na aldeia que cura todos os males, mesmo os que os médicos não sabem tratar, e os netos acreditam. Pois se os mais velhos garantem que viram!…
Maravilhoso, lindo, apesar de um final um tanto precipitado.
ResponderEliminar(até dá a sensação que a autora se está a querer despachar destes leitores fieis, mas irrequietos)
;)
E... em conclusão a frase pedagógica "Pois se os mais velhos garantem que viram!…", esta tem muiiiito que se lhe diga!
;)))
Mas pronto, uma vez que deu o conto por concluído, vou escolher um tema... sui-géneris, "Stay with me in the fire lands". Peço a todos que o queiram escutar, que lhe dediquem alguma atenção.
http://www.youtube.com/watch?v=P1VzNgGMX4U&feature=related
Agradeço-lhe, cara Drª. Suzana o tempo e a tenção que dedicou aos seus leitores e espero que nos volte a brindar com o seu génio literário e a sua sensibilidade.
Suzana
ResponderEliminarForam uns dias bem passados a ler este "livro". Valeu a pena. Que pena ter chegado ao fim!
Casaram, tiveram muitos filhos e foram muito felizes... Nada sabemos desta felicidade, mas quero acreditar que o encanto foi grande.
Só não consegui descobrir em que terras do Norte se passou esta estória de vida. Talvez para os lados de Viseu?
And they lived happily ever after…
ResponderEliminarEste é o fim que mais gosto! Para tristezas e amores complicados basta a vida...
Foi agradável ler o seu “romance”...Pode dar asas à sua imaginação e quem sabe o que virá a seguir... O que quer que seja, aqui encontrará uma leitora dedicada!
“Stay with me in the firelands” é lindo!
I'm glad you lik-it lady Cathrine!!!
ResponderEliminar;)
Cara Dra. Suzana Toscano:
ResponderEliminarÉ uma excelente narrativa de uma história de amor bem delineada em cinco pequenos episódios, bonita e singela, como o são na realidade todas as histórias de amor verdadeiro, que me lembra o escritor e romancista, Júlio Dinis.
Permita-me dizer-lhe que a partir desta estrutura (sabe melhor do que eu), poderia partir para um longo romance que em nada envergonharia os escaparates…
Aprecio sempre o seu bom gosto musical, Sir Bartolomeu!
ResponderEliminarCaro Bartolomeu, realmente a paciência dos republicanos tem que ser poupada, está visto que em doses pequenas é fantástica e entusiasmante, mas se prometemos um happy end não podemos abusar da expectativa de os levarmos a bom porto... a música celta é uma beleza, obrigada pela sugestão que veio dar a melodia certa ao fim feliz :)
ResponderEliminarCaros amigos, foi uma semana muito divertida a ler os vossos comentários e diálogos, que só por si valeram bem a história, afinal a sopa de pedra também existe, é só pôr uma pedrinha sem gosto nem cheiro no fundo da panela e depois os leitores dão-lhe o sabor e o ritmo! Muito obrigada pela vossa companhia e entusiasmo, por mim diverti-me imenso! Margarida, por mim situei-a na zona que conheço melhor nos arredores de Lisboa, no concelho de Mafra ou Torres Vedras, mas podia ser em qualquer aldeia portuguesa num raio de acção próximo de Lisboa.
Gostei que tenham gostado do tema celta.
ResponderEliminar;)
Como poderam apreciar, narra ele também uma história de amor. Um amor forte construído sobre os alicerces da verdade em comunhão com os elementos.
A cultura celta é riquíssima, recheada de simbologia e muito escusa e hermética acessível no seu conhecimento só aqueles que depois de iniciados a praticam.
Mas sabemos que no essencial, os Celtas para além dos seus deuses, veneravam a terra, os elementos e... a mulher. Na cultura Celta, a mulher ombreava com o homem, num estatuto de igualdade (nem precisavam de queimar os soutiens, nem de se manifestar em frente à assembleia). Diz a lenda que as Hig-lands foram habitadas por uma tribo de mulheres-guerreiras que defendiam um reino mágigo e impenetrável. E que belíssimo reino deveria ter sido...
Ah! se houvesse uma máquina do tempo! Desconfio que alguém aqui do 4R seria o primeiro a visitar esse reino fabuloso onde, de facto, havia igualdade entre os deuses e as deusas e, consequentemente, entre os guerreiros e as guerreiras... E aquelas setas e espadas.... um perigo! Não falhavam!....
ResponderEliminarE as danças célticas? Um sapateado empolgante que nos deslumbra. Tive a oportunidade de ver Michael Flatley e o seu extraordinário grupo de dança já por duas vezes e considero um dos espectáculos mais extraordinários que jamais vi. Recordo-me de “Riverdance”, ao ar livre, numa noite em que as nuvens decidiram desabar sobre nós! Mas ninguém arredou pé!!!
Uma máquina do tempo... nem me fale, cara Catarina!!!
ResponderEliminarSem dúvida, o Bartolomeu seria "o" passageiro!
;))
Mas não viajaria somente ao passado, nem só aos reinos Celta.
Mas, como essa máquina fantástica, ainda somente acessível a alguns... àqueles cuja capacidade para criar fantasias, é ilimitada... vou ter de esperar pelo avanço tecnológico...
;))))