Claro que a descoberta das gastronomias locais é também um dos prazeres das viagens. Feitas, todavia, as contas, em nenhuma parte do mundo se come tão bem como em Portugal. E os nossos restaurantes médios, em condições de qualidade, higiene e apresentação das mesas ganham, com grande vantagem, a todos. Os bons e muito bons e os maus e muito maus são mais ou menos iguais em todo o lado.
O mar constitui uma base importante da cozinha provençal, nomeadamente da marselhesa, com o linguado, o robalo e a dourada de mar em lugar de destaque, e as ostras, belas ostras, frescas, sumarentas, apetecíveis. Omnipresentes as “bouiabaisses”, características sopas que combinam peixe fresco com cremes, ovos e salmão fumado, vegetais e ervas da Provença.
A carne de vaca e a caça também fazem parte de todos os cardápios. Mas o que me pareceu trazer um verdadeiro valor acrescentado de gosto e aroma é o uso generoso das Herbes de Provence, tal a profusão das misturas de tomilho, louro, manjericão, alecrim, sálvia, manjerona ou segurelha na confecção culinária.Também o azeite e as azeitonas estão mais presente do que em qualquer região de França, substituindo os molhos e cremes tão generalizados noutros locais.
Tivemos a sorte de comer muito bem na noite de fim de ano. Por mero palpite, olhando para o aspecto geral da casa, da clientela, da apresentação das mesas e das matérias-primas culinárias expostas, reservámos mesa num restaurante com a devida antecedência. Logo a surpresa de sermos recebidos por um português que, no dia seguinte, fez questão de nos servir. Eduardo da Fonseca Ferreira, de seu nome, um portuense da Campanhã, infelizmente benfiquista. Trinta anos em França, com passagem por restaurantes famosos, como o Tour d`Argent, em Paris. Cinco filhos. Uma eficiência, plena de calma e simpatia. Beijinhos e amplos, mas discretos sorrisos, na recepção às clientes conhecidas. Não sei se é prática ortodoxa num restaurante. Mas ficava bem e as clientes gostavam. Bom ambiente, boas especialidades marselhesas, e um belo e inesquecível vinho Chateauneuf du Pape, caro, mas uma maravilha que nos elevava aos céus.
Restaurante L`Esquinade, próximo da Ópera e do Velho Porto, cais dos barcos para o Castelo de IF e Ilhas de Frioul. Um achado!...
O mar constitui uma base importante da cozinha provençal, nomeadamente da marselhesa, com o linguado, o robalo e a dourada de mar em lugar de destaque, e as ostras, belas ostras, frescas, sumarentas, apetecíveis. Omnipresentes as “bouiabaisses”, características sopas que combinam peixe fresco com cremes, ovos e salmão fumado, vegetais e ervas da Provença.
A carne de vaca e a caça também fazem parte de todos os cardápios. Mas o que me pareceu trazer um verdadeiro valor acrescentado de gosto e aroma é o uso generoso das Herbes de Provence, tal a profusão das misturas de tomilho, louro, manjericão, alecrim, sálvia, manjerona ou segurelha na confecção culinária.Também o azeite e as azeitonas estão mais presente do que em qualquer região de França, substituindo os molhos e cremes tão generalizados noutros locais.
Tivemos a sorte de comer muito bem na noite de fim de ano. Por mero palpite, olhando para o aspecto geral da casa, da clientela, da apresentação das mesas e das matérias-primas culinárias expostas, reservámos mesa num restaurante com a devida antecedência. Logo a surpresa de sermos recebidos por um português que, no dia seguinte, fez questão de nos servir. Eduardo da Fonseca Ferreira, de seu nome, um portuense da Campanhã, infelizmente benfiquista. Trinta anos em França, com passagem por restaurantes famosos, como o Tour d`Argent, em Paris. Cinco filhos. Uma eficiência, plena de calma e simpatia. Beijinhos e amplos, mas discretos sorrisos, na recepção às clientes conhecidas. Não sei se é prática ortodoxa num restaurante. Mas ficava bem e as clientes gostavam. Bom ambiente, boas especialidades marselhesas, e um belo e inesquecível vinho Chateauneuf du Pape, caro, mas uma maravilha que nos elevava aos céus.
Restaurante L`Esquinade, próximo da Ópera e do Velho Porto, cais dos barcos para o Castelo de IF e Ilhas de Frioul. Um achado!...
Caro Pinho Cardão – staying true to his word!...
ResponderEliminarQue bela descrição! Apetece dar lá um salto… sem demora!
Em qualquer lado onde nos encontremos... há sempre um(a) benfiquista à nossa espera! Não há que escapar!
;)))))
ResponderEliminarSacrilégio, caro Dr. Pinho Cardão!!!
Peço desculpa a todos os meus amigos, especialmente às senhoras, mas não resisto a contar uma anedota que este post me suscita.
Reza assim:
Estava um pedinte à porta do "Tavares Rico" esmolando, quando sai um cavalheiro, de alto gabarito, acabado de jantar. O pobre pedinte aborda o senhor, rogando-lhe a esmola e justificando o pedido com a falta de sustento havia já muitas horas.
O comensal do Tavares, de polegares enterrados nos bolsinhos do colete, havano nos beiços e barriga empretigada, olha displicentemente o pobre homem e confirma: então você já não come ha muitas horas?
É verdade meu caro Senhor, responde o pedinte.
Então deve estar com bastante fome, replica o senhor.
-É verdade meu caro Senhor, se poder ajudar-me com alguma coizinha...
-Então vamos lá a saber, indaga o senhor: você agora, sabia-lhe bem, para começar... um vol-au-vent, seguido de um belíssimo faisão estufado, ou uma perdiz recheada, com trufas?
-Nem sei o que isso é, meu bondoso Senhor, mas contentáva-me com casqueiro e uma posta de peixe frito, mesmo com 8 ou 15 dias.
-Ora bem, isso de não saber, não é problema, e diga-me lá, uma garrafinha de "cabeça de burro" para a companhar a perdiz, tambem não ía nada mal, pois não?
O pobre homem, revirando os olhinhos e quase a desfalecer , responde: Oh meu bondoso senhor, um copinho de carrascão, só para não embuxar já era um "figo".
-E diga-me lá, você era bem capaz de terminar a refeição com finíssimo Brownie de rum, passas e chocolate amargo?
O pobrezinho, coitado, já encostado à parede e com dificuldades respiratórias, responde com voz somida: meu santo senhor, eu só peço uma buxa que me mate esta fome que me roi as entranhas.
O senhor, ainda de polegares enterrados nos bolsinhos do colete, puxando imensas passas do havano, franze o sobrolho e riposta: não seja comezinho, homem, pense em grande... por isso é que vocês os pobres, nunca passam da "cêpa torta".
Depois, olhando em volta e seguidamente, debruçando-se sobre o pedinte que já desfalecia, escorregando lentamente encostado à parede, balbucia-lhe quase ao ouvido: Olhe lá pobre homem, e depois, para acabar bem a noite, você não se deitava com uma bela mulher, que o fisesse esquecer as agruras da vida e fazê-lo sentir um principe? Assim a modos... um conde de Monte Cristo?
O pobre pedinte, não aguenta e socumbe, estiraçado no passeio.
Juntam-se transeuntes, gera-se alarido, chega a polícia e o agente questiona os presentes: alguem sabe o que aconteceu a este homem?
O fleumático gentleman, de polegares enterrados nos bolsinhos do colete, puxando imensas passas do seu havano, imponente do alto da sua incomensurável prosápia, chama de parte o agente da autoridade e relata-lhe: Sr. agente, esta gentalha são uns alarves do piorio, imagine você que o homem, depois de comer e beber que nem um bruto, foi para a cama com uma mulher de alta categoria e teve sexo louco... é evidente. Não aguentou, morreu de congestão!
…. uma das várias facetas do sadismo…
ResponderEliminar:)
... um desvalido da vida, vítima da incontinência prosaica de um capitalista... coerente...
ResponderEliminar;)))))))))))
Que profundidade de análise das idiossincrasias, das desconformidades sociais...
ResponderEliminarCaro Dr. Pinho Cardão
ResponderEliminarUm dia ainda vai ter que publicar um diário de viagens!
A gastronomia é realmente um dos pontos a conhecer e a explorar quando viajamos. E quando se é um bom garfo é um enorme prazer!
Viajar é realmente das melhores coisas que podemos fazer. É sempre uma lufada de ar fresco!
Também conheço a Provença e gostei imenso. Colocaria em primeiro lugar a beleza da paisagem, em particular do campo. Gostava de lá voltar...
Como disse Sto. Agostinho: “O mundo é um livro e quem não viaja apenas lê uma página”. :)
ResponderEliminarCatarina, também se pode viajar nos livros ou através de descrições vivas e coloridas (quase se sente o sabor) como a que o Pinho Cardão aqui nos traz. Se (quando) lá formos já reconhecemos várias coisas, incluindo apreciosa informação de um benfiquista bom cozinheiro e hospitaleiro, isso é que é gente simpática, sim senhor!
ResponderEliminarConcordo!
ResponderEliminarQuando tenho oportunidade leio as crónicas de viagens que me aparecem!
E já que a tenho aqui... disseram-me que também a Suzana escreveu umas crónicas de viagens! Procurei, mas ainda não encontrei! Será possível... quando tiver tempo, claro, indicar-me os títulos desses editoriais e o ano ... para me facilitar.. ?!.:)
Obrigada.