Dias 3 e 4 - Sossusvlei – Swakopmund e Walvis Bay. Saída do deserto das gigantescas dunas vermelhas para o litoral das dunas alvas pela tarde e cor de pêssego pela manhã. O paraíso dos desportos radicais na areia. Chegada a Swakopmund com uns 10º de temperatura depois de atravessarmos quase 400 km de deserto e estepe sob uns abrasadores 43º. Visita às duas cidades banhadas pela corrente fria de Benguela em que os nevoeiros são permanentes. As mensagens de promoção turística – surpreendentemente organizado e estruturado o turismo neste País! – dizem que é aqui que a Costa dos Esqueletos ganha vida. Apesar de ser Semana Santa numa Nação de 85% de católicos, deu para sentir porque a Namíbia é um exemplo de paz social e de progresso mais lento do que alguns dos países da região, mas seguramente mais sustentado.
Dia 5 – Swakopmund – Damaraland. A já habitual saída madrugadora para mais 350 Km de um nova etapa, em direcção a norte, que nos aproximará do Etosha Park. Haverá acesso à Internet? Logo se verá...
Tambem sou um apreciador deste tipo de viagens, duras e cruas e, aprecio sobremaneira as senhoras que como a sua, caro Dr. possuem a coragem suficiente e a confiança para as empreender.
ResponderEliminarD'antes também programei as viágens que fiz e respeitei percursos, anotei os locais por onde passei, o que vi, como vi, etc.
Actualmente as minhas possibilidades de viajar, estão muito mais reduzidas mas, sempre que tenho possibilidade de o fazer, opto por um sistema absolutamente ao acaso. Costumo dizer: vou para onde as estradas me levarem.
Nesta viagem a S.Miguel, percorri quase 500 km numa ilha que tem 60 km de comprimento e 14 de largura. No entanto, deixei ainda muito por ver, por sentir, por desfrutar.
Estou a tentar imaginar todo esse percurso por dunas e desertos e temperaturas altíssimas durante o dia. Esta é uma viagem interessantíssima mas que gosto apenas de ler. O deserto... não sei porquê... conduz a minha imaginação para mares tropicais, palmeiras, praias de areia branca banhadas por águas quentes e cristalinas, pina colada.... : )
ResponderEliminarSaint-Exupéry escreveu que o deserto é o «silêncio feito de mil silêncios». Foi do que me lembrei ao ver esta (e a outra) foto do deserto. E lembrei-me de um poema (a propósito de Saint-Exupéry, a propósito de desertos) escrito há muito tempo, há demasiado tempo.
ResponderEliminarUm avião plana sobre o deserto, as dunas dançam,
o vento deambula. Pressinto na cor melancólica dos teus olhos
que aproximas o tempo da poesia da linguagem clara e doce
do inacessível, como se reconhecesses nos contornos acesos do
silêncio a elementar respiração de todas as palavras.
É sempre por esta altura que se quebram as tuas asas sobre
a presença atenta e consciente do deserto e, sempre como quem
responde, obliquamente, reinventas o princípio da imobilidade,
rente ao sereno movimento do anoitecer.
..........................
Depois, fico só. Eu e o deserto, entre a areia e as estrelas,
entre dois infinitos, num crescendo de silêncio, no começo
da respiração.
E, no entanto... Solidão cheia de água. No centro da noite silenciosa,
o rumor das fontes, a nudez dos sonhos - de mansinho,
como a inocente ondulação dos campos de trigo da minha infância,
como a planície amarela de girassóis, entardecendo,
como o frágil regresso das andorinhas.
.......
E no teu «silêncio feito de mil silêncios», de olhos fechados
sob a terna inscrição da areia e das estrelas
em mim, reencontrar a simplicidade poética,
amorosa,
do mundo
em mim.
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Fica a vontade de continuar a seguir esta viagem. :)
Magníficas fotografias e descrições.
ResponderEliminarPara além de uma beleza fantástica, a Namíbia é hoje um dos poucos oásis no continente africano.
Oiço que poucas pessoas aí vão, mas que todas bisam.
Para os que ficámos é enorme a expectativa na continuação das crónicas do José Mário!
Humm, que bonitos lugares e que fotos bem tiradas!
ResponderEliminarLindo, lindo, e, apesar das distâncias, a viagem corre célere!
ResponderEliminarCaro Ferreira de Almeida:
ResponderEliminarEmbora tardiamente, porque também andei por fora, mas muitíssimo mais perto, e fiz férias à Internet, aqui me apresento, para seguir viagem consigo. Á boleia,pois claro.
Abraço e boa viagem para todos.
Obrigado, meus caros Amigos.
ResponderEliminarComo previra, em algumas paragens desta extensa aventura o acesso à Internet não é fácil. Por isso deixo a caixa de comentários para V., limitando-me a agradecer a todos os desejos de que a viagem corra como até aqui, isto é, muito bem.