Windhoek
Dias 8 e 9 - Regresso a Windhoek e partida para Lisboa, via Frankfurt.
Finalmente umas centenas de quilómetros por estrada de alcatrão. Oportunidade para visitar as povoações do interior norte no caminho da capital. Tudo parece girar ao ritmo da actividade principal por aqueles sítios: a criação intensiva de gado de que depende parte do produto do país. Ocasião, também, para adquirir algumas peças de artesanato, prevenindo a eventualidade de na capital não encontrarmos genuinidade (prevenção que se revelou mal medida, já que em Windhoek se mostra e vende de tudo o que se encontra espalhado pelo país).
Chegada ao alojamento em Windhoek para umas horas mais tarde jantarmos no inesquecível Joe´s Beer House. Um restaurante parcialmente ao ar livre, decorado com a mais estranha amálgama de objectos que se pode imaginar, e cujo resultado decorativo é deveras surpreendente. Mas mais do que o ambiente assim criado, o que ali se aprecia é a carne, a boa carne nanibiana regada com uma excelente cerveja (a prova dos vinhos sul-africanos, para quem se habituou ao bom vinho português, revelou-se um verdadeiro barrete!).
No dia seguinte iríamos finalmente descobrir a cidade. Ali se concentra (segundo fonte bem informada, o motorista de um táxi) 1/5 da população, qualquer coisa como 500 mil almas. Sobressai a organização. Tudo parece ter sido bem pensado, colocado no lugar certo. Não se surpreendem exageros, mas a sensação dominante é a de estarmos numa qualquer cidade europeia onde o trânsito não é demais, o planeamento é visível e a higiene notável. Não há monumentos para visitar, descontados alguns apontamentos da passada vivência colonial ou manifestações dos heróis da recente construção nacional. Uma cidade segura, onde nos sentimos muito bem.
No dia seguinte, antes do voo que nos traria de volta a Lisboa, ainda houve tempo de almoçar de novo no Portuga, o restaurante que exibe com orgulho um cardápio da melhor gastronomia lusa. A preparação, enfim, para o regresso que gostaríamos de ver adiado por mais uns dias.
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Tempo para voltar a sonhar com a próxima “expedição” africana naquelas paragens. Faixa de Caprivi? Delta do Okavango? Quem sabe se o sonho, tal como este, não se tornará um dia realidade. Agora é tempo de voltar a ela, à realidade dos dias que tornam mais apetecível a concretização do novo sonho...
Foi muito agradável ler esta sua crónica, principalmente porque nunca tive uma experiência dessas. São expedições que não fazem parte dos meus sonhos mas que adoro ler. Ficou-me uma curiosidade (que até poderia satisfazer através da internet): Que tipo de carne servem nos restaurantes? : )
ResponderEliminarEncontraram muitos turistas nos percursos que escolheram? Predominantemente europeus? Como são os nativos? Hospitaleiros?
:)
Catarina, muito obrigado por ter acompanhado e apreciado estas crónicas que só dão uma ideia das sensações da viagem.
ResponderEliminarSatisfaço com muito gosto a sua curiosidade.
A carne que mais se serve nos restaurantes é,como aqui, a de bovino e de porco. A de bovino é particularmente gostosa e suculenta. Mas facilmente se come carne de orix, de zebra e de outros animais selvagens.
Tal como cá aquele período é de paragem para comemoração da Páscoa. Além de que dentro em breve se inicia a estação seca. Então os lodges e sobretudo os parques de campismo - existe,segundo percebi, uma atracção pelo campismo - estavam cheios de turistas. Aliás, não foi fácil a marcação (ainda que antecipada) dos nossos alojamentos. Muitos zambianos e sul-africanos, mas também alguns europeus. Encontrámos alguns portugueses também, em especial casais jovens.
A hospitalidade foi uma agradável surpresa. Creio que podemos dizer com verdade, e se não me trai a memória, que não fomos alvo de um gesto menos simpático ou mesmo de falta de atenção. Pelo contrário, nos alojamentos ou fora deles o nível de serviço foi sempre muito bom, embora a escolha dos estabelecimentos tenha sido feita com critério. E a sensação de segurança foi uma constante por todos os sítios por onde passámos.
Pude ali perceber que a aposta num turismo da natureza, estruturado e de qualidade, pode ser uma boa aposta. A Catarina pode, por exemplo, consultar os sites de alguns lodges (p.e. o Epacha Game Lodge junto ao Etoch Park - ou o Mirage Desert Lodge em Sossusvlei -http://www.namibian.org/travel/lodging/private/mirage.html) e perceber a qualidade da oferta hoteleira de mais alto standard, mas que se mantém em estabelecimentos de menos estrelas.
Recomendo, Catarina.
Obrigada. Uma viagem que não irão esquecer, de certo!
ResponderEliminarUma bela viagem, sem dúvida, que me deixou também com imenso interesse em ir lá, realmente não tinha nenhuma ideia de que pudesse ser uma opção tão segura (no sentido próprio) e, apesar dos milhares de quilómetros e das variações de temperatura, tão variada e sempre fascinante. Fiquei fã e espero poder um dia fazer o meu próprio relato em directo aqui no 4r :)
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